Curte aí...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Intercâmbio

Visualizem:

FIGURINO:
Camiseta branca de alcinha (velha), calça de moletom cinza enorme, furada e sem elástico na cintura (velhássa), cabelo à la rabo de cavalo (descabelado), acessórios são irrelevantes para a visualização, mas estou com todos, brincos, anéis, colar, pulseira, à la árvore de natal. (eu gosto, e daí.).

POSIÇÃO: Perna de índio. Coluna completamente curvada pra frente. Entre as pernas: um pacote de bisocoitos amanteigados. (O que mais seria?)

TRILHA SONORA:
No fone: Kisses and Cake de John Powell, ininterruptamente. (eu gosto, e daí.)

CENÁRIO:
O quarto completamente bagunçado, cama desarrumada, muitos papéis e roupas espalhados. Folhas de retroprojetor, canetas em cima da cama. Uma blusa cheirosa em cima do travesseiro. Um copo de farinha láctea com leite acaba de se esvaziar.

SITUAÇÃO:
Uma conversa no Gtalk com um amigo desesperado. (O amigo não será totalmente identificado por motivos de segurança. Chamaremos de Liug.) Ele alega ter tido um problema de comunicação com a namorada, e agora ela bloqueou totalmente a comunicação, não respondendo às mensagens e dando end nas ligações dele. Minha primeira pergunta: Ela está na TPM? E tamanha a minha surpresa ao ler a resposta: acho que não, porque ela estava há pouco tempo. Como assim ACHA que não? Que tipo de namorado é esse que não sabe exatamente os dias em que a namorada está ou não está de TPM? Isso é quase que uma obrigação, namorado tem que ter o manual de instrução da namorada decorado para ser utilizado a qualquer momento, em caso de qualquer imprevisto ou necessidade!

SOLUÇÃO:
Como eu sou uma menina muito legal e muito solidária, venho por meio deste ajudá-los, caros queridos amigos da minha vida e outras figuras que porventura venham a ler esta postagem sem me conhecer, enfim, todas as criaturas sem sensibilidade e sem um pingo de noção as quais nós, mulheres, chamamos de homens. Especialmente pra vocês, aí vai... tchãtchãtchãtchãããã...

O INCRÍVEL MANUAL DE INSTRUÇÕES DA MULHER COM TPM!


Mas óh. Não se anima não, colega. Isso pode servir em partes pra sua namorada, em partes pra sua amiga, em partes pra sua mãe e em partes pra nenhuma das mulheres que te rodeia, pois, passo número um e mais importante:
cada mulher é diferente, e expressa sua TPM de maneira diferente. É obrigação sua conhecer bem a particularidade de cada uma e saber o que funciona e o que não funciona.

Vamos aos sintomas:

PSICOLÓGICOS:

a) Irritabilidade, nervosismo, hipersensibilidade emocional, agitação, raiva. Dica: Não se atrase, não falte, não minta, não faça gracinhas, não discuta, não questione, não respire, não, não, não.

b)
Baixa auto-estima. Dica: Elogie.

c) Ataques de choro. Dica: Abrace-a imediatamente sem perguntar nada.

GASTROINTESTINAIS:

a)
Dores abdominais. Nunca que é frescura, se ela fala que dói, é porque dói mesmo. Dica: Faça carinho na barriga dela com uma boa compressa de água quente.

b)
Inchaço abdominal. Dica: Cale a boca!

c)
Prisão de ventre ou diarréia. Dica: Fique na sua. Ela está literalmente enfezada.

DERMATOLÓGICOS:


a)
Acne. Dica: Você não viu nada.

NEUROLÓGICOS:


a)
Dores de cabeça. Dica: Fala baixo.

b)
Tontura. Dica: Pára de rodar.

c) Desmaios. Dica: Segure-a como bom príncipe que é.

d) Contrações musculares. Dica: Não desconte o tapa.

e) Descoordenação dos movimentos. Dica: Deixe-a dirigir com boa vontade e alegria.

OUTROS:

a)
Sensação dolorosa nas mamas. Dica: Tira a mão, porra!

b) Diminuição do desejo sexual. Dica: Boa noite.

c) Aumento ou falta de apetite. Dica: Tenha chocolate sempre em mãos. Fim.

Então, meus queridos e nem tão queridos, e em especial meu amigo Liug, aí está o manual de instruções da mulher com TPM. Façam ótimo proveito. E quem me conhece e convive comigo, pode começar a praticar, pois estou naqu
eles dias!!!

E como eu sou legal, muito legal, mas muito legal mesmo, vou dar uma dica para as meninas, moçoilas, mocérrimas que, como eu, se acham sempre no direito de fazer tudo que querem, só porque estão na TPM. Acessem
www.fedazunhagem.blogspot.com para entender o que se passa também na cabeça dos meninos, moçoilos e mocérrimos nessa situação toda. Afinal, tadinhos, quando eles nos amam de verdade, acabam tendo tensão pré menstrual por osmose!


Liug.

PS: Fonte dos sintomas: eu mesma e site www.tuasaude.com
PS2:
O blog indicado nãããão ééééé, definitivameeenteee, do meu amigo Liug. =P

Ps3:
Postagem dedicada ao meu amigo Liug, que teve comigo a ideia desse intercâmbio super massa de postagens com o mesmo tema nos nossos blogs.


Ass: Bella Marcatti.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Um desabafo no meio do nada, assim, só pra...

Boa noite. O texto que vocês vão ler a seguir não é meu. Bem que eu gostaria que fosse. É tão gostoso quando a gente lê alguma coisa e se identifica, se sente tão compreendida, tão como se aquilo tivesse falando exatamente o que você tá sentindo mas não achava palavras e nem nenhuma outra maneira de expressar... Acho que se eu tivesse escrito eu estaria me sentindo bem mais leve. Mas o fato de ter achado esse texto e ter lido do jeito e nas circunstâncias que eu li, já me ajudou bastante. Eu recebi esse blog hoje como indicação no Twitter, o endereço é www.fragmentos.bz. Coisa mais linda pra ler e pra ver. Nunca vi um blog tão delicado, tão puro, tão, tão... tão como eu queria conseguir escrever essas coisas pra aliviar meu coração. Deliciem-se:

"a saudade não se mede pelo tempo da ausência, mas pela intensidade da presença.

no discurso amoroso, ela se esconde em letras e canções de uma determinada época. aparece quando cruzo com alguém que usa o mesmo perfume. habita pequenos fatos cotidianos, que geralmente passariam despercebidos, mas com você faria todo sentido.

quando acomete, tem urgência. é o coração querendo retornar. para lugares que talvez nem existam mais. para planos que desistimos. ou que desistiram da gente.

mas continuo elaborando novos planos e crio mundos com minhas expectativas. a saudade é a distância entre eu e como eu gostaria de estar."


Texto: Tiago Yonamine
Ilustração: Marina Faria

Vontade de gritar essas coisas pro mundo: Bella Marcatti.

sábado, 24 de abril de 2010

Nada cult (Porque eu tenho que falar quando a coisa é ruim tb)

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite? Acho que sim. Eu, na falta de uma esperança, pensei em ir até o Galpão Cine Horto para assistir ao espetáculo "O Realejo", do grupo Bagaceira de Teatro, dentro da programação do Festival de Teatro Brasileiro. Postei essa ideia no Twitter e muito prontamente meu amigo Fred Bottrel me disse: "o nome do grupo já me causa arrepios." E eu respondi: "Ah, mas é que não tem mais nada pra fazer. Nada a 5 reais, quero dizer. Lá vou eu." Pensei em desistir ainda mais algumas vezes, mas não sei o que me fez sair de casa em pleno sábado às 20h a pé, pegar o ônibus mais favela que passa no meu bairro e ir parar lá no Horto!

Eu sei elogiar. Mas quando é pra escamar, eu sei mais ainda. Gente. Fala sério. Nunca assistam nada desse grupo com nome bastante auto-explicativo. A história, se não fosse uma história muito novelinha das 6 seria melhor. A história, eu disse, não o texto. Porque o texto é todo em verso, todo rimado. Saco. Tem algumas mensagens bonitas, mas jogadas fora nas vozes murchas, completamente ritmadas e sem entonação dos atores. Os atores. Feios. Sem um pingo de en
ergia. Parecem estar mortos em cena, e não falo apenas pela maquiagem cadavérica e pelas roupas sem cor que usam. Isso poderia até ser proposital, mas deu preguiça de ver. Tudo marrom e preto, coisa mais apática, mais abatida, astral lá embaixo. Trilha sonora muito igualzinha, música de realejo o tempo todo, que junto com os versos ritmados, vira uma canção de ninar. Não foi à toa que eu ouvi vários, nem um nem dois, eu disse VÁRIOS bocejos na platéia, inclusive os meus. Eu fiquei me mexendo na cadeira (que já é desconfortável por si própria) o tempo todo e rezando pra acabar. Foi a hora mais longa da minha vida.

Agora: o que mais me incomodou no espetáculo inteiro. (Nossa, tem mais? Tem.) Que ideia é essa de fazer um teatro de bonecos que não é de bonecos? Vou tentar explicar. Imagina a cabeça do ator. A cabeça do ator é a mesma cabeça do boneco, completamente desproporcional, porque o boneco é uma tripinha de pano colada na frente do corpo do ator, que acompanha os braços e as pernas. A mão do ator é a mão do boneco (desproporcional de novo), e os pés do boneco estão grudados nos joelhos do ator. Então o ator tem que ter uma movimentação muito especial pra dar vida àquela tripinha colada na frente dele, e infelizmente ninguém soube fazer isso com perfeição. Além do fato de que a desproporcionalidade das cabeças e dos corpinhos não fazia uma imagem completa, não dava a ilusão para o espectador. Ou eu prestava atenção só nas cabeças, ou só nos corpinhos. Nossa, muito ruim, nem tenho co
mo explicar.

Saí de lá correndo. Correndo literalmente, porque vi o meu ônibus passando na avenida ao lado e não podia perder, já estava tarde para uma moçoila como eu ficar andando por aí de noite e sozinha. E dentro do ônibus eu vim pensando... É. Nós, atores, temos muita, mas muita responsabilidade. Tiramos as pessoas das casas delas, sabe-se lá em que situações. Fazemos as pessoas se deslocarem, tirarem dinheiro da carteira, pagar um ingresso, só pra nos ver. Nós temos O DEVER, A OBRIGAÇÃO de fazer um traba
lho bem feito para recompensar pelo menos um pouco do esforço que o público teve para chegar até ali. Nós temos que fazer aquelas pessoas se distraírem, esquecerem o mundo que está lá fora e se entregarem para nós, pelo menos enquanto estiverem ali. É o nosso ofício, nosso trabalho e temos que fazer bem feito como um médico precisa realizar uma operação com sucesso. Termino dizendo uma frase de Stanislavski que está pregada na parede do meu quarto e olho sempre pra ela e me inspiro: "Não há nada pior para o teatro do que o homem de teatro mal preparado."

E eu, que esperava alguma coisa do sábado à noite, me fudi.

PS: Até tentei umas fotos da peça pra colocar aqui, mas ah. Pra quê?
PS2: E num tô afim de colocar a sinopse também não.


Ass: Bella Marcatti.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Espantando o abatimento (essa postagem não é pra você, é pra mim mesma, dá licença?)

Dia péssimo do péssimo do péssimo. Acordei às 8 da manhã, tava cedo pra acordar. Fiz força, dormi às 10h, acordei às 14h. Não era pra tanto também, né. Almoçar, nem pensar. Olhei pra comida, revirou tudo aqui. Não, não estou grávida, antes que comecem as piadinhas infames e sempre iguais que todo mundo faz quando você fala que tá enjoada. Algumas coisas nunca mudam, infelizmente. Almocei frutas com farinha láctea. E vim para a frente do computador.

Algumas pessoas mentem muito na frente de um computador. Orkut é a maior mentira da humanidade. No Orkut ninguém é feio, ninguém é triste, ninguém é falso, todo mundo é cercado de amigos e vivem nas baladas. No Orkut, até sofrer por amor é bonito. Posso até parecer meio verdadeira demais, mas pode ir lá conferir quem quiser. Minha frase de status define exatamente o que eu penso hoje: "Solteironas escrotas são os pilares da nossa sociedade!" e sim, acreditem, me encaixo nessa classe social com um certo orgulho. Minhas fotos, são de trabalho. Meu perfil, um pouco grosseiro, pede às pessoas (que nem sempre entendem, por que será?) que não me adicionem sem me conhecer e manda esse povo todo ir trabalhar. Essa sou eu na internet hoje, um pouco mal humorada talvez, mas sempre verdadeira e de acordo com o que eu tô sentindo de verdade. Prefiro assim.

Gtalk, MSN: Ei, tudo bem? Eu não sei responder tudo bem se não tá tudo bem. Não tá tudo bem, eu tô dentro de casa sem merda nenhuma pra fazer, sem ânimo pra começar, desempregada, sem apetite, com olheiras lá no pé, caramba, não tô bem não. E não tô conseguindo ficar. Posso? Não, não posso. As frases a seguir foram retiradas de conversas que eu tive hoje, qualquer identificação não é mera coincidência.

"pode deixar não, não pode se entregar facilmente..." "grita, grita pela net, extravasa aí..." "ouve músicas ruins não" "na vida vc tá passando um mau momento" "Você precisa de uma pá, pra tirar a terra e sair do buraco" "nuosssa! pode não menina! parecendo passarinho! vai ficar doente desse jeito" "ah não Bella, pó parar! quero saber de você doente por ficar em casa o dia todo não. Besteira hein?" "vou te dar uma animada" "olha lá hein. não quero te ver robozinho não" "então óh: quando tiver tristinha pelos cantos, dá o grito que a gente encontra e eu te animo"... ... ...

Disseram que a música que eu tava ouvindo era deprê. Me mandaram algo um pouco mais animado. Dancei. Nasceu um movimento chamado #EspantandoOAbatimento, na tentativa muito bacana e verdadeira, senti eu, de me animar. Nem que seja uma animação temporária, já valeu a pena. Mesmo que amanhã eu acorde do mesmo jeito que acordei hoje, a madrugada foi diferente de todo o dia, e mais produtiva também. Ah, não sei. Me senti melhor. Obrigada a todo mundo. Pelo menos uma coisa boa de ficar triste tem. Você vê quem é seu amigo de verdade e quem não é. Quem se preocupa de verdade e quem finge que preocupa só pra parecer. E de quebra, ainda pode conhecer um amigo novo, que te chama pra ir pro buteco, não é ótimo!?

E a postagem é pra eu ler quando tiver me sentindo triste. Obrigada a mim mesma pela tentativa de me ajudar. Vamos lá, Bella, um sorrisinho pra fechar a noite, vamos lá?

Isso, menina!

Ass: Bella Marcatti. =)



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sessão cineminha

Feriado pra todo mundo. Pra mim, um dia como outro qualquer. É o que dá quando não se tem nada pra fazer. Pelo menos eu não me senti a única à toa dentro de casa em pleno dia de semana. Meio da tarde, família toda dentro de casa, eu e meu pai resolvemos assistir ao filme "Quem quer ser um milionário?"

Sensacional. O filme se divide em 3 partes que acontecem simultaneamente. O programa à la Show do Milhão, o protagonista Jamal sendo interrogado pela polícia e as lembranças de Jamal da sua vida toda até chegar ali ao lado do irmão Salim. Tudo mais puxado pra cores quentes, o que nos leva ainda mais para o clima da Índia. Cortes rápidos, imagens do céu, do chão, muito pó e sujeira, o filme é cheio de realidade. Problemas ligados à religião, exploração e prostituição infantil, marginalidade. Emoção do início ao fim. Uma produção norte-americana mergulhada em outra cultura, acho que é a primeira vez que eu vejo isso. Digo, uma cultura existente no planeta, e não monstros ou seres estranhos vindos de outros lugares inexplicáveis como costumamos ver, e estamos vendo cada vez mais nas produções dos EUA.

Comentei desse filme no Twitter e um amigo meu, Lucas, comentou a respeito da grana que foi utilizada para a montagem desse filme. Pesquisei e, pasmem. Um filmão desse foi todo feito com apenas 15 milhões de dólares. Sabe quanto eles arrecadaram nas bilheterias? 377 milhões. Massa, né? E como eu comentei com ele também no Twitter, prova que mais vale a competência e uma boa ideia nas mãos do que dinheiro.

Aaaaa é! E como eu jamais poderia deixar de comentar... As crianças do filme, principalmente a que faz o Jamal, são as coisas mais deliciosas, gostosas e lindas do mundo! Crianças que atuam que nem gente grande, meu Deus do céu, que coisa maravilhosa. Eu babei e estou apaixonada até agora. São lindos e eu quero pra mim.

As crianças Ayush Mahesh Khedekar (Jamal), Rubiana Ali (Latika) e Azharuddin Mohammed Ismail (Salim)

Ayush Mahesh Khedekar, coisa gostosa da tia!!

E a coreografia que todo o elenco dança no final do filme... Eu achei meio nada a ver, mas é legal. Eu dancei também, confesso.

No mais, para quem ainda não viu, fica a dica. "Quem quer ser um milionário?" é um ótimo filme! Não é à toa que ganhou 8 Oscars, 4 Globos de Ouro e 7 prêmios BAFTA, além de várias outras indicações super merecidas.

Vai a sinopse:

"Jamal Malik tem 18 anos, vem de uma família das favelas de Mumbai, Índia, e está prestes a experimentar um dos dias mais importantes de sua vida. Visto pela TV por toda a população, Jamal está a apenas uma pergunta de conquistar o prêmio de 20 milhões de rúpias na versão indiana do programa Who Wants To Be A Millionaire? . No entanto, no auge do programa, a polícia prende o jovem Jamal por suspeita de trapaça. A questão que paira no ar é: como um rapaz das ruas pode ter tantos conhecimentos? Desesperado para provar sua inocência, Jamal conta a história da sua vida na favela - onde ele e o irmão cresceram -, as aventuras juntos, os enfrentamentos com gangues e traficantes de drogas e até mesmo o amor por uma garota." (Fonte: www.portaldecinema.com.br)


Ass: Bella Marcatti.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aula do dia 17/04 - Curso de Impro

Cheguei super animada no curso. Reconhecer quem era quem (como faltei o primeiro dia, não conhecia as pessoas), cumprimentar quem eu já conhecia, inclusive meu primo de 3º grau Bruno Berg, que eu nem conhecia pessoalmente! Um encontro de família emocionante, hehe. Entramos na sala, sentamos em roda e os novos colegas se apresentaram, nome e o que fazem da vida, o que os levaram ali. Pela primeira vez me senti ansiosa pra falar de mim, o que nunca aconteceu. E eu nem lembro o que eu disse, acho que gaguejei tudo e esqueci um monte de coisa. O que me conforta é que não era a minha única chance de mostrar quem eu sou, ainda teremos muitas oportunidades. Enfim, todos descalços e começamos o aquecimento de articulações e aparelho vocal.

Desde que saí do Kickboxing no meio do ano passado eu nunca mais fiz um exercício físico na minha vida. Alongar as articulações da maneira diferente proposta pela Débora, (visando a oposição, e não simplesmente esticar de qualquer jeito), foi como acordar o meu corpo. Tanto que no dia seguinte fiquei totalmente dolorida como se tivesse ido pra academia. As pernas e os ombros estavam todos doloridos. Sensação gostosa de corpo trabalhado. E olha que nem fizemos nada tão elaborado ou difícil! O meu corpo era que tava morto mesmo. Já comecei me animando por aí, e já espero ansiosa pela evolução desses exercícios de alongamento na próxima semana.

Como a turma aumentou muito e estávamos cheios de nomes e caras novas, fomos para o exercício das flechas com os nomes. (Apontar um colega da roda e com uma palma, dizer o nome dele). No início, é claro, tudo um pouco travado, eram muitos nomes e rostos pra decorar. E ainda, contamos com 2 Isabelas, 2 Brunos e 2 Léos, o que deu um nó na cabeça da galera! Depois que a Débora disse que era certo se a gente errasse, aí começou a fluir melhor. Gostei quando ela desafiou quem estava se dando bem, dizendo que poderia ser mais rápido ou falar nomes que ainda não tinha falado. Eu me senti nesse grupo que tava conseguindo fazer direito, e quando me propus a ser mais rápida, me senti travando também. Passei uma rasteira em mim mesma, vai boba! Adoro quando acontece isso. Fizemos o mesmo exercício, porém usando as flechas com os nomes errados. Isso deu uma fixada legal nos nomes e rostos, lembrando que de tempos em tempos mudávamos de lugar na roda.

Passamos para o jogo de pique-pega (quem estiver prestes a ser pego grita o nome do novo pegador), e acho que houve uma certa dificuldade da turma pra entender a proposta do jogo. Eu já havia jogado esse jogo outras vezes, mas sempre me dou muito mal nele. Acho que ele trabalha a ansiedade e a inteligência. Quando vejo o pegador se aproximando, desoriento e não consigo falar nenhum nome. Quando falo, sou burra e falo a de um outro jogador que está muito próximo de mim, e acabo me dando mal do mesmo jeito. Apesar de ser um jogo de agilidade, exige muita calma e concentração. Na última partida tentei controlar mais o meu nervosismo e até consegui chegar mais ou menos no final, mas quando me dei conta de que estava jogando com mais 4 homens, eu desconcentrei e perdi rapidinho.

Jogo da máfia. Esse eu nunca tinha jogado. Adoreeeei! (Uma pessoa fala o nome de outra da roda, que rapidamente tem que se abaixar para não ser morto pelos companheiros ao lado, que atiram. Se a vítima abaixar, se salva, e morre quem atirar por último. Quem morre, permanece abaixado o resto do jogo e dita a próxima vítima). Os dois primeiros jogos não funcionaram muito. Acho que a gente demora um pouco pra entender qual é a do exercício, normal. Mas depois achei que a quantidade de comentários, risaiada e piadinhas a cada morte atrapalharam o andamento do jogo. Débora deu todos esses toques, dizendo que o tempo de rir e comentar é o tempo de você fazer a melhor jogada para se vingar de quem te matou. O jogo sendo dinâmico, não dá tempo de ninguém premeditar nada, nem mesmo assimilar as pessoas que estão ao seu lado, e aí é que fica legal, cria-se um suspense. Depois das dicas o jogo funcionou muito melhor. Criou-se um climão de assassinato na sala. Eu estava concentradíssima me sentindo a matadora. Pá! Pá! E ganhei o último jogo. =) Só achei que a decisão para ver quem matou primeiro deveria ser mais rápida, nos casos de “empate”, e que a opção “segundo tiro” não deveria valer. O que vale é a rapidez e qualidade do tiro, não a quantidade de tiros.

Exercícios de performar um objeto. Todo mundo caminhando pelo espaço, cada hora a Débora falava o nome de alguém, que falava um objeto, e todas as pessoas deveriam ser aquele objeto com o corpo. Automaticamente, a gente já estava fazendo os sons, e isso foi bem legal. Os objetos foram interessantes e possíveis de se fazer corporalmente, e eu queria estar de fora para observar as ideias dos meus colegas. Depois formamos grupos de 4 pessoas e quem assistia sugeria os objetos que deveriam ser executados. A montagem corporal dos objetos deveria ser feita pelo grupo, e todos integrados, dividindo a mesma ideia. Quando não acontecia dessa forma, a Débora pedia para que o grupo repetisse o objeto, porém executando de outra forma. Isso foi muito válido, dava pra ver que quando o grupo todo pensava junto e não uma só pessoa montava ou fazia por si só sem observar o grupo (eu fiz isso uma vez), o resultado era muito mais interessante e divertido pra quem fazia e pra quem assistia.ser aquele objeto com o corpo. do com mais 4 homens, eu desconcentrei e pe

Construção de cenário. Como a turma é muito grande, fomos divididos em 2 grupos, um de 7 pessoas e outro de 8. Dividimos a sala ao meio e fizemos 2 filas. (O 1º da fila propõe um objeto que defina um local e interage com esse objeto. O 2º da fila repete o objeto e a interação do anterior e propõe outro objeto e outra interação... e assim por diante.) O primeiro ambiente construído foi uma praia, e o segundo, um restaurante. A observação final da Débora é que houve uma grande preocupação dos grupos em criar uma história, mas não houve interação com outros objetos, ou seja, teve gente que acrescentou uma fala, ou uma ação, mas não um objeto, o que saía da proposta do exercício. Outro ponto observado e muito interessante, é o cuidado com a manipulação dos objetos. Se passa um creme na perna, abrir o vidro, colocar o vidro ao lado, passar o creme, fechar o vidro, colocá-lo ao lado.

Divisão da turma em 3 grupos, construção de cenário. (Cada um do grupo propõe um cenário e os demais vão construir corporalmente este local para que o proponente interaja no espaço criado.) No meu grupo especificamente (Bella, Berg, Lorena, Renatinho e Thais) houve momentos de dificuldade do proponente não entender o objeto que o colega estava fazendo. (Teve uma hora que eu fiz uma escada de piscina e a Thais não entendia de jeito nenhum, aí mudei, fiz uma bóia e acho que ela também não entendeu, rs). Tivemos outros momentos ótimos em que tudo foi compreendido e uma mesma pessoa fez vários objetos para atender à demanda do proponente e da ceninha que estava sendo criada. (Como no salão de beleza, Renatinho passou de banco para cliente, depois pra pente, secador, e por aí vai.). No geral, acho que faltou um pouco mais de coragem. Acho que a proposta era mais objetiva também, não tinha nada que criar ceninha, mas a gente acabou criando, e por isso fomos os últimos a terminar o exercício. =(

Passamos então para o último exercício do dia, no qual cada um ia lá na frente sozinho e realizava ações simples, porém descrevendo simultaneamente as ações executadas. Pra mim esse foi o exercício mais difícil do dia. Além do nervosismo de estar exposta sozinha lá na frente fazendo o exercício, a vontade de acertar. Ao mesmo tempo em que achei chato ficar observando os colegas, um a um, (é muita gente), sei que foi a parte em que mais refleti e pensei no exercício. Observando o outro você aprende às vezes até mais do que fazendo. Vê como cada um executa à sua maneira, como cada um se vira, pensa e age de acordo com a situação que lhe é criada. Como Luisa disse no final, às vezes a gente tem a vontade de ir lá e resolver pelo outro, mas na nossa vez é que percebemos como é diferente estar lá na frente, e não sabemos como resolver. Então pra mim, esse último exercício valeu muito mais por isso, por essa paciência e observação do trabalho do outro.

Como para casa, fazer todos os dias os exercícios de alongamento e aquecimento das articulações, treinar essa consciência de realizar uma ação e narrá-la ao mesmo tempo e levar para contar aos colegas sem palavras um conto de fadas.

Ass: Bella Marcatti.

Cult Cult (Destinado a pessoas cults cults que gostam de arte e cultura de qualidade)

Oi gente! Esse final de semana foi muito especial pra mim. Como eu disse, andei um bom tempo sumida de tudo (até de mim) e desde ontem as coisas foram mudando e tomando formas que eu não esperava. Começou com a minha primeira aula no curso de improvisação (post especial a seguir), passando pela minha ida sozinha à peça Avenida Q (post anterior) e hoje, que fui assistir ao espetáculo Flicts, em cartaz no Teatro Dom Silvério. Deixo claro que não estou puxando saco porque tenho amigos no elenco, mas adorei o espetáculo.

Comecei gostando desde que entrei no elevador com duas menininhas lindas que mal sabiam falar o nome da peça, impressionante como criança é impressionante, né... Ficar observando já é um espetáculo por si só. E depois, a peça. Energia no talo, expressão corporal muito legal, tudo muito coreografado. Cores, sons, expressões, ritmo. Tudo muito cuidadinho. Momentos de euforia, momentos de pausa. Bolhas de sabão. Nada mais poético e mais lindo do que bolhinhas de sabão. Poética também é a história, de ninguém mais ninguém menos que Ziraldo.

"Apesar da palavra cor ser feminina, Flicts é masculino. O triste, feio e aflito Flicts percorre um caminho para encontrar-se, ter um lugar para viver e por onde passa ele é rejeitado.
O livro começa “Era uma vez uma cor muito rara e muito triste que se chamava Flicts”. Possui características próprias, diferentes de todas as outras cores. Sua solidão era intensa, não era aceito por nenhuma outra cor. Cada cor tem sua interpretação, o vermelho é forte, o amarelo tem uma luz imensa, e o azul transmite paz.” "Não existe no mundo nada que seja Flicts”. "Não tinha lugar no mundo para Flicts, nem na caixa de lápis de cor, nem no parque e nem no arco-íris. Rejeitado por todas as cores.” "Era apenas o frágil e feio e aflito Flicts.” Ele tenta a salvação no trabalho, uma faixa em alguma bandeira, percorre o mundo todo, “pelos paises mais bonitos, pelas terras mais distantes, pelas terras mais antigas, pelos países mais jovens” e não se acha." (Fonte: Site Shvoong)

Um dia Flicts sobe para bem alto e vai subindo, subindo e encontra-se na Lua. A LUA É FLICTS!

E nem preciso dizer, quem me conhece sabe... Falou de lua, me ganhou.

Depois, na saída, vem a parte mais delícia. Estava conversando com o Leo, o "Flicts", e uma menininha linda pergunta pra ele, "por que vocês falaram flicts e não bege?" E com essa inocência na cabeça eu deixei o teatro, e tive ainda mais a certeza de que meu negócio é com criança, e ai que vontade de montar um espetáculo infantil! =)


Ass: Bella Marcatti.

domingo, 18 de abril de 2010

Eu preciso falar!

Acabo de voltar do espetáculo "Avenida Q", no Palácio das Artes. Todo mundo já tinha visto, já tinha falado que era ótimo, que era lindo, que era sensacional. Hoje resolvi ir. Sem nenhuma companhia, fui mesmo assim, sozinha. E querem saber? ... Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

O espetáculo é realmente ótimo, lindo e sensacional. Todos os atores são jovens, bonitos e talentosos. Todos, cantam, dançam, interpretam e manipulam bonecos, tudo ao mesmo tempo, de maneira maravilhosamente perfeita. Uma mistura de humor com reflexão, emoções, música, teatro, super produção... putz. Eu fico sem palavras. Foi bom pra eu ver o quanto ainda sou pequenininha. Foi bom pra eu ver até onde posso e quero chegar.

Aí vai a sinopse:

"O Avenida Q trata da história de Princeton, que tem pouco dinheiro e muito sonhos a serem realizados. Ele acaba indo morar na Avenida Q porque é onde consegue pagar o aluguel e encontra vizinhos receptivos. Ele tem uma grande dúvida quanto ao rumo que sua vida deve tomar, depois que ele descobre as dificuldades da vida. Na Avenida Q também moram o casal de noivos Brian e Eva (ele desempregado e com sonho de ser comediante e ela uma psicóloga que não tem pacientes), Nick e Rod (companheiros de quarto, sendo que Rod guarda um grande segredo pessoal), Trekkie (um monstro viciado em internet), Katie (uma linda professora-assistente do jardim de infância) e o zelador Gary (Gary Colleman, um menino que fez sucesso na TV).
O espetáculo é um retrato irreverente e politicamente incorreto da uma sociedade contemporânea e aborda temas como a descoberta do sexo e do amor, a homossexualidade, o desemprego, navegação na Internet, especialmente em busca de pornografia, entre outros, compondo uma galeria de personagens que travam árdua luta pela sobrevivência, mas sem nunca perder o bom humor." (Fonte: Blog do The Best)

Avenida Q é um choque de fantasia e realidade. Nos mostra tudo do jeito que é, mas de um jeito diferente. E ainda, deixa mensagens super legais pra gente sair pensando. As que mais valeram pra mim hoje foram essas: "Se você ajudar, o bem volta pra você"; e "tudo vai passar". Além da frase mais boba e mais engraçada de toda a peça, serviu como um consolo: "As solteironas escrotas são os pilares da nossa sociedade!" Hahahahahaha!

Um pedacinho:

Nicky, falando de Rod: "Ele é um homossexual enrustido!"
Rod, ouvindo de longe: "O quê?"
Nicky, consertando: "Ele tomou um melhoral em comprimido!"


Princeton e Kate Monstra. (Fofos!)

Ass: Bella Marcatti

sábado, 17 de abril de 2010

Voltando...

Olá pessoas!! Mais de um mês sem postar nada aqui. Preguiça, falta de inspiração, falta de fatos interessantes, necessidade de me resguardar um pouco, tudo isso aconteceu. O caso é que eu estou voltando agora um pouco mais animadinha pra escrever. É que tem um motivo muito forte e muito legal pra isso. A partir de hoje e durante algum tempo esse blog passará a ser um diário de bordo. Diário de bordo do curso que começo a fazer amanhã, sábado, dia 17 de Abril de 2010. Um curso de Improvisação Teatral, ministrado pela fodástica Débora Vieira da UMA Companhia. A ideia é descrever aqui os exercícios que foram feitos a cada dia, o objetivo de cada um deles, e a minha opinião a respeito de tudo, é claro. Meus sentimentos, minhas impressões, enfim, quero registrar aqui o meu processo dentro dessa área da improvisação, que muito me interessa há muito tempo e agora estou tendo a oportunidade de retomar. E em grande estilo!

Além do meu blog, que tem mais a minha cara, obvinulante, nós, os integrantes do Módulo II do Curso de Improvisação, montamos um outro blog que terá o mesmo objetivo, ou seja, ser um diário de bordo. Porém, lá todo mundo vai poder postar, comentar, dividir as experiências. Vai ser muito legal, e pelos emails que nós andamos trocando essa semana todo mundo está super animado. O endereço é www.umaimprovisa.wordpress.com. Quem se interessar, fica de olho!

No mais, para amanhã, primeiro dia, (meu primeiro dia, já faltei a semana passada, estava viajando com o espetáculo "O marido da minha mulher") estou super ansiosa. Quero conhecer meus colegas de sala e companheiros de trabalho dos próximos meses. Algumas pessoas eu já conheço, umas pessoalmente e outras só de nome ou de vista, outras nem faço ideia de quem são. Estou pensando em como é o espaço, como vai ser a aula, o entrosamento, tudo. Que roupa eu vou? O que levo de lanche? Ix, que delícia! Estou me sentindo como na oitava série, no primeiro dia de aula!!! Desde que saí do TU nunca mais fiz aula nem oficina com ninguém. Acho que vai ser ótimo pra mim. E seja o que Baco quiser! Amém!

Temporada do Match de Improvisação, dezembro de 2007. Olha eu de bandeirinha! Ê tempo bão.

Ass: A própria Bella Marcatti, que deu férias para Sara Maionese. =)