Curte aí...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pra entender...

Dias muito reflexivos. Pensando, pensando, fazendo links da realidade com sonhos meus, de acontecimentos recentes com falas do passado, com planos pro futuro, coincidências, destinos, fritações, dias muito reflexivos.

Tudo começa na viagem para o Hotel Fazenda. "Tudo" na verdade não, as coisas começaram muito antes dessa viagem, mas eu tô pegando ela como ponto inicial. A viagem foi pra apresentar num evento grande que tava tendo nesse hotel fazenda. Na ida, dentro da van, todo mundo conversava e eu não. Eu estava ouvindo música com fones de ouvido, olhando pro lado de fora da janela. Uma paradinha pra beber água e uma pessoa com energia boa me perguntou o que tava rolando no meu MP4. Falei o nome das bandas, completamente desconhecidas pra ele. E foi isso. Foi esse momento. Essa quebra do gelo e eu desliguei o MP4 e comecei a conversar com todo mundo numa boa na maior animação... e assim foi até chegar no nosso destino.

Hotel Fazenda é uma coisa muito linda né. Que vista, que paz, que natureza. Era fim de tarde e o sol estava se pondo. Tinha uma lua muito linda, e apenas uma estrela muito grande próxima a ela. O céu estava azul escuro com laranja, combinação perfeita de tons. O cenário perfeito. Deus estava ali, como em todos os lugares, mas ALI ele tava olhando pra mim, porque eu tava olhando pra ele. Vale lembrar que celular pega no Hotel Fazenda. E recebe mensagens. E manda. Mesmo as erradas. Erradas de conteúdo ou de hora ou de remetente ou destinatário. Mensagens erradas enfim. Pensamentos errados afins. Eu volto pra casa na van falando que nem um papagaio, contando pra todo mundo meus casos de amor como se já tivesse vivido uma vida inteira de tanto amor, mas tanto amor que... como se não fosse mais possível existir amor nessa minha vida inteira que ainda tenho pela frente. E vale lembrar que na minha casa pega celular. E recebe mensagens. E manda. Mesmo as certas. Certas de conteúdo, de remetente e destinatário, erradas de hora. Mensagens enfim. Pensamentos confusos assim.

Eu acordo com raiva e seguimos pra cidade do interior para apresentar no cinema desativado. E viajo dentro da van falando que nem um papagaio, mas dessa vez também ouvindo os casos e conselhos de amor do homem forte por fora mas doce por dentro. E que surpresa quando um homem com as mãos calejadas de tanto trabalhar, com a barba por fazer e a pele oleosa se abre feito um botão de rosa na minha frente. Capaz de calar um mundo com a sua sabedoria. Sabedoria que ele adquiriu na vida. E tem o maior orgulho de contar que foi assim que ele aprendeu, na marra. E eu sinto orgulho de estar ali ouvindo as confissões daquela pessoa de nome engraçado. Não penso mais nisso. Eu preciso é de um colo amigo. E tenho. E abuso, porque amigo é pra essas coisas. Sanduíche número 2 também. E vale lembrar que na minha casa o celular pega. E chama. Mas não atende. São 4 da manhã, que falta de noção. Mal me conhece. Me conhece a vida inteira, mas tem um intervalo grande aí. Paris. Não, eu não vou começar de novo. Mas encuquei.

Eu não quero ficar em casa, mas não quero sair. Estou com raiva. Sonhei com quem eu não vejo há mais de quatro anos e nem sei o nome. Por que guardei essa fisionomia? Mas estou bem. Tudo isso me fez bem. Fico em casa. Melhor. Existe um vlog na internet capaz de mudar uma vida. A minha, no caso. Não ligo de me desconcentrar. Eu sei muito bem o que me espera. O que é pra ser e o que não é. 800 reais não me esperam, infelizmente, mas tá. Eu não sei ser sensual, nem na frente das câmeras, nem atrás delas. Uma carona só, não confunda, meu amigo. Obrigada. Ninguém tem nada com isso. Probleminha meu. Vale lembrar que celular pega na minha casa. Fodas, é como se estivesse desligado.

E a morte é uma coisa muito doida né. Está muito presente na minha vida ultimamente. Morte na vida é meio estranho, mas ah. Cê entendeu. O vô e a menina. Um programa de televisão. Um lugar de improvisação. Uma música. As conversas. Eu tô meio neurada com medo de morrer, mas e se eu morrer também, o que eu posso fazer? Pelo menos eu amei. E me aproximei, não da melhor forma, mas nessas horas quem se importa? A gente não sabe lidar com o fim. Seja lá qual for o fim, ou do que for, ou como se dá. Fim é fim e deixa vazio um pedaço que tinha coisa. Eu só quero que você fique bem, de verdade.

Pessoas vão e vem. Algumas passam simplesmente pra deixar alguma mensagem, alguma lição e vão embora. Outras ficam um tempo a mais. Outras ficam pra sempre. Não importa, a gente só sabe a missão dos outros depois que o tempo passa. Não dá pra ver o caminho enquanto se passa por ele, é só depois, quando olhamos pra trás. O que vale é que me agrada agora. Tanta gente boa ao mesmo tempo. Pessoas novas, pessoas velhas, do tipo que há muito não apareciam. Surpresa boa. Fazendo companhia. Me sinto querida, me sinto bonita, me sinto importante, legal, amiga. E isso me faz muito bem, num momento antes do "tudo" em que tava tudo bem mal.

Tenho falado comigo mesma em voz alta o dia todo. Hoje na rua eu me peguei falando "ai Jesus, que frio é esse..." e a mulher dobrando a esquina me olhou com uma cara de espanto, como se eu tivesse doida. Pode ser que eu esteja ficando doida, mas essa coisa de falar sozinha tem me feito bem. Aliás, a título de curiosidade, este post foi todo escrito e falado em voz alta ao mesmo tempo. Estou falando pra mim mesma, pra que eu escute mais a minha voz do que a voz dos outros. Acho que agora é importante olhar pra mim. Olhar pra mim, até porque hoje eu cortei o cabelo e tá bem legal. Apesar da novela que foi, da grana que eu gastei, da raiva que eu passei, o cabelo ficou bem modernoso. E eu tô curtindo. Olhar pra mim. Dá licença?

E vale lembrar que na minha casa pega celular. Mas no elevador não pega. E sem bateria ele não pega mesmo. E daí?

Desculpem a confusão, mas esse post não é pra ser entendido. É até melhor que não seja. Algumas pessoas vão entender. Já você, eu não sei... Já dizia aquela música do Engenheiros do Hawaii: "Pra entender... Pra entender... Nada disso é tudo, e tudo isso é fundamental..."


Ass: Bella Marcatti.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Só um avisinho.

Esse espaço é meu. O blog tem o meu nome, as minhas fotos, a minha história e ninguém tem nada a ver com isso. Eu escrevo pra mim. Se meus amigos ou pessoas de bem que eu não conheço querem ler e comentar, é um enorme prazer. Agora, se você me conhece e tem qualquer tipo de problema comigo, se tem inveja, se eu fiz alguma coisa de ruim pra você algum dia, se você não gosta de mim, eu peço a gentileza de não aparecer por aqui, e muito menos fazer comentários idiotas e desnecessários no MEU BLOG, ainda mais sem assinatura. Eu não cito nomes sem autorização, não falo de ninguém, não peço opinião, não ofendo ninguém. Que direito você acha que tem de vir aqui tentar me ofender? Eu já desfiz o meu formspring devido a esse tipo de incômodo e peço encarecidamente que não me incomode no MEU BLOG, que é um espaço que eu já tenho há muitos anos e nunca tive nenhum tipo de problema. É como se você entrasse na minha casa e me desrespeitasse. E isso eu não vou admitir. Na minha casa só entra quem eu quero.

Não perca o seu tempo comigo, se eu sou tão patética pra você.

Obrigada pela atenção.



Ass: Bella Marcatti.

Por que não eu?

Bella Marcatti. 23 anos.

Aparência:
Altura: 1,63. Peso: 52 kg. Manequim: 38. Sapato: 37. Cabelos: Lisos e castanhos, até o meio das costas, repicado na frente, com franja. Olhos: Castanhos escuros, cílios gigantes. Pele: extremamente branca, sem acne. Nariz: grande. Boca: Grande, com sorriso branco, certo e largo. Estrias ou celulites: sim, poucas. Banhas: Não, nenhuma. Observações: pernas grossas e cintura fina.

Ramo profissional:
Profissão: Atriz/Palhaça. Atualmente: Atua numa comédia. Faz curso de improvisação. Faz oficinas aleatórias de coisas que pouco importam.

Qualidades:
Extremamente romântica. Alegre. Espontânea. Divertida. Sincera. Amiga. Carinhosa. Atenciosa. Companheira. Adapta-se facilmente a qualquer tipo de ambiente. Comunicativa. Talentosa. Inteligente. Meiga. Simpática. Educada. Sociável. Esforçada. Simples. Criativa. E por aí vai.

Defeitos:
Irrita-se com facilidade. Tem TPM. Depressiva. Reclamona. Preguiçosa. Desinteressada. Desorganizada. Enrolada. Pegajosa. Ciumenta. Estressada. Possessiva. Curiosa. Dramática. Chorona. Sincera. Impaciente. Saúde fraca. Chocólatra. Cocacólatra. E por aí vai.

Interesses:
Filme. Escrever. Ler. Teatro. Bar. Dançar. Conversar. Música. Internet. Novela. Chocolate e japonês. Viagem. Beijo. Abraço. O céu à noite. E por aí vai.

A pergunta que não quer calar:

POR QUE NÃO EU?


PS: Todos os adjetivos direcionados a mim e citados nesta postagem foram citados por amigos/familiares/conhecidos com base numa pesquisa idiota feita por mim.

Ass:
Bella Marcatti.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Você não tem nada a ver com isso.

Me falta a inspiração, mas estou com aquela sensação estranha de sufocamento no peito e na garganta, como se algo quisesse explodir e se libertar. Se você tiver paciência, leia essa bobagem até o final, se não tiver, feche este site imediatamente. E eu nem sei porque estou te dando instruções, já que eu não devo porcaria nenhuma pra ninguém e cada um faz da sua vida o que quiser. Você lê o que quiser e eu escrevo o que quiser. E ficamos assim.

Um mau humor sem noção tomou conta do meu dia. Pra começar, sonhei que a minha casa estava explodindo. (Analisando eu mesma de acordo com a minha ignorância, associo casa a mim mesma, e explodir a explodir. Logo, estou com vontade de explodir, como disse na primeira frase desse post, e só posso realizar essa obra através do meu inconsciente.) Antes da minha casa explodir, o meu pai tentava me proteger, (a super proteção dele aparece sempre), e minha mãe era quem segurava a coisinha que estourava e fazia tudo pegar fogo (ela tem o poder e a sensibilidade de me irritar o dia todo, funcionando sim como uma coisinha capaz de me fazer estourar e pegar fogo). Acordei assustada e meio frustrada. Ontem, antes de dormir, pensei em borboletas azuis e tudo o que elas representam pra mim. Queria ter sonhado com uma borboleta. E sonhei só coisa ruim.

Tinha coisas pra fazer, não fiz nada. Uma preguiça sem tamanho, passei o dia enfiada debaixo das cobertas. Olhava pra TV e dava um cochilinho. Meu relacionamento mais simpático do dia foi com a Kelly, a moça que ligou pra fazer uma pesquisa de num sei que lá do jornal sei lá onde. Também, foi a única pessoa que me ligou hoje.

É que obviamente, como eu não estou nem um pouco receptiva para as coisas, para as pessoas, para a vida, não aconteceu nada de interessante ou de bom no meu dia. E ainda vem a culpa de perder mais um dia para essa preguiça e pra todas essas coisas ruins que estão me rodeando e querendo me tomar. E obviamente, se me fecho para o mundo, o mundo se fecha pra mim. E eu me sinto assim, como odeio me sentir, angustiada, com um osso de galinha atravessado na garganta e uma queimação no peito. E leio, e ouço conselhos, e penso, e tento, e tento, e não tento.

Mas tô insegura ainda...

O que você quer de mim?


Ass: Sara Maionese.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Intercâmbio (E a saga continua...)

Ia começar essa postagem como iniciei a do primeiro intercâmbio, passando para vocês, queridos leitores, a situação atual da pessoa que vos escreve. Logo percebi que a cena não é lá muito diferente da última vez. O quarto continua uma bagunça, a minha posição é a mesma, a música que ouço é a mesma, o clima é o mesmo. A roupa é que não é a mesma, mas essa eu nem deveria falar, porque está tão feia e tão desleixada quanto a da última postagem, e tendo em vista o nosso tema de hoje, acho que não é nada legal eu acabar com a minha imagem. Não me justificando, é claro, mas é que eu já estava indo dormir sem sono quando meu velho e bom amigo Guilherme Santi (lembram-se dele, né?) me chamou no Gtalk propondo um outro intercâmbio, e já com tema certo! E eu, que já tenho inspiração de sobra na maioria das vezes, ainda com o tema na mão, não pude achar melhor. Aproveitei a falta de sono e topei na hora. E é com muita honra que apresento a vocês...

A ANÁLISE DO ESTILOS MASCULINOS ATRAVÉS DO FIGURINO!!!

Todos nós já vimos em algum programa ou revista de moda que a maneira de se vestir mostra aquilo que a gente é. E que independente da moda, temos que vestir aquilo que nos faz sentir bem, à vontade, satisfeito e feliz com a gente mesmo. Pode até ser. Mas tem homem por aí que segue essa lei à risca demais... E não tá nem aí pro que veste, ou o que parece. O fato é que eu andei pesquisando e destaquei alguns estilos de rapazes (de roupas de rapazes) que vimos todos os dias nas ruas. E analiso:

1) Estilo largadão: Bermuda velha (geralmente rasgada ou já desfiada nas beiradas), camisa desbotada (geralmente amassada ou manchada de molho de macarrão), chinelo havaianas à la pedreiro (aquela branca com as tiras azuis) ou à la mauricinho antepassado (aquela branca com a bandeirinha do Brasil), mas ambas encardidas. Para não precisar pentear o cabelo, um boné de aba reta qualquer que não combina nem com a camisa, nem com a bermuda e muito menos com o chinelo. Para compor, acessórios como correntes de prata que mais parecem coleiras e nos tornozelos fitinhas de Bonfim ou aquelas entrelaçadas com as cores do olodum. Vejo essa figura andando pelo meu bairro pra ir na padaria ou na locadora. Conhece todos da redondeza, acha que pega muitas mulheres, anda folgadamente. (Imagino que a cueca, se houver, já está pra lá de frouxa, o que permite essa caminhada malemolente). Usa muitas gírias, do tipo "zim, zé, fi, véi".A barba está por fazer e mesmo quando vai se encontrar com a namorada, que tadinha, geralmente se arruma e se emperequeta toda, não muda de roupa. É sempre aquilo ali. Aquele escracho em forma de homem. Não importa se vai a uma festa chique ou a churrasco na esquina. Só muda a camisa pela camisa do time do coração nos dias de ir ao estádio.


2) Estilo mauricíssimo/nerd: Camisa Pólo abotoada até o final, para dentro da calça jeans de cor média (nem clara demais, nem escura demais). Relógio à la Faustão, com pulseira prateada. Uma correntinha dourada com uma medalhinha de Nossa Senhora no pescoço (mamãe que deu), e sapatos de couro maravilhosamente engraxados, combinando com o cinto. Barba feita, cabelo partidinho de lado. Podem usar suéter (Suéter!!!). Geralmente são extremamente educados, falam baixo e talvez por isso são confundidos com gays ou nerds (rá, eu confundi). São extremamente cheirosos. E mesmo quando feios, nunca estão sozinhos. São confundidos com bonitinhos, porque bonitinhos são feios arrumadinhos.


3) Estilo retrô contemporâneo chique eu não ligo mas acho que tô na moda: Esse tipo é mais difícil de definir. Qualquer coisa pode ser utilizada. Sobreposições, transparências, estampas, xadrez, brilhos, lenços, acessórios variados, várias cores (inclui óculos de plástico coloridos, putz!). Tudo ao mesmo tempo e não precisa combinar. Na maioria das vezes, são blusas "de cagar em pé", vulgo muito curtinhas que quando ele levanta os braços pra segurar no ônibus, é possível ver os cabelinhos da barriga dele. As calças também são justas até nos tornozelos, apertadas e mostrando o cofrinho. Contrastam com o pé grande coberto por um All Star sem cadarço, ou um coturno, ou uma papeti. Vai saber, tudo é possível. Os cabelos variam, geralmente com franjas que cobrem parte da visão e por isso a postura desses caras é meio comprometida, como se a coluna se curvasse pra frente. Pode ser também um moicano duro pra cima, ou uma parte raspada e outra sem cabelo. Os cabelos costumam ser sujos, sebosos, ou extremamente limpos. Vai saber, tudo é possível. Os que têm mais grana são vistos na Savassi. Os que não têm, Shopping Cidade. Não dá pra definir a personalidade desses caras... Porque vai saber, tudo é possível!



4) Estilo riponga:
Calça froxoló listrada com cores pastéis, geralmente amarrada na cintura com um cordão da mesma cor. Uma camisa básica, sem estampa ou com a cara do Bob Marley ou Che Guevara (Não me pergunte o que tem a ver uma coisa com a outra.). Sandalinha de couro da feira Hippie. Pés cascudos, unhas sujas, bolsa de artesanato cruzando o tronco e batendo na bunda froxa durante a caminhada lenta e ritmada. Os cabelos são longos e às vezes presos por um elástico ou dread. Barba grande. Um cigarrinho de palha atrás da orelha se aplica em alguns casos. Esse tipo você vê lá na UFMG. E se quiser refletir sobre a vida ou pedir ajuda, conselhos, se tiver se sentindo preso ou sem perspectiva, pode conversar com eles. São extremamente simpáticos, amigos, companheiros, e muito, muito, muito inteligentes. Entendem de história, arte, filosfia... E sempre levam algum instrumento consigo.


5) Estilo boyzinho:
Camisa de marca. Calça ou bermuda de marca. Tênis de marca. Óculos de marca. Relógio de marca. Cinto de marca. Meia de marca. Cueca de marca. Tudo da melhor marca. Da marca mais bonita. Os boyzinhos geralmente se vestem de forma simples, não usam muita estampa, não abusam das cores. E por isso, estão sempre bem vestidos. (Podem falar que tô puxando o saco dos boyzinhos... Mas na miiiiiinha opinião feminina, são a minha preferência. Não pelas marcas, eu juro! É pelo estilo mesmo.) Os cabelos são estilo surfistinha ou arrepiadinhos com gel. E eu não me lembro de ter conhecido nenhum boyzinho fedorento. São extremamente cheirosos e preocupados com a aparência. Alguns são bobos, infantis e retardados, pegadores de mulheres, baladeiros, cachaceiros, bagunceiros, irresponsáveis. Outros são capazes de manter uma conversa bacana por mais de uma hora, o que é raro, mas existe. E dependendo da criação, alguns deles nem são tão galinhas assim. Os boyzinhos só ficam sozinhos porque querem. As mulheres adoram. Até eu! Pronto, falei.



6)Estilo clássico: Aqueles que só usam roupa social. Ok, alguns trabalham com roupa social, mas daí sair pra todos os lugares com roupa social? Pra quê? Pra parecer mais adulto, mais responsável, mais importante? Geralmente esse estilo assola estagiários e recém formados, e dependendo do lugar em que trabalham, se sentem tão bem, que nem o crachá eles tiram. Ficam o dia todo com a plaquetinha pendurada no pescoço. Na balada, no bar, no restaurante, no cinema, sempre identificados. E quando querem fazer um charme ou suspense, ou querem esconder a realidade sem perder a pose, colocam o crachá dentro do bolso da camisa, de modo que a gente só vê a fitinha com o nome da empresa no pescoço, mas não vê o nome, nem a foto, e nem a função do cara. Eles sempre usam palavras difíceis e gostam de ficar explicando coisas complexas que você jamais teve interesse em entender.


ANEXO: O desabafo.

ABADÁ NÃO É CAMISA!

BLUSA À LA AGOSTINHO CARRARA É O Ó!

REGATA DE CAMINHONEIRO DÁ VONTADE DE MORRER!

BERMUDA COM MEIA NO MEIO DA CANELA E TÊNIS GRANDE E CANELA FINA É MUITO FEIO!

BLUSA "MAMÃE SOU FORTE" É RIDÍCULO!

PRA DEIXAR APARECER A CUECA, TEM QUE SER UMA CUECA BONITA!

REFORÇO: CUECA FROXA NÃO DÁ!

CORTEM AS UNHAS DOS PÉS QUANDO FOREM USAR SANDÁLIAS OU CHINELOS!

TÊNIS COLORIDOS, TIPO VERDE, AMARELO, VERMELHO, É O FIM!

CALÇA JEANS E SAPATO SOCIAL É FEIDIMAIS!

BERMUDA E SAPATO SOCIAL É PIOR AINDA! APENAS VOVÔS É QUE PODEM USAR.

E eu poderia ficar horas desabafando. Mas acho que já tá bom. Já deu pras meninas analisarem comigo e os meninos sacarem o que tá rolando por aí.

Quem quiser ver a versão masculina sobre o figurino feminino, acesse www.fedazunhagem.blogspot.com. Este foi mais um intercâmbio entre Bella Marcatti e Guilherme Santi, espero que tenham curtido. Se alguém quiser sugerir algum tema dos universos masculino e feminino para o próximo intercâmbio, esteja à vontade!

Aquele abraço!!

PS: Deixo bem claro que essa postagem não tem a intenção de ofender ninguém. Não sou a dona da verdade, isso é apenas uma brincadeira, ok, rapazes?

Ass: Bella Marcatti.

terça-feira, 4 de maio de 2010

FITO - O ator no teatro de objetos (Parte II)

Simples e sucinta porque essa coisa de acordar cedo está acabando comigo. Estou esbudegada. E meio mal humorada. Pensando em desistir. Mas não pela oficina em si, mas pela oficina em mim. Eu sabia que aquela empolgação de ontem não ia render muito.

Aquecimento: começamos caminhando pelo espaço, percebendo e acordando o corpo. Fernán propôs um exercício de escuta. Quando um pára, todos páram. Quando um começa a caminhar, todos começam. E assim em variados ritmos, todos estabelecidos sem fala pela turma. Depois, em vez do "stop", trabalhamos com quedas. Ir para o chão e se levantar no ritmo do grupo, e sempre caminhando pelo espaço. Depois, deveríamos passar pelos colegas e enxergá-los realmente, olhar nos olhos dele e cumprimentá-lo, deixando que a relação com o outro se estenda ou não. Odeio esse tipo de exercício. É uma falsidade só, se você passa por uma pessoa mais de uma vez na caminhada é obrigada a cumprimentá-la 50 vezes? Não vejo muito sentido. Depois, deveríamos enxergar o colega de longe e cumprimentá-lo ininterruptamente sem tirar os olhos dele no espaço. Depois, imaginar que havia 30 anos que você não o via. Acenar para ele e correr pro abraço, emocionado. Daí começamos a trabalhar as emoções e suas quebras, um dos temas mais importantes da aula de hoje. Às vezes deveríamos rir e outras vezes deveríamos chorar, exageradamente, passando de uma coisa pra outra numa palma. Impressionante como essa mistura de emoções, mesmo que falsas, esquentou e deixou todo mundo morrendo de calor. Tivemos até que abrir a janela.

Passamos para um exercício clássico de clown. 4 pessoas à frente deveriam fazer uma palestra sobre o artigo 17 do estatuto da criança (pf!) em russo. Depois, mais 4 explicaram o hino nacional de não sei onde em num sei que lá, e o último grupo fez o exercício da tradução, enquanto um fala em gromelô, o outro traduz em português para a platéia outra coisa completamente inusitada. Fernán explicou o motivo desse exercício. Colocar o ator em situação de dificuldade, pedindo para que ele fale sobre um tema que não faz a menor ideia, faz com que ele se solte e faça o que vier à cabeça primeiro. Ele não tem o que pensar e nem tem tempo pra isso. Por isso, a emoção vem à tona e tudo o que ele fizer, será verdadeiro. Legal isso, né?

Formação de duplas. Cada um com um objeto, deveríamos criar um número contendo uma quebra (que poderia ser de emoção ou de relação entre ator e objeto) e apresentação do ator em gromelô. Fiz com a Dani. Usamos um touca de banho e um chapéu de caipira, contando a história do nascimento da vida na Terra. Uma viagem só, mas achamos super bacana. Os comentários foram pertinentes, principalmente que eu não troquei olhares com o público, coisa que poderia ter feito mais. De todos os exercícios apresentados, tiramos as seguintes conclusões:

1) O ritmo é importante. Ter um contraste, um mais rápido e outro mais lento é legal.

2) Encontrar a melhor maneira de manipular o objeto para que o espectador visualize melhor.

3) No teatro de objetos, cada pessoa pode fazer a sua viagem e a interpretação que quiser, é livre.

4) A música funciona como um ótimo elemento enriquecedor da cena.

5) Explorar todas as possibilidades do objeto, inclusive sons.

6) Retomando o que já havia sido dito na aula passada, apresentar o objeto para o público como ele é, para depois transformá-lo em outra coisa. E é muito legal voltar o objeto à sua forma normal no final do número.

7) O movimento mínimo com muita energia funciona muito para o ator de teatro de objetos.

8) Capacidade de síntese nas histórias. O teatro de objetos é um teatro de elipses. Nos permite trocar tudo o tempo todo e o público aceita. Tempo passa, coisas absurdas acontecem e tudo é permitido e válido.

Após o intervalo, as duas duplas que não haviam se apresentado no último exercício de ontem fizeram suas apresentações, e surgiram mais algumas questões:

1) Como transmitir os sentimentos humanos para os objetos? Um objeto impaciente, por exemplo, como faço para demonstrar impaciência em determinado objeto? Quais as possibilidades que ele me dá para que eu possa buscar isso?

2) Trabalhar em 2 planos. O plano mais fechado, pequeno, sobre o objeto, ou num plano mais aberto, maior, que abrange também o ator.

3) Um objeto dentro do outro funciona.

4) Quando um objeto pode ser facilmente substituído por outro em determinada cena, significa que aquela não foi uma boa escolha.

5) Com relação às roupas do ator numa apresentação de teatro de objetos. Não precisa ser necessariamente preta, a roupa pode dialogar com o tema da apresentação, como um figurino mesmo. No caso de não ser um figurino, é necessário tomar muito cuidado com as cores, para não "brigar" com a cor dos objetos e cansar a visão do público.

Projeto individual, que virou em dupla. Eu e Marcos estamos montando o romance entre um papel higiênico e um absorvente. Passamos os últimos momentos da aula pesquisando movimentações para os objetos e criando histórias legais pra encenar. Todos os dias faremos uma mostra de processo e a turma nos ajudará no número que será finalizado na sexta feira. Mas eu vou faltar na quinta!!!

No mais, amanhã tem mais. Ai, que preguiça.



Ass: Bella Marcatti.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

FITO - O ator no teatro de objetos

Olá, pessoas! Antes de mais nada eu preciso dizer que estou muito contente por ter voltado a escrever no blog com frequência. Tava tudo meio paradão, resolvi fazer um diário de bordo do curso de IMPRO e acabei tendo inspiração para outras postagens e outras atividades também. Quem me conhece sabe o processo meio tenso que estou passando, e o blog, com os comentários de vocês, os elogios, estão me fazendo muito bem. Obrigada!

Agora vamos ao motivo principal dessa postagem. Começou hoje a oficina "O ator no teatro de objetos", oferecida pelo FITO (Festival Internacional de Teatro de Objetos). E eu resolvi fazer após ouvir a dica da Débora, professora do curso de Impro. Ela disse que essa oficina poderia nos ajudar a lidar com objetos na modalidade "jogo com objetos". Além disso, eu estava em casa sem fazer nada mesmo... E era de graça... E apesar de ter que acordar às 6:10h para pegar um ônibus lotado e um trânsito ótimo até o outro lado da cidade para estar lá às 8:00h, eu topei. Pensei em desistir várias vezes, mas um "ah, vai... por mim" ontem à noite me convenceu de uma vez por todas. Fui.

O professor é o Fernán Cardama, argentino que mora na Espanha e tem um estudo muito aprofundado no teatro de objetos. O cara é bom. Mas ele mesmo não sabe definir o que é teatro de objeto e o que não é. E também nem se preocupa muito com essa definição. Estamos ali para experimentar os objetos, criar universos e possibilidades novas, sem muita definição. O importante ali é que há um objeto inanimado que vai criar vida através de um ator preparado pra isso atrás. E é exatamente esse o objetivo da oficina. O ator por trás do objeto. O responsável por tudo.

O primeiro exercício foi uma espécie de aquecimento. Caminhada pelo espaço, percebendo o próprio corpo. Depois, caminhar junto de outra pessoa, hora propondo o trajeto, hora deixando-se ser conduzido pelo colega. Observar o caminhar do parceiro e transportar para o próprio corpo a movimentação para que ele possa ver como caminha. Depois, observar como o outro reproduz o seu corpo no dele. Esse exercício serve para concentração e percepção de si mesmo. O corpo do ator precisa estar acordado e atento para passar toda a expressividade e energia para o objeto manipulado.

Cada participante teve que levar 5 objetos cotidianos para a sala de aula. Foi tudo colocado no chão. Muitos objetos iguais, mas muita coisa interessante. Cada um escolheu um e tivemos 5 minutos para descobrir todas as possibilidades daquele objeto. Peguei um abridor de latas. Fritei, fritei, fritei... E achei um tubarão e um cara sem braço. Todo mundo teve que apresentar suas descobertas para a turma, e surgiram muitas coisas super interessantes. Uma touca de banho que virou um velho, chaves que viraram pés de Michael Jackson e olhos de caramujo, óculos de nadador que virou celular... Ih, muita coisa. A cada mostra, Fernán dava os toques e ia passando o conteúdo.

1) Quando se vê um objeto com a intenção de transformá-lo em outra coisa, temos que observar primeiro o material de que é feito e sua textura, para não criar uma coisa nada a ver que não vai passar a ilusão para a platéia.

2) A colocação do ator na apresentação, que pode contracenar e criar vínculos com a história ou com o próprio objeto.

3) A utilização do próprio objeto e suas possibilidades, por exemplo, o zíper de uma bolsa ser usado como uma faca para abrir o pão.

4) Olhar o objeto como um todo, criar universos, e não apenas pensar no que aquilo parece.

5) A melhor maneira de manipulação e apresentação para o público.

Após o intervalo, a ideia era formar duplas. Cada um com um objeto e juntos, deveríamos criar uma situação de aproximadamente um minuto, com introdução, conflito e desenlace. O objetivo era buscar a limpeza nos movimentos, a contracena com o outro e ao mesmo tempo com o objeto. A relação com o público ainda não era importante, mas apareceu em alguns exercícios. Fiz com a Flávia. Utilizamos um cortador de unhas, um potinho de fio dental e um prendedor de cabelo. As observações feitas do nosso exercício foram super pertinentes. Não mostramos ao público qual objeto estávamos usando antes de transformá-lo em outra coisa (no caso do prendedor de cabelo que era uma aranha) e utilizamos o potinho de fio dental simplesmente por usar, ele não tinha nenhuma função anterior na cena.

Fernán falou sobre divertir-se em cena. Não necessariamente tenha que estar engraçado, mas o ator precisa ter prazer e confiança ao realizar aquele trabalho, só assim ele será bem feito e limpo. O ator inseguro, que não sabe manipular o objeto, não sabe ao certo o que vai fazer, acaba se concentrando no que tem que fazer e esquece de fazer. É como no teatro "normal", o ator que fica em cena lembrando o texto não contracena e não atua. O texto tem que estar automático na cabeça para que tudo flua naturalmente no palco. No teatro de objetos é a mesma coisa, segurança e propriedade do que está fazendo são pontos cruciais para uma boa execução!

Maior aprendizado do dia:
Formas de relação com o objeto: Associação, forma, função e o objeto em si.

Para casa: fritar em seu projeto individual. Todos terão que apresentar um número de teatro de objetos no final da oficina. E os objetos precisam ser da mesma família. Tipo, não posso pegar um objeto de cozinha e um de banheiro. Putz, fritei pra caramba! Mas só depois que acordei da sonequinha mais do que merecida depois do almoço! ;)

Amanhã tem mais.



PS: Super bacana, todo mundo ganhou camisa, bloquinho e caneta do Festival! =)

Ass: Bella Marcatti