Difícil, difícil, difícil. Como é possível tudo tomar proporções assim tão gigantescas de uma hora para a outra? O que pode ter acontecido dentro da minha cabeça, do meu coração, dentro das minhas vísceras assim...? Eu não faço idéia do porquê de tudo me incomodar tanto, do meu desespero, da minha impaciência com relação a tudo. TUDO. Nada escapa... Nenhuma pessoa, nenhum carro, nenhuma gota de chuva. Estou cheia. Como a lua. A diferença é que ela brilha e ilumina a noite, grande, poderosa, forte... E eu, apagada, me sinto cada vez mais no buraco, onde não há luz, não há nada de grandioso ou de forte. Me sinto fraca... Cheia de pensamentos, cheia de dúvidas e de questionamentos e sem a capacidade de levantar o rosto pra decidir fazer algo de bom, algo pra me fazer sentir melhor... Nem comer direito eu tô conseguindo. Nem dormir muito bem também, quantidade de pesadelos estranhos sempre me acordam, além da vontade freqüente de fazer xixi. Meu cabelo tá caindo, caindo, caindo, sem brilho, sem vida nenhuma, a pele oleosa como nunca. E as dores de cabeça, acho que nem preciso comentar. Todos, todos, todos os dias... E agora misturadas com fincadas, tipo como se estivessem enfiando uma agulha bem na lateral da cabeça, ou um pouco acima da nuca. Às vezes a fincada é na barriga, na altura do estômago, ou no peito. O coração acelera várias vezes ao dia. Olheiras. Sintomas de dias malucos. Dias inexplicáveis, incompreensíveis. Nunca me senti tão estranha em toda a minha vida.
A trilha sonora de Once está me ajudando a ir pro brejo. Mas não consigo parar de ouvir um minuto sequer. E se não estou ouvindo, estou cantando. Que deprê, meu Deus...