Curte aí...

domingo, 2 de outubro de 2011

Não é para ser entendido.

Sabe aquela piada do português que vê a casca de banana à frente e pensa: "Merda, lá vou eu escorregar de novo!"?


Então.


Essa sou eu vendo tudo dando errado e me envolvendo cada vez mais. Tipo gato no novelo de lã.


O horóscopo de hoje diz: "Amor em alta." Tão. Tão em alta que eu não consigo alcançar.


Já ouviram a expressão: "Quem não dá assistência abre a porta pra concorrência."?


Então.


Esse é ele me oferecendo pezinho pra alcançar o amor.


Querem outro clichê? "A vida é feita de escolhas."


Então.


Eu não vou escorregar de novo.






Ass: Bella Marcatti

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um dia de mulherzinha. Ou quase.

Acordei depois de 5 sonecas no despertador, lavei o rosto com o gel de limpeza Avon Solutions Dia. Tomei iogurte com Sucrilhos. Fui pro salão. Fiz as unhas, francesinhas. Lindas. Falei no telefone com minha amiga segurando o telefone com a palma da mão e os dedos abertos pra não estragar o esmalte. Voltei pra casa. Conferi os emails e fiz algumas ligações de trabalho. (Rá, mulher de negócios é outra história...). Almocei. Recebi algumas ligações de trabalho. (Dig din.) Tomei banho demoradinho com meu Shampoo Dove, Condicionador Dove, Sabonete Dove com um quarto de creme hidratante. Peguei uma roupa pra vestir, mas vesti outra. Calça jeans, camiseta preta e sapatinho de bolinha. Protetor solar facial. Cold Cream La Roche Posay nas pálpebras ressecadas pela alergia a maquiagem. Maquiagem Avon. (Isso explica a alergia?) Corretivo (claro), pó (porcelana), rímel, blush (rosa claro) e gloss (rosa sereno). Rua. No MP4, The Calling. 15 minutos de caminhada até o ponto de ônibus. (Rá, acabo de assinar meu atestado de pobreza...) e me escondi do sol atrás de um poste. O ônibus demora, e quando ele vem eu dou uma andadinha até ele e, ai! O sapato de bolinha me fez uma super bolha no calcanhar, e já tinha estourado, e já tava ardendo e sangrando (sério. Isso não foi drama de mulherzinha.). Ao descer do ônibus, manco como uma pata choca atrasada até o local do compromisso. Pós compromisso já não corro, mas ainda manco. Ando devagar (porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais...), tão devagar que consigo ver brilhar logo mais à frente uma enorme loja da Cacau Show. Entro e sem pensar pego uma trufa de cada sabor. No balcão, confesso: "Isso se chama TPM", e as duas vendedoras se derretem de dar risada e também confessam que nos dias de TPM, roubam chocolatinhos da loja "porque aí é tentação demais né!? Aí menina, eu como aquele chocolate e parece que o mundo fica doce, o azedo fica doce, os problemas acabam e fica tudo ótimo, num é?" É. É sim. E é exatamente assim que o mundo fica quando eu como uma trufa de licor de amarula. Antes de sair da loja, pergunto onde tem uma farmácia. "Volta aqui, vira a esquerda, tem um restaurante, aí do lado do restaurante, tem uma ruazinha, aí lá tem uma farm...", porra eu só queria um bandaid, e eu não vou aguentar andar até lá. A moça me dá uns pedaços de fita crepe e eu fico tão feliz e satisfeita que sou capaz de sair pulando da loja. Mas não faço isso porque não sou tão ridícula assim. Quase. Ando mais um pedacinho e namoro uma vitrine. Namoro um vestido, uma saia, ah quer saber, vou entrar. Experimento o vestido, um outro, um outro, a saia, um sapato, outro vestido. E fico só com o último vestido. O que a vendedora indicou desde o início e eu disse que não tinha gostado. Foi o que ficou melhor. Vou levar. Quase uma hora depois, mas levo. "Vai pagar no cartão?" É. "Quer que divide?" Não. "É crédito né?" Não. (Rááááááááá, eu só tenho cara de pobre, minha querida! Eu sou RYCAAAAH!) "Volta mais, de 15 em 15 dias nós temos novidades." Volto sim, pra te dar mais comissão. Querida. Vou para o ponto de ônibus (alegria de pobre dura pouco mesmo), espero 20 minutos, quase entro no ônibus errado, espero mais 5, entro no ônibus certo mas tão tão lotado que o motorista fecha a porta comigo no meio do degrau. Valeu! Aí ele fala, puto: "Tem dois ônibus desses vindo atrás!" Eu: "Ahhh, desculpa, eu esqueci em casa a minha bola de cristal." FALO MERMO. Vai chegando a minha hora de descer e eu continuo esmagada na porta. Dá licença aqui, ali, ei, moça, trocadora!! Dinheiro. Troco. Pergunto se tem como ela rodar a roleta pra mim, ela diz que não, que eu tenho que passar. Mas não tem jeito! Tem que passar. O ônibus para, todo mundo é obrigado a se esmagar e dar licença pra miss Brasil aqui passar. Eu já estou prestes a descer do ônibus e solto um simpático e cínico MUITO OBRIGADA, QUERIDA, pra trocadora. Coloco o pé no chão e solto um nada simpático e verdadeiro FILHA DUMA PUTA. Não acaba a jornada, estou no ponto do outro ônibus. (São dois pra voltar!) 30 minutos mais ou menos e lá vem ele. Lotado. Oba, que alegria. Só que esse motorista ao menos é simpático, eu cumprimentei e ele perguntou como eu estava. Eu disse, melhor agora que você chegou e ele deu uma risada. Quando cheguei no trocador... AHHHH!! Era o Ronaldo, gente boa pacarai. Perguntou dos teatro, como que tá a vida, trocamos algumas ideias. Aí ele cochicha pra mim que a dona atrás de mim vai descer no próximo ponto, que é pra eu ficar de olho pra sentar no lugar dela. Hahaha, não deu outra, a véia saiu e eu tchuck! Sentei na hora! Amo o Ronaldo, gente boa pacarai. Desço do ônibus e a fita crepe descola do meu calcanhar. Faço uma gambiarra pra ela aguentar só mais um tiquinho e chego em casa. Fico a noite toda decorando texto chatérrimo pra um teste que tenho amanhã. E não decorei. Agora vou tomar outro banho Dove e... capotar nos braços de Morfeu. Quem? Ah, deixa pra lá.

Ass: Bella Marcatti

Promessinha besta

Já são quase 2h da manhã e eu estou com apenas 4 horas de sono de anteontem pra ontem. Fiz trocentas coisas, de 7h às 00h, sem parar, sem parar, sem parar. Estou cansada, estou sim. Meu corpo tá pedindo pra deitar e minhas pálpebras são dois sacos de areia.
Mas quer saber? Eu já sabia disso, mas hoje posso falar como quem fala por experiência própria.

DEUS AJUDA A QUEM CEDO MADRUGA.

Só porque optei por me mexer hoje, meu dia foi sensacional e cheio de surpresas agradáveis, momentos legais e divertidos. Porque eu optei.

Por isso eu me coloco o desafio aqui no blog, para todos o que me leem e acompanham, me ajudarem. Acabou essa parada de acordar tarde todos os dias. Um sábado, um domingo, ainda vai. Mas dia de semana, chega dessa joça. É difícil, é chato e eu não gosto, mas vou tentar acordar pelo menos um pouco mais cedo pra fazer o meu dia render mais. Dormir mais cedo é tarefa árdua também e fica um pouco em segunda instância tendo em vista meu cotidiano profissional e virtual, maaaasssss eu prometo tentar, pelo menos em alguns dias da semana, dormir mais cedo.

E está declarado para mim mesma essa minha vontade de ser uma pessoa melhor na vida. Obrigada e amém.

Ass: Bella Marcatti

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O chato



Não existe definição exata, mas todo mundo sabe quem O CHATO é. Aquele que faz as piadinhas mais sem graça, que faz comentários incovenientes em momentos inoportunos, que gosta de aparecer, que bebe demais, que se acha o legalzão da turma. Existem outros tipos de chatos também, mas hoje eu gostaria de focar nesse tipo. Porque hoje, meus caros amigos leitores, hoje eu tive real vontade de assassinar um chato.


Hoje não foi um dia muito inspirador, sabe. Acordei 15h e quando isso acontece, é como se um trator tivesse passado por cima de mim e não satisfeito com meu estado, o motorista resolve dar ré. Dor de cabeça, as pálpebras pesadas, o corpo se arrastando pela casa. Um zumbi ou algo bem parecido, era eu. Mas hoje foi dia de trabalhar. Terça feira é dia de ser mestre de cerimônias no Bhar Savassi, como Mirabella. Mirabella, minha palhaça. Eu.


Rezo. Rezo para que a plateia seja boa, que me ajude a tirar energia do rim pra realizar um bom espetáculo.


E hoje, logo hoje, Brasil, logo hoje eis que me senta na primeira cadeira, embaixo do palco, ele. O CHATO. Ele poderia ser chato na mesa dele, com os amigos dele, na casa dele, no trabalho dele, com as nega dele, ele poderia ser chato no banheiro, ele poderia ser chato onde ele quisesse! Mas no meu show, aaaaaaaaahhh, no meu show ele não poderia jamais ter sido chato. Que tipo de pessoa consegue ser tão inconveniente, mas tãão inconveniente, a ponto de não perceber que ali na frente dela há uma apresentação acontecendo, há uma personagem fazendo graça para mais de 100 pessoas, e que essa personagem necessita silêncio e concentração para realizar de maneira eficaz o seu trabalho? Que tipo de pessoa consegue ser tão egoísta e tão egocêntrica, a ponto de achar que o show é exclusivamente para ela e que ela e somente ela pode interromper a qualquer momento em que achar interessante, soltando seus comentários extremamente imbecis e sem o mínimo de noção? Que tipo de pessoa vai a um espetáculo com o intuito de aparecer mais que o ator?


(MEU FILHO... MORRE, PELO AMOR DE DEUS!!!)


Eu fiz de tudo o que podia. Respondi, brinquei, ignorei, fingi que não era comigo, dei atenção, dei a palavra, até que no final, apelei: "Ô, querido, eu posso falar?"


Incrível como uma maçã podre consegue estragar todas as outras da mesma caixa. Mesmo que o restante do público tenha gostado e se divertido com o show, pra mim a noite foi uma bosta simplesmente por causa desse cara que me tirou do sério!


Fim da noite, eu já vestida de mim mesma, conversando com o pessoal. Me vem O CHATO pedindo pra tirar foto. Mas de nariz. Mas eu já tirei o nariz. Ah, por favor, coloca o nariz só pra sair na foto, vai. Inspira 1, 2, 3, segura, 3, 2, e solta em pssssssssssssssss... (Tá, seufilhodaputa, eu coloco a porra do nariz e você faz o favor de enfiar essa foto no centro do seu orifício anal, pode ser?) Tiro a foto. Sorrindo na interpretação deles, rosnando na minha. Ok, gente, obrigada pela presença, até a próxima... Estendo a mão. O CHATO segura. E segura. E não larga. Deus sabe porque eu não ando com um revólver na mochila. Se eu andasse, teria assassinado esse corno hoje com toda a minha certeza.


Mas cês pensam que acabou? Rá. Segura essa:


Depois de me livrar, volto para o meu pessoal. Cinco minutinhos e tuc tuc no meu ombro. Me viro. Dou um doce pra quem adivinhar quem era. O CHATOOOOO!!!! Oba, que alegria. Eu me senti como o Quico do Chaves virando e falando "Quiéééééééé????"

"Você pode me emprestar o seu nariz de palhaço pra eu tirar uma foto?"





(ELE SE SUPERA, BRASIL. ELE PODE SER PIOR DO QUE JÁ FOI A NOITE ABSOLUTAMENTE TODA, ELE CONSEGUE. PALMAS, PALMAS PRA ELE!!!)


"Coméquié? O meu nariz? Meu nariz de palhaço? Esse sagradinho aqui que eu tenho há 5 anos e NINGUÉM NUNCA NEM PÔS A MÃO!? Você quer enfiar seu nariz todo sujo de meleca no MEU NARIZ de palhaço pra tirar uma porra de uma foto?? Isso aqui é sagraaaaaaaaaado meu filho, isso aqui é minha vida, isso aqui é minha religião, cê tá entendendo!? Nem que você fosse legal eu emprestaria, ainda mais você, que arruinou a minha vida, seu desgraçado! Vai caçar nariz de palhaço na puta que te pariu!"


Claro que eu não falei assim. Mas esse post está sendo feito justamente pra exteriorizar todo esse sentimento de ódio e rancor que estava guardado aqui no meu coraçãozinho. Na verdade foi assim:

"Desculpa, mas não dá mesmo. É material de trabalho, eu já guardei, não dá mesmo, desculpa tá bom? Não posso, tem um valor sentimental muito grande, eu tenho esse nariz há 5 anos, nunca emprestei pra ninguém. Não, desculpa, não posso. Não, não... Desculpa tá, não posso mesmo..." E nessa daí vocês calculam o quanto O CHATO insistiu. E como se não bastasse, fez biquinho, literalmente, como que fazendo gracinha (ai, por que eu não tinha uma tesoura na mão pra cortar o beiço dele fora, Jesus) e saiu achando ruim. Guardaram isso? SAIU ACHANDO RUIM!

Aí pra sair falando que a atriz é chata, estrelinha, metida, nojentinha, não custa... né? Cês só sabem das pingas que eu tomo, mas não sabem dos tombos que eu levo...




Te contar, viu...


Ass: Bella Marcatti (de TPM)


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Post encomendado

"Tempo: Um feriado qualquer de um ano qualquer.
Espaço: Uma noite qualquer numa cidade qualquer. De praia.
Situação: Um grupo de pessoas qualquer espera do lado de fora do teatro um grupo de artistas (que não pode ser qualquer) que acaba de se apresentar.

APRESENTAR - No dicionário, alguma das definições
1) Expor
2) Mostrar, oferecer à vista
3) Exibir
4) Pôr na presença de

Essa é uma história de muitas apresentações.

Ele havia se apresentado para ela, mesmo que sem saber. De cima do palco, as luzes ofuscam um pouco a visão, e a plateia nada mais é do que um mar à noite. Breu. De onde ela estava sentada, na lateral, ela via somente o perfil dele e ouvia as bobagens que ele falava. Se divertia.

Fim do espetáculo, descendo os degraus da porta do teatro, ele foi apresentado ao sorriso dela. Um infinito de milésimo de segundo, tão rápido que ninguém percebeu sua pausa no meio de tanto movimento, mas para ele, tão lento, que sua mente teve tempo o suficiente para fotografá-lo na memória.

Eles não foram devidamente apresentados, com aperto de mãos e beijinhos nas laterais do rosto(na cidade dele, normalmente dois, na dela, apenas um), o que foi ótimo por não causar desconforto a nenhuma das partes, já que ele poderia parecer atirado demais e ela tímida demais. E nenhuma das duas coisas era verdade.

Tempo: Algumas horas depois.
Espaço: Uma pizzaria qualquer.
Situação: Conversa qualquer.

"Senta! Eu não gosto de conversar sentada com uma pessoa que está em pé! Me dá nervoso!"
Ele se senta em frente a ela por dois minutos. Faz o máximo para ser agradável e gentil, e ela percebe isso.
Ela não é apresentada ao prazer de estar em sua companhia, pois uma suposta namorada bate o pé bem irritada e diz que vai embora. E ele vai junto.

Ela, incomodada.

(...)

Tempo: Na semana seguinte.
Espaço: Ela na cidade dela. Sem praia. Ele na dele. Com praia.
Situação: Comunicação via internet.

Foram apresentados. Ainda bem que pela internet não existem essas coisas de dois ou um beijinho. Ele não parece atirado demais e ela não parece tímida demais, e eles se dão bem. Conversam sobre trabalho, e a propósito, a moça daquele dia não era namorada dele.

(...)

Tempo: Nas semanas seguintes.
Espaço: Ela na cidade dela. Sem praia. Ele na dele. Com praia.
Situação: Muitas horas de comunicação via internet, sms e telefone.

Eles se parecem em quase tudo. Se divertem juntos, dividem e compartilham o cotidiano, o que acontece de bom e de mau.
Todos os dias.
Eles já gostam assim sem nem perceber. Naturalmente, como se tivesse que ser assim e pronto. Não foi combinado, não é regrado, não tem jogo e nem explicação. É.

(...)

Tempo: Breve. O que não chega nunca.
Espaço: Na cidade dela. Sem praia.
Situação: Um novo encontro.

Finalmente, eles serão apresentados. Na cidade dela, um beijinho. Pelas contas dele, :***************************************************************************..."


Atendendo a pedidos, essa é só mais uma história de "quando a vida tá meio parada e aí ela nos apresenta pessoas legais. (digdin)"

Ass: Bella Marcatti

sábado, 4 de junho de 2011

Impressões de uma terapia.

Trilha sonora para mim mesma: "Alone Apart" - Marketa Irglova e Glen Hansard

Um osso de galinha entalado na minha garganta. Bebo água, boto água pra fora através dos olhos, me irrito, grito, sinto o peito e o mundo sufocados porque o ar não pode passar tão livremente. O ar de dentro não sai e o de fora não entra. Me sinto um balão de festa de criança. Sempre gostei mais dos balões de gás hélio, mas esse eu jamais poderia ser pois se você solta esse, ele voa. E neste momento, voar é a última coisa que eu poderia fazer. Infelizmente. Fico tão nervosa que me esqueço de que garganta serve pra falar, e se tá entalado aí é porque tem palavra querendo sair e não está conseguindo. Então procuro ouvidos. Ombros. Braços. Telas. Caracteres. Fotinhas tão pequenas que nem é possível ver os olhos de quem é. Procuro lugares que possam me escutar de alguma maneira. Falar pra mim mesma não parece ser bom. A gente sempre procura a gente no outro, mesmo sabendo que as pessoas são diferentes. Isso porque qualquer identificação já é um alívio, um respiro, uma mínima certeza de que não se está sozinho no mundo com aquele problemão. Mesmo que não se resolva, alguém também tem, e a dor parece um pouco menor.

Mas é mentira. As pessoas são egoístas e cada um tem a sua dor. Pode ser a mesma, mas não é igual. E falar pra quem só escuta pela metade não adianta muito. A metade que saiu não foi bem recebida do lado de fora, acabou voltando como criança quando sente medo de madrugada e vai pra cama dos pais... e fez confusão com a parte que ficou... O osso de galinha continua aqui, e eu só não arrisco dizer que ele aumentou porque senão eu teria morrido sufocada e não estaria aqui agora. E vocês não acreditariam.

Mas sabe. existem pessoas que estudam para ouvir 100%. São os ouvidos mais atentos do mundo, e estão diretamentes ligados a um cérebro magnífico que ao receber informações da minha vida é capaz de simplificar toda a minha confusão (porque não é o meu próprio cérebro, obviamente), e mandar pela boca palavras de (des)conforto que me fazem sentir melhor. Por apenas alguns muitos dinheiros. E eu resolvo falar as palavras engasgadas para os ouvidos 100%. Começo falando baixo, um pouco tímida, as palavras se espremendo entre o ar e o osso de galinha, saindo meio tortas e cansadas. Quase não acreditando que estão sendo libertas, meio desconfiadas, ressabiadas, fazendo rodeios. Não sabem ao certo pra quem estão indo, se misturam nas mãos agitadas trocando o anel de dedo em dedo, arrumando a franja já arrumada, colocando o cabelo atrás da orelha, mexendo na casquinha do brinco que tá inflamando a orelha, puxando fiozinho da blusa, se misturam nas pernas fortemente cruzadas. São soltas e jogadas para alguém que realmente as escuta, e aos poucos as outras vão sentindo vontade de sair também, pois também querem ser ouvidas. E as outras, as outras, as outras... Nessa hora as palavras da garganta já liberaram o espaço e o ar passa livremente, de dentro pro mundo, do mundo pra dentro. Existe ar do lado de fora, e é tão puro, e é tão bom. Balão de gás hélio. E sobe, sobe, sobe... E quanto mais alto, mais leve, pois as palavras estão saindo e tirando todo o peso. Palavras que estavam guardadas em tantos lugares, onde nem eu mesma sabia que existiam. E falo falo falo falo falo...


Mas também escuto. Verdadeiras porradas. Coisas que me fazem parar por três segundos num sorriso amarelo, numa reflexão tão profunda que sou capaz de viajar no meu universo inteiro e voltar com outra visão completamente diferenciada de tudo o que eu acabei de falar. E é simples assim como parece. Simples e dolorido assim. Dolorido porque descubro que se a minha vida fosse um filme num daqueles rolos de cinema antigo e você resolvesse projetar numa parede qualquer, você veria um filme em sua maioria preto e branco, totalmente mudo, e em algum determinado momento (ainda do início) a película embolaria e não daria pra ver o resto. A única pessoa interessada em ver o resto sou eu, portanto o trabalho de desembolar e consertar pra não embolar de novo é todo e puramente meu. Paciência, cuidado, organização do enredo, das datas, dos fatos, dos sentimentos de cada cena. E sem deixar romper para que o filme não fique pela metade pra sempre. O interesse é meu de ver esse filme terminando em um final feliz, colorido e com a trilha sonora que eu gosto.


Ass: Bella Marcatti

sábado, 23 de abril de 2011

Feriado...

É feriado e as pessoas se divertem nos feriados. Elas viajam, encontram com as pessoas que gostam e não podem encontrar na correria dos dias úteis, se sentem felizes ao poderem abrir uma cerveja numa quinta feira à tarde, conseguem realmente esquecer dos problemas e das dificuldades da rotina e realmente descansam, se permitindo passar uma tarde toda de pernas pro ar. As pessoas são assim.

Não lembro qual foi o último feriado que fiz isso. Quando chegam os dias inúteis eu me comporto como uma perfeita inútil, me permitindo ficar em casa de pijama deitada olhando pro tempo, pro computador ou pra televisão. Eu tenho feito isso, exatamente isso, em todos os meus dias inúteis, com a desculpa de estar cansada, trabalhando demais, querendo ficar quieta no meu canto. E nesse feriado não foi nada diferente. Todos viajaram, inventaram suas maneiras de aproveitar os dias de folga, e eu acabei ficando em casa sozinha.

Confesso: dessa vez eu não estava tão cansada. Aí parei pra me perguntar porque então eu resolvi ficar em casa dessa vez... e eu não consegui me responder. Talvez seja pra me poupar pela quantidade de trabalho que virá na próxima semana. Talvez seja pra tentar organizar as minhas ideias a respeito do meu trabalho, ideias essas que estão fervilhando todo o tempo, 24h por dia. Talvez seja porque eu não tive convite pra nada. Talvez seja pra me isolar (mais um pouco) desse mundo que a cada dia me deixa mais deslocada.

Reflexão vazia e sem muito sentido, ou completamente cheia de sentido, mas ainda assim vazia: Será que o mundo me deixa deslocada ou sou eu que estou me deslocando do mundo!?

O meu apartamento dessa vez está muito pequeno, as músicas altas não têm tanta graça e os programas da TV só me prendem por alguns instantes. Não tô com paciência pra internet e os assuntos (ou os não assuntos) das pessoas. Não achei legal comer miojo e chocolate o dia todo e estou com medo de dormir aqui sozinha numa casa gigantesca como a minha fica de madrugada. Tomo banho de porta fechada e trancada, deixando a luz do corredor acesa, e durmo com a porta do quarto fechada para ninguém entrar, mesmo sabendo que tem gente me olhando o tempo todo.

Eu só queria que o feriado acabasse logo. Tá chato.

Hoje já é segunda feira?

E agora?
...
...
...



E agora?







Ass: Bella Marcatti.




segunda-feira, 11 de abril de 2011

Apenas mais uma aventura do fim de semana...

Esse fim de semana fui me apresentar com a peça 10 MANEIRAS INCRÍVEIS DE DESTRUIR O SEU CASAMENTO em Carlos Chagas. Calma, eu explico.

10 MANEIRAS... é uma peça que é sucesso em BH há 6 anos, com texto e direção de Sérgio Abritta. No elenco (depois de muitas e muitas trocas) Ana Clara Campos, Christiano Junqueira, Ítalo Laureano e Talita Braga. No elenco atualizado (depois desse final de semana) Ana Clara Campos, Christiano Junqueira, Ítalo Laureano e eu, Bella Marcatti.

(A foto é com a Talita Braga, mas em breve será comigo!!)

Carlos Chagas, pra quem não conhece, é uma cidade que fica no norte de Minas, quase na divisa com Bahia, perto de Nanuque. Longe. Longe pra dedéu. De van, são aproximadamente 10 horas de viagem. Saímos de BH às 6h e chegamos lá às 16h. Numa van. Numa sacolejante van que oferecia 2 bancos para cada pessoa. 2 bancos não reclináveis. 2 bancos pequenos e extremamente desconfortáveis. Depois de passar 10 horas buscando me acomodar naquela situação e ainda, tentando dar ao menos uma cochilada de no mínimo 10 minutos sem bater a cabeça ou ter que me segurar pra não cair nas curvas, eu garanto: Posso fazer um número de contorcionismo no Cirque du Soleil. Ou posso fazer um tratamento seríssimo de coluna com um fisioterapeuta. Enfim, deu tudo certo. Chegamos bem, o hotel era bonitinho, eu tomei um banho e apesar da ansiedade que só aumentava a cada segundo, o cansaço ganhou e eu consegui apagar por uma hora mais ou menos, antes de ir pro teatro.


Foi a minha estreia nesse espetáculo, e eu tava super super super nervosa. A peça não é fácil, tem muitos personagens, muitas falas, muitas marcas, muitas trocas de roupa, e eu tive poucos ensaios, sendo que nenhum deles foi com todos os atores juntos... Eu nem tinha experimentado os figurinos e nem sabia que hora vestir o quê. Ou seja, eu tava lascada de verdade.

O espaço estava lotado. Nem sei quantas pessoas tinham ali. Muita gente sentada e muita gente em pé nas laterais e no fundo. Em cidade pequena, quando tem alguma coisa diferente, todo mundo vai. Acho que a cidade toda tava lá vendo a gente. E o palco, pequeniníssimo, quase não cabia o cenário e os atores em cena. Os refletores iluminavam só da metade pra trás, o que nos limitou ainda mais. Não tinha coxia, apenas um pano preto no fundo que a gente usava pra sair e entrar. Era isso.

Oração, abraços de boas vindas dos amigos e companheiros de cena. Fui. Tremia toda por dentro, sabe aquele tremedeira incontrolável? Achei que a voz não ia sair, que eu ia ter brancos, ia tropeçar, cair, quebrar todos os dentes e acabar com tudo. A primeira fala saiu como um espirro: "EU TENHO!" E emendei com o resto todo sem ficar pensando demais. Na minha segunda cena, eu tirei aplauso da plateia e consegui ouvir os outros atores vibrando e aplaudindo junto lá atrás. Isso me encheu ainda mais de energia. Fui dando o máximo de mim até o fim. Erro de fala e marca, nenhum. Desespero pra trocar as roupas, total. Ainda mais quando o fecho do vestido agarrou e não tinha Cristo que fazia soltar. A minha voz foi acabando ao longo da peça, afinal eu ainda tô gripada e a gente tinha que gritar muito pois a acústica não era boa. Isso foi o ponto negativo, no final eu tava esguelando muito e a minha voz estava insuportável (mais). Mas ok. Tão ok que os engraçadinhos "companheiros" ainda tiveram a cara de pau de zuar de uma boina que eu coloquei e que ficou muito maior que a minha cabeça. Me chamaram de cogumelo, playmobil, e a estreante aqui teve que se virar com tudo. Tudo certo e o Chris dedicou a peça à atriz estreante no final. Felicidade, sensação de trabalho cumprido e alívio, muito alívio.

Jantamos e eu dormi que nem um anjo. Levantamos às 5:30h e entramos na mesma van pra voltar pra casa. Tentei recuperar as posições confortáveis do dia anterior, mas o corpo já dava sinais de dor muscular, enferrujamento das articulações e falta de paciência. E curva pra lá, pra cá, e freia... Tô ficando meio enjoada. Tô ficando enjoada. Tô enjoada. Tô enjoadássa. Acho que eu vou vomitar, para a van, seu João! E só depois de botar o café da manhã pra fora eu pude brincar de joguinhos de improvisação com o pessoal. "Eu deveria???"


Cheguei em casa às 16h do domingo. Almocei, tomei um banho gostoso e deitei no melhor lugar do mundo, que costumo chamar de "minha cama", agradecendo pelo fim de semana que foi inesquecível.


Ass: Bella Marcatti.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Destino


Combinação de circunstâncias ou acontecimentos que influem de um modo inelutável. Fado, fortuna, sina, sorte. Situação resultante dessa combinação.


Eu já acreditava em destino, somado à minha intuição feminina, somada à minha intuição de Bella que tende a ser ainda mais forte e não falhar (quase) nunca. Eu poderia ficar horas e horas aqui citando exemplos sensacionais de que o destino atua fortemente em minha vida desde sempre, mas eu não tenho que provar nada pra ninguém. Eu sempre acreditei e pronto.


Mas agora eu acredito ainda mais. Só falta o destino se esfregar na minha cara e fazer bunda lelê. Só pode estar de brincadeira comigo. Brincadeira de bom gosto, no caso.

Adicionar imagem Vi e falei: Será. E tá sendo. E eu continuo sentindo que é. E será. Será?


segunda-feira, 21 de março de 2011

Tempo tempo tempo...


"O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que o tempo que o tempo tem é o tempo que o tempo tem."


Quando eu tinha tempo e assistia aquela novela das seis, gostava de uma frase que o menino que morreu sempre dizia quando era vivo: "Eu desperdiço o tempo como se ele fosse infinito..."


A verdade é que todo mundo faz isso. Todo mundo desperdiça o tempo como se ele fosse infinito. A gente não sabe do nosso próximo segundo, do nosso próximo dia, mês, ano, enfim... Os planos são muitos, mas as certezas são inexistentes. Prova disso é gente saudável que morre tropeçando na rua e gente que vive até os 90 enfrentando uma doença seríssima por anos e anos.


Como a gente vai saber quanto tempo a gente tem?


E como aproveitar esse tempo?


Entramos numa discussão séria e complicada. Tanto que nem sei por onde começar.


Tem gente que trabalha que nem louca durante a semana toda, durante o mês inteiro. Essas pessoas geralmente ficam estressadas, cansadas, preocupadas, mas no final das contas recebem seu salário que as permite ter uma casa legal, um carro legal, comida na mesa, um certo lazer nos finais de semana junto à família e uma viagem por ano. E ainda uma graninha pra juntar e garantir o futuro das crianças. Ok.


Tem gente que não gosta muito de trabalhar. Gente que acorda a hora que quer, não faz nada durante o dia, sai pra algum lugar legal à noite, não tem muitas pretensões pro futuro, vive aquele dia e pronto. Ok.


Tem gente que só pensa em se divertir, como se o mundo fosse acabar agora. Ok.


Tem gente que quer conhecer o mundo, então coloca uma mochila nas costas e sai por aí em busca de novas experiências, em busca de novas pessoas, novos lugares. Ok.


Tem gente que não quer aproveitar tempo nenhum pois não vê muito sentido nessas coisas. Então se tranca num quarto e fica lá esperando o tempo passar. Ok.


Tem gente que passa o tempo se exercitando e se cuidando para ter mais tempo. Ok.


Tem gente que usa o seu tempo pra fazer maldade pros outros. Ok!?


Tem gente que usa o seu tempo pra fazer bondade pros outros. Ok!


Tem gente que faz o que tem vontade e pronto. Ok.


Ai, sei lá. Tem gente de tanto jeito!!! E cada um vive o seu tempo à sua maneira. Então de que adianta ficar tentando pensar qual jeito é o melhor pra aproveitar o tempo, se cada um tem o seu? E se cada um tem o seu, não adianta dar palpite porque esse tempo é individual, instransferível e você não tem nada a ver com isso!


Portanto, o meu tempo sou eu que faço. Minhas atividades, meu trabalho, minha diversão, meu sono, meu banho, meu dia a dia, tudo meu. Então, não perca o seu tempo tentando controlar o meu. Resumindo com simplicidade e uma pontinha de falta de educação... NÃO ME ENCHA O SACO! Obrigada e tenham todos um ótimo tempo.


Ass: Bella Marcatti.


PS: Post dedicado a vocêzinho que tem me irritado bastante discutindo minha agenda comigo. E OLHA QUE VOCÊ NEM É A MINHA MÃE.

domingo, 20 de março de 2011

Só mais um diário...

Tem muito tempo que eu não escrevo aqui né!? Eu tenho um pouco dessas fases mesmo, épocas mais inspiradas, outras menos... Eu até tenho escrito bastante à mão no meu bloquinho que não desgruda de mim um minuto. Mas até bom, tem coisas lá que não são mesmo pra serem publicadas aqui. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.


Cheguei de viagem agora. Eu tava em Uberlândia gravando um comercial. Foi uma coisa muito doida. Pra começar, eu nem fiz teste. Simplesmente me ligaram perguntando se eu tinha disponibilidade. Ter eu não tinha não, mas a gente aperta daqui, cancela ali, troca um ensaio e uma data acolá... Fui.

Saí daqui de BH ontem às 12:22h com mais 2 modelos e 2 atores. Desculpem-me as modelos, e eu espero que elas nem leiam isso... Mas a minha primeira reação quando as vi chegando foi: "ahhh neeemmm, jura que elas vão com a gente? Que preguiça!" Tá bom, eu confesso. Rolou um recalque. Uma é loira, alta, magra, com uma pele de bundinha de neném, olhos lindos, nariz perfeito e uma boca (fechada) muito grande e bonita.
A outra, morenássa de parar o trânsito, cabelo liso enorme, bronzeada, peitones, bundones.
Elas tavam arrumadássas, como quem iam pra Paris. E eu, isso daí que vocês já conhecem. 1,65 de altura, beleza mediana, banhazinhas, celulitezinhas, narigão... De calça jeans e tênis. É o que tem pra hoje, Brasil! E não tentem me convencer do contrário, no perfil do comercial a descrição da atriz que queriam era: em média 16 anos, com cara de nerd, mas razoavelmente bonita. E eu fui a selecionada! Então... Pronto. Mas em uma coisa eu me garanto. Eu sou legal. Sou mesmo, juro! E com as duas, juro de novo, não dava pra manter uma conversa por mais de 2 minutos. Uma delas tava querendo comprar um casaco no aeroporto pois estava com frio. Detalhe: o casaco no aeroporto custa 300 reais, e ela tinha acabado de falar que tava no seguro desemprego! Aí é esnobar demais sem poder, concordam? Ô gente, fala sério. Se você tiver indo pra Itália, pra França, até pra Argentina que for, e sentir frio, e lembrar que na sua mala não tem nenhuma roupa de frio e que você vai não só sentir, mas PASSAR FRIO, tudo bem... Justifica você gastar 300 reais num casaco no aeroporto, é uma emergência. Agora... Cara! A menina tá indo pra Uberlândia!!! Interior de Minas! Pra voltar no dia seguinte!! Poxa!! Tudo bem, tá meio friozinho mesmo, mas não dá pra aguentar? Tem MESMO que comprar um casaco por 300 reais no aeroporto?? Isso sem falar que a cada 3 palavras dela, 2 eram cidades do mundo pelas quais ela já desfilou. Aff.

Ainda bem que a preguiça não era só minha, um dos atores que estavam comigo virou mais que meu parceiro e companheiro nessa viagem, virou meu confidente e piadista particular. A gente não deixava passar uma, era comentário o tempo todo! E isso me ajudou muito a levar as coisas de maneira mais leve até o fim. Até porque ele me deixou bem tranquila me mostrando que o lábio superior da morena era levemente torto pela quantidade de botox, e que o cabelo dela era chapado, que os peitos e a bunda eram de silicone e que o bronzeado dela era artificial. Obrigada por isto!
Bem, ainda estamos no aeroporto. Não vou me estender muito falando das pessoas do aeroporto e nem das duas distintas senhoras que se sentaram do meu lado no avião. Fica por conta da imaginação de vocês. Mesmo. Não vale a pena.

Chegando no aeroporto de Uberlândia, ficamos meia hora esperando o cidadão da produtora buscar a gente. Ele veio e disse: "Uai! São 5? Eu tava esperando só 4, tem um excedente! Deixa eu conferir a lista de nomes..." E é claro que o nome que não constava na lista era o meu. A sorte é que alguém ligou pra ele e disse: "Cadê a Izabella?" E ele perguntou "Quem é a Izabella?" e a Izabella era eu. A pessoa que ligava era o assistente de produção me chamando pra gravar. Ou seja, eu era realmente importante naquela birosca!! E atrasada!

No caminho para o hotel, eu ia conversando com a cozinheira pelo telefone, escolhendo o prato que eu ia almoçar. Picanha, arroz, tropeiro, vinagrete e batatas fritas. =)
Engoli tudo e fui pro set.

Todos os figurantes não passavam dos 15 anos. Quando eu falei a minha idade ninguém acreditou, todo mundo achou realmente que eu tinha a idade deles. O que é bom. Quando eu tiver com 40tinha eu vou ter carinha de 30 ou menos. E nada de botox pra mim! Alô produção de Malhação!! Ainda dá tempo hein!? ;)
A gravação foi super tranquila, em pouco mais de uma hora a gente já tinha finalizado e dali em diante eu estava livre para fazer o que eu quisesse até hoje na hora de vir embora pra BH.

O hotel era lindo. Grande, chique, um hotel legal como eu nunca havia me hospedado. Tá bom, confesso e confesso mesmo. Assinei todos os atestados de pobreza no quarto de hotel.
1) Pular na cama.
2) Abrir o frigobar pra ver o que tem dentro e consumir coisas mesmo sem querer.
3) Ligar a TV mesmo sem querer ver.
4)Abrir os armários pra ver o que tem dentro.
5) Usar a torneira da pia do banheiro só no quente.
6) Ligar o ar condicionado e enfiar debaixo do edredon.
7) Acender a apagar as luzes e os abajures só pra ver como fica com cada clima.
8) Dormir no meio da cama, em posições nunca antes dormidas, só pra aproveitar melhor o espaço.
9) E o pior de tudo, e não proposital: ficar horas brigando com o cartão que funciona como chave do quarto, sem saber quando ele realmente trava a porta ou não. Me sentia bem mongol nesses momentos.

Na hora do jantar eu dei uma pequena abusada, pedindo o prato mais caro do menu. Peito de pato ao molho de frutas vermelhas com purê de amêndoas e frutas sei lá das quantas.
E de sobremesa, recusei alguma coisa que vinha com pétalas de rosas e acabei mandando um Petit Gateau, que por sinal estava SEEEENSAAACIONALLLL!! Isso sem falar nas inúmeras gargalhadas e idiotices faladas junto com o pessoal da mesa. Talvez esse tenha sido o melhor momento, o único momento em que consegui me divertir ao lado das paquitas. Mais ainda quando uma delas se deu conta de que na mesa ao nosso lado estava o cantor Vitor, da dupla Vitor e Leo. Hahahahaha, aí é que eu e o meu parceiro de piadas intermináveis tivemos muito material. Fomos pra perto da janela e falamos um monte!!! Foi realmente legal. Mas eu precisava mesmo era dormir.

Hoje de manhã tomei um café da manhã reforçado, com coisinhas gostosas de café da manhã como bolo e pão de queijo... Voltei pro quarto, fiquei na internet um pouco...
E finalmente voltei pra BH, no voo das 13:50h. Cochilando de tempos em tempos e acordando com o pescoço dolorido.
Conclusão: preciso comprar aquelas almofadinhas de pescoço pras viagens. Ainda tenho muitas pela frente...
Conclusão 2: É muito bom viajar com o dinheiro dos outros.
Ass: Bella Marcatti

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se é que isso é loucura...

Preciso falar sobre amor. São 03:59h do dia 5 de janeiro, e eu preciso falar de amor. Eu finjo que não, mas o amor está presente na minha vida 24h por dia. Eu falo que sim, mas o amor está muito mais presente na minha vida do que eu mesma posso imaginar. Não sei qual é o meu nível de loucura. Se isso é que isso é loucura. Não sei se todo mundo é assim e se todo mundo consegue fingir muito mais do que eu. Ou se todo mundo é assim e não sabe que é. Ou se ninguém é mais assim porque os tempos mudaram. Antigamente as pessoas eram assim? Eu acho que não. O mundo muda muito o tempo todo, mas algumas coisas nunca mudam. Amor é o mesmo amor desde muito tempo até hoje. Algumas pessoas encontram, outras não. Algumas pessoas sentem, outras não. Algumas pessoas refletem sobre isso, outras não. Algumas pessoas se importam com isso, outras não. Já ouvi muita letra de música, muito poema e muita gente falando que o ser humano não vive sem amor, que é o que ele realmente procura e precisa durante toda a sua vida, mas... Todo mundo se esconde tanto. Por quê? Por que se esconder, se o amor é a coisa mais linda e é a coisa melhor do mundo? Se Deus é amor, pra que se esconder? Se família é amor, pra que se esconder? Não sei até que ponto sou louca. Se é que isso é loucura. Mas. Estou aberta. De peito escancarado. Corpo escancarado. Para o amor. 24h por dia. O tempo todo. Respiro e vivo amor. Cultivo amor. Acredito no amor. Em todos os aspectos que o amor pode ter, os explicáveis e os inexplicáveis, os visíveis e os invisíveis, os verdadeiros e os duvidosos, e até mesmo o contrário do amor que dizem que ainda assim é amor. Todos estão em mim todo o tempo.

Mas. Tem UM AMOR, um único amor que é diferente de todos os outros. Diferente porque é um aspecto específico. Não é explicável. É visível. É verdadeiro. E não pode ser o contrário do amor, e mesmo que fosse, continuaria sendo amor do mesmo jeito. Amor de quem pouco se conhece, mas já sabe que é pra sempre. Daqueles que não precisa de muitas palavras, e mesmo que elas venham desesperadamente em todos os momentos, os olhos é que falam. O jeito com que arrumo o cabelo atrás da orelha. O jeito que observo suas mãos enquanto você gesticula e fala. Amor de quem acorda e a primeira coisa que vem na cabeça é a sua imagem. Amor de quem pensa em você o dia inteirinho até na hora de dormir. E quando pensa, é como se nunca tivesse pensado. O estômago revira, nasce um osso de galinha na garganta, o coração dispara e o rosto fica idiota. Um sorrisinho idiota no canto da boca. Sintomas claros, específicos, verdadeiros, e se fosse tudo ao contrário... Seria amor do mesmo jeito. Amor do tipo que quer te contar cada coisa que vou fazer no meu dia, no meu mês, no meu semestre, no meu ano, na minha vida. Amor que te coloca em todos os planos, desde ir na padaria no fim da tarde até uma viagem inesquecível para o outro lado do mundo. Mas ir na padaria no fim da tarde com você também seria inesquecível. Amor do tipo que fica lembrando da sua voz, do seu sorriso e daquela gracinha que você fez, que nem teve assim tanta graça, mas você poderia fazer sempre do mesmo jeito que eu ia rir do mesmo jeito. Amor do tipo que fica memorizando suas expressões enquanto você fala pra se lembrar depois. Que fica filmando cada instante como se ele fosse o último e o mais importante, pra lembrar quando eu fechar a porta do meu quarto depois de ter te encontrado. E perceber que ah, pouco importa, todos os instantes com você são importantes. Amor do tipo que quer saber do que você gosta, só por saber. E quando vejo algo que me lembra, comento pra mim mesma: "Você gosta disso, eu sei, eu lembrei.". Amor que não precisa saber exatamente cada passo seu, só quer saber se está tudo bem. Amor do tipo que cria milhões de situações envolvendo nós dois. Ou do tipo que imagina como seria se você estivesse aqui agora. Amor do tipo que sente seu cheiro no ar, do nada, de repente, e procura de onde vem. Mas vem de dentro porque o seu cheiro é só seu e de mais ninguém. Amor do tipo que tem receio de encostar em você, com vergonha de você perceber o quanto estou tremendo por dentro, aquela tremedeira incontrolável, e de você achar ruim de eu encostar em você as minhas mãos geladas e suadas de nervosismo. Amor do tipo que. Amor do tipo que... do tipo que eu sinto.
Não sei o quanto eu sou louca. Se é que isso é loucura. Mas a esta hora eu não tenho nenhuma dúvida de que não é a toa, não é qualquer coisa, e é assim. Mesmo que eu pudesse apagar você da minha memória e eu não fizesse mais ideia de quem você é, se eu te visse andando pela rua por acaso, me apaixonaria de novo na mesma hora.


(Baseado no filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças")

Ass: Bella Marcatti

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sessão Cineminha - "Onde vivem os monstros"

Passei a madrugada assistindo ao filme "Onde vivem os monstros", indicação expressa do Du, do Arijon e do Augusto: Três marmanjos que confessaram ter chorado como crianças...

O filme não é para crianças.

Pra quem não sabe, o filme "Onde vivem os monstros" é uma adaptação que o diretor Spike Jonze fez do livro infantil que leva o mesmo nome. O livro pode ser lido em alguns minutos, por ter uma frase em cada página e grandes ilustrações. O filme vem preenchendo a história do livro com significados e ultrapassa a história meramente infantil.
O filme não é para crianças.
Max, um garoto extremamente criativo e inteligente, vive num universo criado por sua imaginação, assim como todas as crianças fazem. Sua irmã e sua mãe, ocupadas e preocupadas com as situações reais do dia a dia não dão muita atenção e importância às brincadeiras e propostas de Max. Se sentindo então incompreendido e sozinho, Max se transporta para um universo criado por ele, onde ele é o rei, onde suas opiniões valem muito, e onde todos tem o único objetivo de serem felizes.
O que Max não espera é que nesse mundo novo vivem os monstros. Os monstros que nada mais são do que extensões, representações de seus próprios sentimentos. Carol, o monstro com que Max mais se identifica, é incompreendido e nervoso. Douglas é amigo. Alexander nunca tem a atenção do grupo e se sente carente. Judith é agressiva. Ira é criativo. E KW, a monstra que salva e ajuda Max nos momentos de perigo, seria a sua própria mãe.
Durante todo o tempo em que esteve neste universo imaginário, Max sente o peso da responsabilidade em fazer com que todos sejam sempre felizes e convivam bem. Assim acontece uma identificação imediata com todos nós, seres humanos, na eterna luta interna de fazer com que estejamos sempre bem e em harmonia com nossos próprios sentimentos.
O filme não é para crianças.
Apesar da fotografia sensacional, as cores são pastéis e não chamam a atenção. Não há muitas cenas de ação ou aventura, o desenrolar da história se passa mais através de diálogos e análise da personalidade de cada personagem. O que mais poderia chamar a atenção de uma criança durante o filme seria algumas músicas que compõem a trilha sonora, maravilhosamente feita por Karen O. And The Kids. Várias crianças participaram de todo o processo de gravação do filme. Vale a pena baixar a trilha e assistir aos extras do DVD!!!

E obviamente, preciso comentar da atuação sensacional e maravilhosa do ator principal, que faz o Max. Ele também se chama Max. Max Records. Lindo e fofo!!!


Conclusão: Onde vivem os monstros?? Dentro da gente. E cada um tem os seus.

Ass: Bella Marcatti