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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se é que isso é loucura...

Preciso falar sobre amor. São 03:59h do dia 5 de janeiro, e eu preciso falar de amor. Eu finjo que não, mas o amor está presente na minha vida 24h por dia. Eu falo que sim, mas o amor está muito mais presente na minha vida do que eu mesma posso imaginar. Não sei qual é o meu nível de loucura. Se isso é que isso é loucura. Não sei se todo mundo é assim e se todo mundo consegue fingir muito mais do que eu. Ou se todo mundo é assim e não sabe que é. Ou se ninguém é mais assim porque os tempos mudaram. Antigamente as pessoas eram assim? Eu acho que não. O mundo muda muito o tempo todo, mas algumas coisas nunca mudam. Amor é o mesmo amor desde muito tempo até hoje. Algumas pessoas encontram, outras não. Algumas pessoas sentem, outras não. Algumas pessoas refletem sobre isso, outras não. Algumas pessoas se importam com isso, outras não. Já ouvi muita letra de música, muito poema e muita gente falando que o ser humano não vive sem amor, que é o que ele realmente procura e precisa durante toda a sua vida, mas... Todo mundo se esconde tanto. Por quê? Por que se esconder, se o amor é a coisa mais linda e é a coisa melhor do mundo? Se Deus é amor, pra que se esconder? Se família é amor, pra que se esconder? Não sei até que ponto sou louca. Se é que isso é loucura. Mas. Estou aberta. De peito escancarado. Corpo escancarado. Para o amor. 24h por dia. O tempo todo. Respiro e vivo amor. Cultivo amor. Acredito no amor. Em todos os aspectos que o amor pode ter, os explicáveis e os inexplicáveis, os visíveis e os invisíveis, os verdadeiros e os duvidosos, e até mesmo o contrário do amor que dizem que ainda assim é amor. Todos estão em mim todo o tempo.

Mas. Tem UM AMOR, um único amor que é diferente de todos os outros. Diferente porque é um aspecto específico. Não é explicável. É visível. É verdadeiro. E não pode ser o contrário do amor, e mesmo que fosse, continuaria sendo amor do mesmo jeito. Amor de quem pouco se conhece, mas já sabe que é pra sempre. Daqueles que não precisa de muitas palavras, e mesmo que elas venham desesperadamente em todos os momentos, os olhos é que falam. O jeito com que arrumo o cabelo atrás da orelha. O jeito que observo suas mãos enquanto você gesticula e fala. Amor de quem acorda e a primeira coisa que vem na cabeça é a sua imagem. Amor de quem pensa em você o dia inteirinho até na hora de dormir. E quando pensa, é como se nunca tivesse pensado. O estômago revira, nasce um osso de galinha na garganta, o coração dispara e o rosto fica idiota. Um sorrisinho idiota no canto da boca. Sintomas claros, específicos, verdadeiros, e se fosse tudo ao contrário... Seria amor do mesmo jeito. Amor do tipo que quer te contar cada coisa que vou fazer no meu dia, no meu mês, no meu semestre, no meu ano, na minha vida. Amor que te coloca em todos os planos, desde ir na padaria no fim da tarde até uma viagem inesquecível para o outro lado do mundo. Mas ir na padaria no fim da tarde com você também seria inesquecível. Amor do tipo que fica lembrando da sua voz, do seu sorriso e daquela gracinha que você fez, que nem teve assim tanta graça, mas você poderia fazer sempre do mesmo jeito que eu ia rir do mesmo jeito. Amor do tipo que fica memorizando suas expressões enquanto você fala pra se lembrar depois. Que fica filmando cada instante como se ele fosse o último e o mais importante, pra lembrar quando eu fechar a porta do meu quarto depois de ter te encontrado. E perceber que ah, pouco importa, todos os instantes com você são importantes. Amor do tipo que quer saber do que você gosta, só por saber. E quando vejo algo que me lembra, comento pra mim mesma: "Você gosta disso, eu sei, eu lembrei.". Amor que não precisa saber exatamente cada passo seu, só quer saber se está tudo bem. Amor do tipo que cria milhões de situações envolvendo nós dois. Ou do tipo que imagina como seria se você estivesse aqui agora. Amor do tipo que sente seu cheiro no ar, do nada, de repente, e procura de onde vem. Mas vem de dentro porque o seu cheiro é só seu e de mais ninguém. Amor do tipo que tem receio de encostar em você, com vergonha de você perceber o quanto estou tremendo por dentro, aquela tremedeira incontrolável, e de você achar ruim de eu encostar em você as minhas mãos geladas e suadas de nervosismo. Amor do tipo que. Amor do tipo que... do tipo que eu sinto.
Não sei o quanto eu sou louca. Se é que isso é loucura. Mas a esta hora eu não tenho nenhuma dúvida de que não é a toa, não é qualquer coisa, e é assim. Mesmo que eu pudesse apagar você da minha memória e eu não fizesse mais ideia de quem você é, se eu te visse andando pela rua por acaso, me apaixonaria de novo na mesma hora.


(Baseado no filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças")

Ass: Bella Marcatti

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sessão Cineminha - "Onde vivem os monstros"

Passei a madrugada assistindo ao filme "Onde vivem os monstros", indicação expressa do Du, do Arijon e do Augusto: Três marmanjos que confessaram ter chorado como crianças...

O filme não é para crianças.

Pra quem não sabe, o filme "Onde vivem os monstros" é uma adaptação que o diretor Spike Jonze fez do livro infantil que leva o mesmo nome. O livro pode ser lido em alguns minutos, por ter uma frase em cada página e grandes ilustrações. O filme vem preenchendo a história do livro com significados e ultrapassa a história meramente infantil.
O filme não é para crianças.
Max, um garoto extremamente criativo e inteligente, vive num universo criado por sua imaginação, assim como todas as crianças fazem. Sua irmã e sua mãe, ocupadas e preocupadas com as situações reais do dia a dia não dão muita atenção e importância às brincadeiras e propostas de Max. Se sentindo então incompreendido e sozinho, Max se transporta para um universo criado por ele, onde ele é o rei, onde suas opiniões valem muito, e onde todos tem o único objetivo de serem felizes.
O que Max não espera é que nesse mundo novo vivem os monstros. Os monstros que nada mais são do que extensões, representações de seus próprios sentimentos. Carol, o monstro com que Max mais se identifica, é incompreendido e nervoso. Douglas é amigo. Alexander nunca tem a atenção do grupo e se sente carente. Judith é agressiva. Ira é criativo. E KW, a monstra que salva e ajuda Max nos momentos de perigo, seria a sua própria mãe.
Durante todo o tempo em que esteve neste universo imaginário, Max sente o peso da responsabilidade em fazer com que todos sejam sempre felizes e convivam bem. Assim acontece uma identificação imediata com todos nós, seres humanos, na eterna luta interna de fazer com que estejamos sempre bem e em harmonia com nossos próprios sentimentos.
O filme não é para crianças.
Apesar da fotografia sensacional, as cores são pastéis e não chamam a atenção. Não há muitas cenas de ação ou aventura, o desenrolar da história se passa mais através de diálogos e análise da personalidade de cada personagem. O que mais poderia chamar a atenção de uma criança durante o filme seria algumas músicas que compõem a trilha sonora, maravilhosamente feita por Karen O. And The Kids. Várias crianças participaram de todo o processo de gravação do filme. Vale a pena baixar a trilha e assistir aos extras do DVD!!!

E obviamente, preciso comentar da atuação sensacional e maravilhosa do ator principal, que faz o Max. Ele também se chama Max. Max Records. Lindo e fofo!!!


Conclusão: Onde vivem os monstros?? Dentro da gente. E cada um tem os seus.

Ass: Bella Marcatti