Curte aí...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sessão Cineminha - "A Última Música"

Bom dia. São 02:44h e eu acabo de assistir ao filme "A Última Música", baseado no livro de Nicholas Sparks. Não sei nem por onde começar a escrever. Talvez se eu limpar as minhas lágrimas eu enxergue um pouco melhor e possa descobrir por onde começar.


Sinopse, pra todo mundo entender um pouco do que eu tô falando:

"Aos dezessete anos, Verônica Miller, ou simplesmente Ronnie, vê sua vida virar de cabeça pra baixo, quando seus pais se divorciam e seu pai decide ir morar na praia de Wrightsville, na Carolina do Norte. Três anos depois, ela continua magoada e distante dos pais, particularmente do pai. Entretanto, sua mãe decide que seria melhor os filhos passarem as férias de verão com ele na Carolina do Norte.

O pai de Ronnie, ex-pianista, vive tranquilamente na cidade costeira, absorto na criação de uma obra de arte que será a peça central da igreja local. Ressentida e revoltada, Ronnie rejeita toda e qualquer tentativa de aproximação dele e ameaça voltar para Nova York antes do verão acabar. É quando Ronnie conhece Will, o garoto mais popular da cidade, e conforme vai baixando a guarda, começa a apaixonar-se profundamente por ele, abrindo-se para uma nova experiência que lhe proporcionará uma imensa felicidade - e dor - jamais sentida.

Uma história inesquecível de amor, carinho e compreensão - o primeiro amor, o amadurecimento, a relação entre pais e filhos, o recomeço e o perdão - A ÚLTIMA MÚSICA demonstra, como só Nicholas Sparks consegue, as várias maneiras que o amor é capaz de partir e curar seu coração."

O LIVRO: Em cada capítulo, Nicholas privilegia e dá o protagonismo a uma personagem, narrando um pouco de sua história, seu ponto de vista de determinada situação, seus pensamentos e suas atitudes. Cada capítulo tem o nome de uma personagem: Ronnie, Steve, Will, Marcus. A história gira em torno dessas quatro pessoas. Dessa forma, temos o panorama da história por todos os lados, Nicholas consegue dar uma atenção especial a cada lado da história, a cada personagem envolvido na trama, e nós nos sentimos cada vez mais envolvidos, e passamos a entender e compreender as partes, os motivos de cada um. Mas o mais fantástico é que ele não entrega tudo de uma vez só. As surpresas vão sendo dadas a cada página, a cada capítulo, e a gente não consegue parar de ler. Nicholas abre todas as portas no início do livro e vai fechando de forma brilhante uma a uma, entrelaçando as situações, resolvendo as questões e criando uma única história feita de pequenos e fortes acontecimentos, impossíveis de serem citados um a um. (Até porque, perderia a graça se eu contasse.)

O FILME: Confesso que me surpreendi. Apesar das pequenas mudanças feitas na adaptação da história para que coubesse num filme de 2 horas, é muito fiel à história do livro. De forma um pouco mais superficial, algumas falas e acontecimentos chegam a ser idênticos. Os atores não são tão bonitos quanto eu imaginava durante a leitura, mas são muito bons. Destaque mais que especial para a atuação do menino que faz o Jonah, irmão de Ronnie, sensacional, para o ator que faz o pai dela, que me mostrou uma característica fantástica da personagem que eu não havia percebido, que é a ironia, e para o menino que faz o Will, que não é tão lindo quanto o do livro, mas que consegue trazer uma naturalidade, espontaneidade e uma lindeza únicas para a personagem. Miley Cyrus é feia, feia demais, e Ronnie na minha cabeça é muito mais bonita e muito melhor que ela e tem mechas de cabelo azul. Mas confesso, tem uma hora em que ela chora no filme e eu chorei junto, me emocionei demais.
No mais, as locações obedecem perfeitamente a descrição de Nicholas, os figurinos, as cores, o clima... Sem falar na trilha sonora, que durante a leitura não conseguia imaginar. Deu toda a emoção durante o filme, e principalmente no final. Adorei.

Dentre tantos sentimentos e relações descobertos na leitura desse livro e vendo esse filme, pra mim o mais marcante é a relação de Ronnie com o pai e a transformação que essa relação sofre ao longo da história. Claro, me identifico muito. Ronnie chega na casa do pai e o surpreende não só com a indiferença, mas também com uma série de grosserias. Ao mesmo tempo, ela também se surpreende ao ver que o pai não revida, não briga com ela. Pelo contrário, mostra-se compreensivo, paciente, e faz todas as suas vontades. Ao descobrir o amor ao lado de Will, Ronnie acaba cedendo aos poucos, se mostra mais calma, mais descontraída, mais leve, e aos poucos vai percebendo o quanto foi injusta com seu pai, um homem tão bom. E faz o que pode para mudar sua atitude, e mostrar ao pai que ela o ama e que se arrepende do que fez. Mudança. O amor pode sim modificar as pessoas, e eu acredito muito nisso. É só no que eu acredito, na verdade. No poder do amor verdadeiro, seja ele entre pais e filho, amor de namorados, amor de irmãos, amor de amigos. Essa história trata de todas essas relações, e por isso eu gostei tanto. Serve pra tudo, é uma lição, uma verdadeira lição de vida e de amor, pra gente refletir, mudar ou apenas curtir como uma bela história de um cara sensacional que sabe direitinho como fazer pro seu coração se emocionar.
Ass: Bella Marcatti

PS: Nicholas Sparks... SEU LINDO! (Sim, eu tinha que barangar o final do post. Pra vocês não chorarem também, oras...!)

domingo, 12 de dezembro de 2010

A saga da barata

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite, certo? Certo. Mas o quê exatamente esperar de um sábado à noite é coisa que a gente não pode prever.

Pra mim, a noite já tinha acabado. Eram 2 da manhã, eu já estava em casa, já havia realizado todo o longo e específico processo de retirar a maquiagem, já estava de banho tomado, dente escovado, pijama colocado. Sem sono. Resolvi ligar o computador pra dar um checada nos emails, ler os twitts que eu perdi, twittar qualquer besteira ou quem sabe encontrar um dos companheiros da madrugada no MSN.

Que calor que tá fazendo em BH esses dias, né? Arreganhei a janela e a cortina pro ar entrar. Eu disse PRO AR entrar.

Visualizem, eu sentada na minha cama com as pernas cruzadas que nem índio, o notebook em cima da cadeira em frente, e eu levemente curvada lendo as coisas, no maior silêncio e distração do mundo. De repente, do lado do computador, em cima da cadeira, aparece ela. Enorme, marrom, cascuda, com antenas do tamanho dos meus mindinhos. Poderia ser até simpática, dizendo "oi, o que você tá fazendo, posso ver?", mas eu não dei tempo pra isso.

Berrei, berrei, berrei, berrei, e saí correndo. A maçaneta da porta do meu quarto saiu na minha mão tamanha a minha delicadeza e calma em abrir a porta pra sair correndo. Correndo pelo corredor (até que enfim a palavra corredor utilizada como deve, se chama corredor é lugar pra se correr) eu não pensei duas vezes, passei pela cozinha e fui na área de serviço. Peguei uma vassoura e o incrível Baygon. Voltei pro quarto devidamente armada e preparada para a batalha.

Ótimo. A minha adversária é da cor do chão, da cor da cadeira, meu quarto é um ovo e tem duas camas e muitas bagunças, além da iluminação super fraca. Praticamente impossível achá-la.

Meu coração acelerava cada vez mais. Sentia o suor escorrendo pela minha testa e pelo meiozinho das minhas costas. Eu tremia e sentia vontade e medo de encontrá-la. Arredei as camas, tirei as caixas do chão, fechei a porta do armário (se ela entrasse lá já era. Eu nunca mais iria encontrá-la, e ela se sentiria a barata mais feliz do mundo no País das Maravilhas). Olhava pra todos os cantos e paredes e nada dela. Nada dela. Putz, já era. Nunca mais eu vou entrar no meu quarto, vou mandar cimentar a porta e fingir que esse cômodo nunca existiu, vou dormir na sala, que bosss........ Aaaaaaaaaaa olha ela ali! Ali! Ali! Ali!

Fiquei tanto tempo comemorando que ela quase sumiu de novo. Ela tava no chão, no meio do quarto e rapidamente correu pra debaixo da minha cama. Logo lá, que é o canto mais difícil de TODOS pra se caçar baratas! Eu subi na cama e fiquei olhando por cima da cabeceira, só espreitando. Enfiei o tubo de Baygon entre a parede e a cama e tsssssssssssssssss...

Tudo evolui no mundo. Uma vez ouvi dizer que as baratas são os seres mais antigos do mundo, e obviamente elas evoluíram muito de lá pra cá. Hoje em dia elas vêm com coluna vertebral e ação anti Baygon. Você esguicha o Baygon nelas e elas levantam a casquinha e dançam "la cucaracha, la cucaracha, tãnãnãnãnãnãnã" fazendo bundinha lelê.

Foi exatamente o que ela fez. Depois estalou a coluna e foi subindo pela parede, até aparecer por cima da cabeceira da minha cama. Eu tinha duas opções. Ou utilizava todos os meus dotes de "le parkour" e dava uma voadora na parede e a esmagava ou eu sujava meu chinelinho lindo branco de bolinhas pretas naquela coisa lindamente nojenta. Lindo mesmo seria se o meu berro daquele momento a matasse de susto, mas o máximo que ela fez foi ficar parada, o que me deu tempo de pegar a vassoura e tá! Tá! Tá! Tá! Morra, sua idiota, morra, morra, morraaaaaaa!!

Ela caiu no chão esperneando, fazendo o maior piti e implorando pela vida. Eu dei mais uma esguichada de Baygon pra ver se ela dançava mas ela não dava mais conta. Morreu. Rá! Eu venci! Ufa. Eu tava suando que nem uma tampa de chaleira, descabelada, vermelha e cansada. Foi uma verdadeira batalha. Mas eu venci.

Varri o corpo até a pá de lixo e a joguei no cesto, num enterro digno que ela merecia no meio das cinzas de cigarro do meu pai, papéis rasgados e outras nojentices.

Voltei pro meu quarto, o cheiro do Baygon estava insuportável. Dancei la cucaracha tãnãnãnãnãnã na web cam com o meu amigo Dani que acompanhou o processo de onde deu, tirei o colchão da cama e fui dormir na sala de estar.

4 da manhã. Agora sim, paz no meu sábado à noite.


Ass: Assassina profissional Marcatti.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Post ruim de moral interessante.

Esta é uma história de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Sara e Luisa são gêmeas e estão na transição entre a adolescência e a vida adulta.

Mas todo mundo sempre disse que Sara é muito madura em relação a Luisa, mesmo elas tendo a mesma idade.

Luisa está afim de ir em festas e shows, está enchendo a cara de bebida, está começando a pensar em levar a faculdade um pouco mais a sério, ou começando a pensar que pode ser útil procurar um emprego. Luisa não quer nem saber de compromisso, quer curtir o cara gato daquele dia e tomara que ele não ligue no dia seguinte porque eu odeio cara que pega no pé. Se bem que ele tem uma Ferrari, então ele bem que pode ligar pra eu dar mais um rolezinho com ele por aí. Luisa não consegue conversar sobre um assunto interessante por mais de dois minutos. Ela fala sobre roupas, sapatos, cabelo, maquiagem e pára por aí. Luisa tem medo de crescer, medo de ser adulta. Estacionou.

Sara trabalha desde os 13 anos. Nunca teve tempo ou dinheiro pra ir em todas as festas que queria, ou pra comprar todas as roupas que achava bonitas. Desde sempre pagou todos os seus gastos, fossem eles com lanche, transporte ou ingresso pra festas. Sara é muito articulada, conversada, inteligente. Lê o jornal todas as manhãs, entende de quase tudo o que se passa no mundo, ama as artes, é capaz de conversar sobre qualquer assunto. Só tem amigos mais velhos e nunca gostou de fazer bagunça e aprontar com turma, tamanho seu senso de responsabilidade. Formada na universidade federal, trabalha já há anos dentro de sua área de formação. Avançou.

Estão com problemas em casa. Problemas de família.
Problemas assim mexem com qualquer pessoa, não interessa como ela é.
Dizem que uma pessoa só pode estar bem de verdade se tudo estiver bem dentro de sua casa. Afinal, é pra casa que você volta no fim do dia ou depois de uma viagem, e se não estiver tudo bem lá, não é pra onde você gostaria de voltar. Então, tem alguma coisa errada.

Luisa está forte. Encara os problemas de frente, discute, argumenta, ajuda a resolver. Apóia, conversa, funciona como um verdadeiro alicerce para a família toda. Age como uma pessoa adulta, que nem sabia que poderia ser. Avançou.

Sara não. A qualquer sinal de discussão e problema, se tranca no quarto e liga o som na maior altura. Finge que não é com ela, que não é ali. Passa a maior parte do tempo falando de outras coisas, fazendo outras coisas, como se nada daquilo lhe dissesse respeito. Não consegue dormir, não consegue comer, e tudo o que faz é se irritar. Age como uma adolescente rebelde, e não está nem aí. Regrediu.

Moral idiota da história idiota e totalmente mal escrita por falta de paciência e concentração: não adianta ser sensacional em tudo se você não tem estrutura emocional.




Ass: Sara Marcatti.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vida social x Rede social

Não. Esta não é uma análise profunda sobre o crescimento do uso das redes sociais no Brasil e no mundo. Não é uma análise comportamental de pessoas viciadas em redes sociais com base em estudos psicológicos. O conteúdo desse post não tem nenhum fundamento científico, e sim um caráter simplesmente observatório de acordo com o meu ponto de vista falho e sentimental das coisas. Como sempre.

Não sei ao certo por onde começar. Eu não me lembro exatamente quando comecei com essa coisa de ficar horas e horas na frente do computador. Eu devia ter uns 14 ou 15 anos, e eu ia pra casa da minha tia, porque lá tinha computador e internet. Era daquelas internets discadas (khhhh, óóííóííííóóó khhhhhh, tãnãnãnãnã, khhhhh...), e só podia entrar depois de meia noite e fim de semana, sendo sábado depois das 14h até segunda feira às 6h. Todo fim de semana eu ia pra lá e passava as noites no bate papo do BOL, ou UOL, sei lá. Até certo tempo atrás eu tinha uma lista com os emails e números de ICQ de todas as pessoas que eu conheci nas salas de bate papo.

Orkut, pra vocês terem uma ideia, eu fiz no computador de acesso livre na agência do Banco Itaú que tinha na Av. João Pinheiro, em frente ao Promove, onde eu fazia cursinho pré vestibular. Ano 2005. O computador deve ter chegado na minha residência em meados de 2006. Demorou bastante até eu ter um computador em casa. Bastante mesmo. E quando eu ganhei um computador já usado da minha prima eu fiquei toda feliz.

E todo mundo já tinha internet banda larga, mas eu ainda usava a internet discada que fazia barulhinho e quando eu contava isso pras pessoas elas morriam de rir de mim. As mais legais me esperavam entrar no MSN (óh! Eu já tinha MSN) depois de meia noite e nós ficávamos até cedo conversando. Eu não tinha acesso a vídeos nem fotos, minha internet era a pura carroça e não servia pra muita coisa. Finalmente em 2008 mais ou menos veio a internet banda larga, e aí, rapaz... Aí a coisa descambou.

Não sei ao certo como, nem a ordem de como tudo aconteceu, mas hoje eu tenho Orkut (embora não entre muito nele), MSN, Skype, Facebook, Twitter, Formspring e esse blog. Além do email, é claro. Sei lá, devo ter mais alguma coisa que não estou me lembrando agora, mas eu tenho.


Ah, que bom que ela cresceu na vida, vocês devem estar pensando. Mas eu digo que esse crescimento é muito relativo. Junto com o meu crescimento "virtual", cresceu também a quantidade de horas em que eu passo diante do computador. Tirando os dias em que eu tenho que sair de casa pra fazer alguma coisa, (eu não sigo rotina, tem dias em que trabalho e tem dias em que não trabalho), eu passo em média 14 horas na frente do computador, basicamente, o tempo em que estou acordada. Não me pergunte o que eu fico fazendo porque eu teria vergonha de dizer que eu faço as coisas mais inúteis do mundo, de assistir vídeos a bater papo e o resto você deduz.

As consequências físicas são visíveis. Esse par de olheiras não me pertenciam, e agora não há maquiagem que as esconda. De tanto ficar com as pernas em posição de "perna de índio" em cima da cadeira dura, surgiu uma espécie de calo no meu tornozelo, e provavelmente será necessária uma cirurgia para retirá-lo. Minha coluna dói quase todo o tempo, porque obviamente não consigo passar 14 horas na posição certa. Vario entre perna de índio, pernas encolhidas, pés em cima da cama, pés na cabeça, pés nas costas, pés nas paredes, pés em qualquer lugar que não seja o chão. Minha visão já deve estar fudida há séculos, mas eu ainda não percebi isso. E, o mais triste de tudo para uma moçoila da minha idade... A barriguinha flácida se acumulando a cada dia. Exercícios físicos jamais, né? Não tenho capacidade de levantar pra ir ali ver "As Cariocas" na TV (e olha que eu tô afinzona de ver), e vou ter ânimo pra malhar?? Mavá!


Agora, o ponto onde eu queria realmente chegar...

E a vida social!?

Eu não sei como responder a esta pergunta. Isso começou a rondar a minha cabeça mais fortemente de pouco tempo pra cá. Não que me preocupe. É apenas uma constatação. De todas as pessoas que eu convivo, menos de dez são conhecidas de outros meios que não a internet. Todas as outras, ou eu conheci pela internet, ou foram relações estruturadas totalmente através de comunicação via internet. Sem contar a quantidade de relações da vida que viraram relações de internet por falta de tempo, falta de créditos telefônicos, enfim. Inclusive, algumas pessoas eu nem conheço pessoalmente. São relações que nasceram na internet e se mantêm fortemente assim, à distância. (ou não)

Não sei o que isso é. Não sei pra onde vai. Não sei se vale a pena ficar escrevendo sobre isso, ainda mais num blog, o que é a mais pura forma de metalinguagem. Falar da internet na internet.
O fato é. Se a internet afasta ou aproxima as pessoas é uma questão que eu não posso responder. A verdade é que eu me sinto muito mais próxima das pessoas que estão na internet do que das pessoas que estão na minha vida real. E sinto que as pessoas reais são muito mais chatas e muito mais falsas e muito mais insuportáveis do que as pessoas da internet. Logo, está clara a minha escolha.


Eu não acho que eu seja uma pessoa na vida real e outra pessoa na internet. Eu sou a mesma Bella pra todo mundo. O fato é que eu começo a me sentir muito melhor e muito mais à vontade na frente do computador do que na vida real. Começo a preferir o silêncio do meu quarto, ou a música que eu escolher naquele momento (agora, I've Seen All Good People - Pink Floyd) do que uma falação frenética de bar ou boate. Prefiro o meu pijama molengo a uma calça jeans apertada. Prefiro o meu cabelo despenteado a minha franja arrumadinha pra frente. Prefiro aqui do que qualquer outro lugar. Aqui eu posso ficar offline quando quiser. Na vida não. Aqui eu posso inventar desculpas pra não conversar com quem eu não quero. Na vida não. Aqui eu posso dividir meus pensamentos com milhões de pessoas, desconhecidas ou não, e escolho o que leio em resposta. Na vida não. Aqui tanto faz. Na vida não. Aqui é muito importante. E na vida tanto faz.

Ass: Bella Marcatti.

PS: www.meadiciona.com/bellamarcatti

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paixão. No dicionário:

1) Impressão viva. Na minha interpretação, isso é quando você pensa tanto, mas tanto, mas tanto no ser receptor da paixão, que ele se torna quase palpável diante de você. Como se você sentisse o tempo todo aquele perfume, aquele toque, e tivesse realmente vendo aquele rosto na sua frente. Tipo, mas é só impressão sua mesmo. Ilusão, delírio, idiotice, sei lá.

2) Perturbação ou movimento desordenado do ânimo. Na minha interpretação, isso é porque você apaixonado naturalmente tem os ânimos alterados. Isso se reflete nos sintomas mais comuns e facilmente identificáveis, como frio na barriga, coração acelerado, coração saindo pela boca, suor frio principalmente nas mãos e axilas, borboletas no estômago, pensamento longe, déficit de atenção e/ou concentração, sorrisinho no canto da boca, cara de besta, e outros do mesmo gênero.

3) Grande predileção. Na minha interpretação isso é muito óbvio. Quando você está apaixonado por alguém, é óbvio que você prefere ele a qualquer outra coisa. Prefere ele a estudar. A trabalhar. A sair com os amigos. A ficar em casa na frente do computador. A comer. A respirar. A viver. Ou só pensa em viver se for perto dele, 24h por dia.

4) Afeto violento, amor ardente. Afeto na minha concepção não pode ser algo violento. Violência não tem nada a ver com paixão. "Arrebatador" seria uma palavra melhor. Dicionário burro, não entende nada de paixão! Já o amor ardente eu concordo. Já dizia o poeta, o amor é fogo que arde sem se ver... blá blá blá... E arde mesmo, falta explodir. E dói.

5) O objeto desse amor. Na minha interpretação isso é quando você chama o receptor de "paixão", e não o trata como se ele fosse um simples objeto. Dicionário burro. É alguém que você é capaz de respeitar e tratar com devoção, carinho, atenção, e todas as coisas lindas e românticas que um objeto não precisa receber. E que pessoas-objetos não fazem questão de receber.

6) Pena, cuidado, trabalho. Quase me repetindo da definição anterior. É quando você é capaz de se dedicar a cuidar de alguém. É capaz de tratá-lo como ele merece ser tratado, com carinho, atenção, devoção, e todas as coisas lindas e românticas que eu preciso receber. E quando você não vê isso como um trabalho ou uma obrigação, e faz simplesmente porque se sente bem assim, vendo o outro feliz. Dicionário burro.

7) Grande desgosto, grande pesar. Aí é quando não dá certo.

Quando a gente é burro e acha que escolheu o alguém certo. Aí ele te trata como um objeto, não se esforça pra te ver feliz, prefere qualquer programa a você, trata com violência com o seu afeto e de repente desaparece, evidenciando que tudo era ilusão, que os seus sintomas de paixão não passavam de idiotice. Deixa você com o ânimo desordenado, o coração ardendo de ódio, vontade de não estudar nem trabalhar nem viver por mais 24 minutos... e a impressão de que nunca mais vai poder sentir aquele perfume de novo sem sentir um embrulho no estômago.



Ass: Bella Marcatti.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MEU NOVO ESPETÁCULO!!



O espetáculo

O teatro se transforma em uma casa de baile, onde, ao som do bolero, os atores improvisam histórias inéditas, construídas a partir de estímulos do público. A vitalidade da improvisação teatral apropria-se do universo da dança a dois para oferecer ao público a experiência do encontro com o inesperado.

Serviço:

De 22 a 27 de outubro, às 20h (de sexta a quarta)

Duração: 60 minutos

Teatro: Caixa Clara - Rua Geraldo Teixeira da Costa 141, Floresta

Classificação: 14 anos

Valores dos ingressos na bilheteria: R$ 12,00 (inteira) / R$ 6,00

Informações: 31 8794-6283

Ficha Artística

Elenco: Bella Marcatti, Débora Vieira, Fabiano Lana, Guilherme Théo, Mariana Vasconcelos, Mateus Bianchim, Rafael Protzner e Vivian Bernardes.

Direção: Débora Vieira

Autor: Criação Coletiva

Aulas de bolero: Bruno Ferraz e Santos, Lúcio Paiva Jr. e José Ricardo Junior

Coreografia: Lúcio Paiva Jr.

Treinamento de Impro: Mariana Vasconcelos e Mateus Bianchim

Preparação corporal: Débora Vieira

Trilha Sonora: Pedro de Filippis

Iluminação: Milena Pitombo e Sidnei Honório

Cenografia: Vivian Bernardes

Figurino: Fernanda Bravin

Arte gráfica: Fernando Noronha

Fotografia: DuSantos

Assessoria de Imprensa: Adilson Marcelino (Cia Clara)

Realização: Cia Clara de Teatro e UMA Companhia

Produção: Caixa Clara e Débora Vieira


A direção
Integrante e fundadora da UMA Companhia, Débora Vieira é atriz formada pelo CEFAR (Fundação Clóvis Salgado) e atualmente realiza estudos de mestrado no Poslit UFMG, numa pesquisa sobre a dramaturgia da improvisação. Junto à UMA Companhia, atua no espetáculo Match de Improvisação (2006), sob direção de Mariana Muniz. Integra também o elenco da peça Cortiços (2008), dirigida pelo coreógrafo Tuca Pinheiro e produzida pela Cia de Teatro Luna Lunera. Trabalhou como co-dramaturga do espetáculo A Fabulosa Redonda Flor (2009), dirigida por Bruno Godinho junto à Cia de Yepocá. Em 2009, residindo na cidade de Santiago do Chile, realizou uma residência artística junto ao Colectivo Teatral Mamut e estudos de especialização em Dança-Teatro (Instituto de Enseñanza Teatral La Olla) e Pedagogia Teatral (Universidad de Chile). Ainda em 2009 participou do festival Mujeres Creadoras, realizado pelo grupo Yuyachkani, na cidade de Lima, Peru. Em 2010, dirigiu Fábrica de Cimento (concepção de Clécio Luiz), cena finalista do projeto Cena-Espetáculo do Galpão Cine Horto. Já ministrou aulas de Consciência Corporal e de Yoga na Geraes Cultural (BH) e de investigação teatral no projeto no IN CENA – Curso livre de Teatro da Cia. de Teatro Luna Lunera –, além de oficinas e cursos de improvisação junto à UMA Companhia. Integrou oficinas com Shawn Kinley (Canadá), Impromadrid (Espanha), Complot Escena (México), Natália Tencer (Argentina), Cristina Castrillo (Suíça), Graziela Rodrigues (SP), Lia Rodrigues (RJ), Morena Nascimento (BH) e Movasse (BH), entre outros.

O grupo

A Uma Companhia é constituída por atores formados nos cursos de Teatro do Palácio das Artes – Cefar, da Fundação Clóvis Salgado, e da UFMG.

O espetáculo de estreia, Match de improvisação, é sucesso de público em Belo Horizonte, desde 2006, com a inusitada mistura entre teatro e esporte que transforma os atores em jogadores, e a plateia em torcida. O segundo trabalho, Sobre nós, é criado a partir de histórias pessoais contadas por integrantes da plateia, a cada noite. Para empresas e escolas, o grupo trabalha com o espetáculo Imprótese alguma, focado em jogos de impro. Desde o primeiro semester de 2010, o grupo tem também se dedicado a oferecer cursos e oficinas de improvisações, através da UMA Escola de Impro.

A companhia já realizou grandes eventos internacionais de improvisação em Belo Horizonte, com espetáculos, oficinas e debates. Em 2007, organizou o Encontro de Impro, trazendo o grupo espanhol Impromadrid ao Brasil. Em 2008, foi a vez do Fimpro (Festival Internacional de Improvisação Teatral), com participação dos grupos Colectivo Mamut (Chile), Complot Escena (México), Liga Profesional de Improvisación (Argentina) e Acción Impro (Colômbia), além dos grupos nacionais Cia. Imprópria (Ouro Preto – MG), Cia. Acômica (Belo Horizonte – MG) e Cia. do Quintal (São Paulo – SP). Em outubro deste ano, o grupo representou o Brasil no Mundial Impro Chile 2010.


Este espetáculo não conta com patrocínio.

Apoiadores

O espetáculo foi realizado com o apoio do Edital Ilhas Livres 2010, da Cia Clara de Teatro, e também conta com o apoio cultural de:

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pensamentos de paraíso astral.

No dia 28 de outubro eu completo 24 anos. Eu sei que eu não estou velha, e estou longe de ficar ou parecer velha (e o tempo passa cada vez mais rápido, eu sei). Mas hoje me bateu umas coisas estranhas. Tá, não são tão estranhas porque eu sempre penso numas coisas assim, mas hoje veio mais forte. Aquele tipo de pergunta que as pessoas só costumam se fazer lá pros 40, 50 ou 60 anos, sei lá. Quando elas resolvem parar pra pensar no que fizeram da vida até ali, no que tem até ali, e o que pretendem fazer dali pra frente e essas viagens todas. Dizem que quando a morte está próxima, o filme da sua vida passa rapidamente pela cabeça e eu espero do fundo do meu coração que eu ter refletido sobre essas coisas hoje não seja um sinal de que eu vá me despedir desse mundo que tanto gosto.

Gosto. Reclamo e não vejo muito sentido nele na maioria das vezes, mas eu gosto sim.

Tem quase 24 anos que estou nele.

O que eu fiz da vida até hoje? Bem, eu formei no colégio, fiz cursinho, fiz vestibular, fiz uma parte de uma faculdade, fiz o Teatro Universitário. Trabalhei como monitora, como professora, como secretária, como vendedora, hoje sou atriz. Tenho no currículo inúmeras apresentações, oficinas com pessoas fodas, alguns comerciais. Tudo bem.

O que eu consegui até hoje? Consegui largar a faculdade que detestava e provar para os meus pais que a profissão de atriz não é hobbie, e que aos trancos e barrancos consigo me manter assim. Consegui que eles tenham orgulho de mim. Consegui trabalhar com pessoas que eu queria. Consegui juntar uma graninha. Consegui comprar e fazer muita coisa com meu dinheiro, sem depender mais dos meus pais. Tudo bem.

Tive momentos inesquecíveis ao lado de amigos e namorados. Amei e fui amada, ri, chorei, dancei, dancei demais, cantei, desafinei, berrei, xinguei, emburrei, discuti, conversei, escrevi, adoeci, dormi, dormi, dormi... E muitos, muitos, muitos e inimagináveis outros verbos. Tudo bem.

Vivi?...

O que eu pretendo fazer daqui pra frente?

Esse é o ponto onde eu queria chegar, aquilo tudo ali em cima era só pra contextualizar o pensamento.

Hoje eu fiquei um bom tempo em frente a este computador (que faz parte essencial da minha vida, diga-se de passagem) e por um grande acaso do destino eu me deparei com sites e fotos que nunca tinha visto. As coisas pulam na nossa frente do nada sem que a gente procure e a gente só fica se perguntando como isso nunca apareceu antes. É que tudo tem a hora certa, eu sei, eu só fico encasquetada é com a pontualidade dessa hora.

Talvez o que eu vi não tenha nada demais, mas acho que hoje vi com um olhar um tiquinho diferente e isso pode ter feito toda a diferença. Vi fotos de uma menina com os amigos dela. Momentos legais ao lado de pessoas legais, e só. Sem compromisso de ser bonita, de ser interessante, de ser qualquer coisa que não era. Era aquilo e era. Vi um blog onde um cara pedia a namorada em casamento em público, e falava de amor, de amor, de amor, de ciúmes, de defeitos dele, questionamentos e problemas de relacionamento, coisas tão normais, tão cotidianas, tão da vida de todo mundo... Mas com uma sensibilidade e um toque muito especiais. Ouvi umas músicas que gosto e que não ouvia há muito tempo e cantei bem alto como não fazia há muito tempo também. Fiquei bem.

Mas confesso. De uns tempos pra cá tenho reclamado de (quase) tudo. Reclamo quando é sol, reclamo quando é chuva. Reclamo de ficar em casa, reclamo de sair. Reclamo de ficar à toa, reclamo de trabalhar. Reclamo de estar sozinha, reclamo das pessoas. O que sobra de tanta reclamação? Uma Bella sem muitas energias, com os olhos e ombros meio caídos, meio sem graça e sem vontade de viver. Uma Bella chata e bem diferente de outra Bella que vivia em outras épocas.

Vivi?...

O que eu pretendo fazer daqui pra frente?

Me resgatar. Colorir as páginas do meio do livro que estão em branco. Fazer uma faxina, tirar todo o pó e deixar tudo brilhando. (Não literalmente, viu, mãe? É que algumas coisas nunca mudam...). Dançar mais. Cantar mais. Sorrir mais, chorar mais, e mais e mais e mais de tudo o que preenche uma vida. Perceber nos detalhes mínimos que ali está tudo de que se precisa. Uma lua e uma estrela num céu alaranjado. Estar ao lado das pessoas certas. Continuar trabalhando com o que eu amo. Simples assim e pronto.
Assim como girar um caleidoscópio e ver as figuras se formando, as cores se misturando, e se encantando com cada novidade... É o que eu pretendo fazer daqui pra frente.

E para que o plano não se perca, eu vou ganhar uma câmera fotográfica de aniversário, para registrar todos os meus momentos de simplicidade e delicadeza, para que eu possa recorrer a eles quando tudo começar a desbotar e para que eu possa me lembrar das cores que o mundo tem. Pra colorir minhas páginas em branco com as cores da vida. Da minha vida.

E vai ficar tudo bem.

Viva!


Ass: Bella Marcatti.

Agradeço às pessoinhas lindas que mesmo sem saber vêm contribuindo arduamente para essa mudança de pensamento. Se você está lendo e acha que pode ser você, existe 99,99% de chance de ser. =)

E quem quiser me dar de aniversário um caleidoscópio, agradeço.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pensamentos soltos.

Cabeça vazia, oficina do diabo. Essa teoria se aplica em partes. O diabo adora trabalhar na minha cabeça, eu estando ocupada ou não. Nos dias em que tenho muitas tarefas ele resolve trabalhar quando estou dentro do ônibus, andando nas ruas, durante o banho, enquanto como ou antes de dormir. Ele sempre encontra um espacinho. Isso pode querer dizer também que eu tenho a cabeça vazia nas horas vagas, o que pode não ser tão legal assim se for verdade.
O fato é que hoje o diabo pôde se esbaldar no oco da minha cabeça. Fui dispensada do meu ensaio e dps de muito tempo, passei um dia inteirinho dentro de casa, fazendo absolutamente nada.

O pensamento é. Me sinto sozinha.

Tá, eu sei, eu sei, eu vivo cercada de milhões de pessoas o dia inteiro. Tem a turma do teatro (gigantesca), a turma da dança de salão, os amigos aleatórios, os que me acompanham em algumas refeições, os que vão me assistir no teatro, os que me ligam ou mandam mensagem no celular de vez em quando, os que mandam recadinhos no twitter ou orkut... Mas isso não quer dizer nada. De todas as pessoas que me cercam, qual sabe realmente do que se passa na minha vida? Diria que uma sabe de 50%, outra 80% e UMAZINHA só sabe 99%. O 1% que falta pra essa umazinha é o que eu tenho vergonha de contar e o que nem eu mesma sei como dizer.

Aí fico vendo as fotos das pessoas na internet. Sempre cheias de amigos, de festas, de momentos legais. E sinto uma pontinha de inveja. Eu tenho trocado meus possíveis momentos legais pra ficar dentro de casa descansando, o que é um momento necessário também, eu acho. Mas eu poderia levar a minha vida de uma maneira mais leve, também.

Por outro lado, pra quê ficar indo a festas e reuniões sociais? Pelo menos pra mim, soa tudo meio artificial. Seria estar no meio de uma turma enorme que está ali comigo na foto e é como se nem tivesse. Se cada um recortasse o seu rosto na foto e ficasse um buraco, daria no mesmo. Então que sentido tem?

Então eu começo a pensar que posso ser um cocozinho pras pessoas, assim como as pessoas têm sido cocozinhos pra mim. Do tipo que não faz diferença, não importa. Elas não querem saber do que eu tô passando e eu também pouco me importo com elas, tão preocupada estou no meu mundinho de diabo.

Então eu começo a querer encontrar ao menos uma pessoa que realmente valha a pena conviver e compartilhar a vida. Que torne as coisas mais leves. Que me faça ter ânimo pra sair e ver o mundo com as cores que ele tem. Que me faça ver que as pessoas não tem que me bastar, mas eu mesma tenho que me bastar. Que as pessoas estão no mundo pra somar, e não pra tapar buracos que estão em mim. Que elas não tem nada a ver com isso.

E aí eu percebo que não preciso encontrar pessoa nenhuma. Que tudo tem que partir de mim mesma. Não sei como, mas é assim.

E me sinto novamente sozinha. E oca.

E trabalha, diabo...


Ass: Bella Marcatti.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Blá blá blá...

Trilha sonora: Kisses and Cake, é quase óbvio.

Situação: Quinze para as duas da manhã, tendo que acordar às seis e cinquenta para ensaiar às oito e meia do outro lado da cidade. Sem sono.

Motivo do post: Passar o tempo.

Inspiração: zero.

Vontades do momento: Não ter ensaio. Ganhar uma massagem nas costas. Não ter joanetes doloridos. Uma cadeira de computador mais confortável do que essa. Comer chocolate. Não escovar os dentes. Não dormir. Não acordar. Receber um telefonema. Receber uma mensagem. Ganhar um abraço sincero. Olhar pra lua. Ver uma borboleta. Sumir. Beber água. Não ter que me levantar daqui pra buscar água. Ter dinheiro. Ter carteira de motorista. Ter um carro. Jogar pedra em um ônibus. Esmurrar as paredes. Gritar. Espernear. Chorar.

Vontades realizadas neste momento: Não dormir. Chorar.

E daí vem outra vontade: A de que o meu gel facial hidratante para a noite fosse à prova de lágrimas.

Mas eu acho que é só cansaço mesmo.
Tá tudo bem.
De verdade que tá tudo bem.
É porque já é segunda feira e eu nem... nem... droga.
Eu tô cansada.
Eu tô meio perdida dentro das minhas tarefas. Eu tô fazendo muita coisa e no meio de tanta coisa eu me perdi de mim!
E quando me achei, hoje quando cheguei em casa, eu me vi tão largada ali, que fiquei com pena. Não é legal sentir pena de si mesmo, mas eu senti e pronto. E pra ser legal comigo mesma, pelo menos por um tempinho, eu comecei a chorar pra ver se eu tirava aquele osso de galinha que tava entalado na minha garganta já há um bom tempo. E acontece que ele ainda não saiu. E nem sei se vai sair, porque é um osso de coxa de galinha, e não asinha de galinha. Se fosse asinha seria mais fácil, mas coxa é mais difícil.

Saudade do tempo em que em vez de osso de galinha na garganta eu tinha era borboletas no estômago. Mas esta é uma outra história.



Ass: Bella Marcatti.

domingo, 5 de setembro de 2010

Do nada.


Tava fazendo xixi e pensei numa coisa. Há muito tempo eu não escrevo uma história de mentira. Uma história inventada da minha própria cabeça, cheia de fantasias, príncipes e borboletas como eu gosto. Ultimamente tenho escrito sobre realidade. A minha realidade, minha rotina, minha vidinha besta de lá pra cá e daqui pra lá. De vez em quando um pouco de respiro, como quando eu reparo nos sapatos de lacinhos da moça que tá sentada do meu lado dentro do ônibus, ou no cor de rosa do esmalte dela, essas coisas que podem ser vistas como um quê de poesia, mas eu vejo mesmo como detalhes óbvios da vida de uma mulherzinha.

Então eu me assustei. Será que eu tô me transformando numa pessoa normal? Normal no sentido de pessoa fria dessas que andam dentro dos ônibus comigo. Dessas que não mexem o pé no ritmo da música que toca no seu fone. Dessas que não imaginam nunca a possibilidade daquela música linda lá fora ser uma serenata pra elas. Dessas que comem chocolate como se fosse arroz e feijão. Dessas que não fazem da escova de cabelo um microfone. Dessas que não sonham com os príncipes encantados afora. Dessas que não cantam no chuveiro. Dessas que não fazem caretas na frente do espelho. Dessas normais.

Opa. Quase que a realidade me pegou e me prendeu nesses últimos tempos, acabo de constatar. Que perigo!

"Era uma vez uma larva muito marrom e muito feia que rastejava pela floresta. Olhava pra cima e via o mundo tão grande, cheio de flores de todas as cores, rosa, azul, roxo, amarelo, laranja. Olhava pra baixo e via a terra tão marrom quanto ela. O maior sonho da larva era ser colorida como o mundo. E chorava, chorava a rastejar.

Depois de um certo tempo, a larva encontrou uma laranjeira pelo caminho. Subiu pelo caule até chegar numa laranja que era tão grande e tão laranja que até um lápis de cor laranja sentiria inveja.
- Olá, Laranja!

-Olá, Larvinha - respondeu a laranja. - Por que toda essa tristeza? Estou vendo lágrimas nos seus olhos...

- Puxa, Laranja, sabe o que é? Estou cansada de ser feia desse jeito. Não tenho nada de interessante, só esse marrom feio. Ninguém olha pra mim, ninguém liga pra mim, posso até ser pisada que não faz a menor diferença...
- Não fique assim, Larvinha. Cada um é de um jeito e nós precisamos nos gostar assim como somos.

- Tá, eu vou tentar ficar melhor.


Se despediu e saiu rastejando até chegar numa folha. Comeu um pouco e desejou que aquele lindo tom de verde que ela comia se espalhasse pelo seu corpo e a fizesse ser mais colorida. Mas nada aconteceu.


A larva continuou rastejando pela floresta até encontrar uma joaninh
a e uma abelha. Sentiu muita inveja. A joaninha era vermelha com bolinhas pretas, brilhava na luz do sol como se houvesse verniz em suas asas. A abelha era listadinha de amarelo e preto, e as duas podiam voar. A larva então abaixou a cabeça numa tristeza profunda e seguiu o seu caminho, se sentindo a pior das criaturas da floresta.

Anoiteceu e os vagalumes apareceram. Disse a larva:

- Puxa, como são lindos os vagalumes! Dançam a noite inteira iluminando o céu como se fossem estrelinhas...


E observando a coreografia dos vagalumes, a larva adormeceu. Um sono profuuuundo, longo como o inverno. Sonhou que seu corpo se transformava...

Muito tempo depois, a larva despertou, mas estava em outro lugar. Era um lugar quente e apertado, não tinha como se mexer. Não dava pra ver a luz do sol, não d
ava pra ver o céu, e nem as cores do mundo.
- O que está acontecendo? Eu quero sair daqui!


Encontrou um buraquinho e lá foi ela. Cavando daqui e dali, fazendo força, ai, ai, que difícil... A larva então conseguiu sair e... tamanha a sua surpresa em ver que não estava no chão, nem em um galho qualquer... estava no ar! A larva estava voando, leve como uma... BORBOLETA! Olhou para suas asas e viu que nelas havia todas as cores que ela gostava! Uma mistura perfeita de azul do céu, com laranja da fruta, com verde da folha, com vermelho da joaninha, amarelo da abelha, roxo e rosa das flores... Ela era mais colorida que o arco íris! Que felicidade!

A borboleta então saiu voando pela floresta muito feliz e satisfeita."


Moral da história: a transformação está em nós mesmos.

Ass:
Bella Marcatti.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Boa tarde.


Quer saber como aumentar o seu ânimo e sua energia em até 95%?

Veja do nada, antes de atravessar uma rua qualquer de um bairro qualquer, aquele único cara da academia que você acha realmente bonito e guardou a fisionomia porque vocês deram aquela encarada um para o outro nas três vezes em que se encontraram. Fique desconcertada, olhe, finja que não viu, olhe de novo, fale para sua amiga no celular que sua bateria está acabando e que liga pra ela depois. Espere que ele se apresente, descubra de onde vocês se conhecem, troque com ele uma dúzia de palavras, dê três beijinhos, constate o quanto ele é burro (contraponto básico à quantidade de músculos e tatuagens que ele tem), repare no sorriso maravilhoso, nas sobrancelhas grossas e falhas, nos piercings, nos ombros... Falem sobre o tempo, sobre os ônibus que vão pegar, sobre o que fazem da vida, façam aquele silêncio horroroso de quem não tem a menor graça, reze para que o seu ônibus não passe nunca... Dê sinal para o ônibus que resolve passar o mais logo possível em toda a existência dele, entre no seu ônibus e perceba ao dar o dinheiro para o trocador que o menino ainda está te olhando do lado de fora, ...

Boa tarde.

Quer saber como diminuir o seu ânimo e sua energia em até 95%?

...e perceba também que você está vestida da maneira mais esdrúxula e malaca possível: blusa da Sininho, calça froxoló e havaianas falsificadas brancas E totalmente encardidas. Sem um pingo de maquiagem, abatida pelo mal da semana e DE ÓCULOS!!

E pra melhorar, lembre-se de que ele fez a pergunta maldita e ofensiva: "Você trabalha ou só faz teatro?"

...

Ass: Bella Marcatti.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

TEM R$5 SOBRANDO???

QUER PATROCINAR UM ESPETÁCULO DE IMPROVISAÇÃO TEATRAL?

Agora você pode!

A UMA Companhia está em processo de montagem do seu novo espetáculo teatral, o "Dos Gardenias Social Club".

No total somos 13 profissionais envolvidos no projeto (atores, cenógrafa, figurinista, iluminador, professores de dança...), trabalhando sem verba e remuneração.
Como não temos patrocínio, resolvemos pedir a sua ajuda, quem sabe assim não consigamos pagar pelo menos o cenário?

Qualquer quantia ajuda, e muito! R$5,00, R10,00, R$50,00. O que você puder!

E se você puder doar R$50,00, ganhará um par de cortesias para o espetáculo. Se doar R$100,00, ganha 3 pares de cortesias - uma forma que encontramos de retribuir o seu investimento.

Por meio desta vaquinha virtual, você pode doar qualquer quantia via transferência bancária, boleto ou cartão de crédito.

Algumas pessoas têm relatado que não conseguem efetivar a transação via transferência bancária, então sugerimos que você dê preferência a BOLETO, caso queira contribuir. =)
Você gera o boleto e paga da forma como preferir.

SEGUE O LINK: http://t.co/8IsFSKu.

E, finalmente, se você conhece alguma empresa que queira apoiar o espetáculo e ter sua marca amplamente divulgada, entre em contato: debora.o.vieira@gmail.com

Aqui você tem acesso a algumas informações sobre a UMA Companhia: http://umacompanhia.wordpress.com/

"Dos gardenias para ti
Que tendrán todo el calor de un beso..."

Ass: Bella Marcatti.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Anotações de ônibus.

Ônibus. Andar de ônibus é coisa que ninguém gosta de fazer. Eu, obviamente, não sou muito diferente. Como ultimamente minha rotina tem sido muito louca, tenho que ir de um lugar a outro e dali pra outro lugar, tenho pegado em média 5, 6 ônibus por dia, ou até mais, dependendo dos lugares. Como ando com um bloquinho sempre em mãos e escrevo meus pensamentos quase que instantaneamente, percebi que muito do que eu escrevo dentro dos ônibus se refere a fatos e acontecimentos que acontecem ali mesmo. Fiz um apanhado dessas anotações e vou transcrever agora pra vocês...

"Porra, já tem mais de quinze minutos que eu tô parada nesse frio do capeta esperando o ônibus. Se eu soubesse que ia ficar aqui tanto tempo, poderia ter dormido mais. Já que vou chegar atrasada no ensaio mesmo... E agora era só o que me faltava, a cidadã sem o mínimo de noção pára em pé na minha frente e ainda acende o cigarro. Fedorenta! "

"Eu tenho o costume de cumprimentar os motoristas e trocadores, mas tem uns que fingem que nem ouviram! Que raiva! Eles nem imaginam o esforço que eu faço pra ser simpática com eles depois de esperá-los por tanto tempo no ponto. Faço questão de repetir o cumprimento em tom de ironia, só pra ver se eles são educados forçadamente. E quase sempre funciona. Forçadamente. "
"Quando tô em pé ninguém nunca oferece de levar a minha mochila! Só por isso eu parei de oferecer de levar as coisas dos outros quando estou sentada. A não ser que a pessoa esteja insistentemente batendo a bolsa na minha cara, então eu educadamente ofereço: "quer que eu leve?" e a pessoa sem o mínimo de senso de incômodo responde: "não, obrigado, tá levinho." Querido, eu não tô oferecendo pra te ajudar e não tô interessada se tá pesado ou leve, o fato é que tá batendo na minha cabeça, então me dá essa merda pra eu carregar antes que eu dê um soco no meio da sua cara. De qualquer forma, eu acho que prefiro as bolsas do que as barrigas gordas batendo na minha cabeça."

"Tendo em vista esse incômodo das bolsas, eu deveria me sentar na janela, eu sei. Mas eu não suporto mesmo a ideia de me sentar ao lado de milhões de chicletes pregados nas paredes dos ônibus, e olhar no cantinho da cadeira e ver papéizinhos e nojentices de toda espécie propositalmente colocados ali. Sem falar no nojo real que tenho de encostar naquele vidro embaçado de cabeça suja das pessoas que dormiram ali há meses. Não dá mesmo. Além do mais, eu prefiro dar licença para pessoas que não pedem a pedir licença a pessoas que não dão. A pior coisa que tem é quando você tá sentado na janela, vai descer, e a pessoa ao lado simplesmente encolhe as pernas da maneira mais preguiçosa do mundo. Porra! Não dá pra ver que em 10 centímetros eu e minha mochila não conseguimos passar e fatalmente eu vou esbarrar em você e você vai me olhar com cara de bunda? Então evite esse incômodo levantando para eu passar de maneira decente. Eu vou até ser simpática e agradecer a você com um sorriso."

"Ônibus é sempre um local de encontros. Pobre que é pobre encontra outro pobre no ônibus. Eu mesma já cansei de encontrar pessoas nos ônibus e vamos batendo papo até chegar a hora de um dos dois descer. Ok, isso é até legal. Mas peloamordedeus, gente, FALA BAIXO! Pra quê esguelar desse jeito dentro do ônibus!? Eu não tô nem um pouco interessada na sua saída do fim de semana, na doença da sua mãe ou qualquer coisa que diga respeito à você, porque eu não conheço você! Portanto, converse em tom normal, inclusive e principalmente se for falar ao telefone. Tem gente que já atende o telefone gritando, meu Deus, pra quê? Hoje em dia a tecnologia já permite que você converse em tom natural com as pessoas no telefone. Não pense que se gritar, a pessoa lá do Barreiro vai ouvir, não vai!!! Fala baixo, por favor, que eu estou ouvindo música no volume máximo e ainda assim a sua voz está me incomodando profundamente. Isso porque eu tenho educação e ouço música com fones de ouvido. Fones de ouvido foram inteligentemente criados para que você possa ouvir suas músicas horrorosas sem perturbar ouvidos alheios que não tem absolutamente nada a ver com o seu mau gosto. Portanto, você que ouve funk, pagode, axé e uma coisa parecida com Calypso que eu não sei como chama... sem fone, compre um fone. No shopping OI é super baratinho e você fará um bem gigantesco para a humanidade. Juro."

"Desculpa, gordos. Mas eu odeio sentar ao lado de vocês. É que ou vocês me espremem nos chicletes ou vocês me colocam com a metade da bunda pra fora da cadeira e eu tenho que ficar equilibrando com o pé. Desculpa mesmo, mas enquanto eu puder evitar sentar perto de vocês, eu o farei."

"Cecê eu acho que nem precisa comentar."

"Sempre acho que tem alguém lendo as coisas que eu escrevo. A mulher aqui do meu lado tá praticamente pedindo pra eu escrever mais rápido pra ela acompanhar a história até o fim a tempo de descer no ponto dela. E quando eu escrevo alguma coisa feia, a pessoa ainda me olha me recriminando...! Não seria mais certo eu fazer o contrário? Outro dia eu tava lendo um texto e a mulher tava lendo comigo. Nem disfarçou, ela tava quase subindo em cima de mim. Quando eu passei a página ela assustou, e soltou um "tsc". "

"Não consigo tirar os olhos de um cara semi-bonitinho que tá no ônibus. Ele deve ter uns 22 anos no máximo, e eu acho que curti os óculos dele. Ele sabe que eu tô olhando e tá se fazendo de difícil. Ele não tem motivo nenhum pra estar de pé no sol, e está. E ele olha de rabo de olho pra mim e está curioso para saber o que é que eu estou escrevendo. Ele desceu."

"Acho que semana que vem vou pintar as minhas unhas de roxo escuro, que nem as dessa moça aqui do lado."


Ass: Bella Marcatti.

domingo, 8 de agosto de 2010

Gafe.


Este é um fato verídico. Qualquer semelhança com a realidade não tem nada de coincidência. Nomes reais foram mantidos para melhor compreensão da história.


Dia dos pais. Almoço de família. Na copa estão: meus pais, meus padrinhos, minha irmã, minha tia avó de 78 anos e a filha dela. Minha tia avó se chama Dylva. Lê-se Díuva. Comíamos macarronada. Estávamos todos em silêncio, comendo. Todo mundo estava de boca cheia, e como educados que somos não falamos de boca cheia. Realmente não me lembro como começou ou de onde surgiu a conversa. Alguém (acho que foi a minha mãe, isso é bem a cara dela) brincou com o nome da minha tia avó, trocando o acento de DÍUVA para DIÚVA. Diúva. Di uva. De uva.

Eis que do nada eu batuco e canto: "Chupa, chupa que é DIÚVA, chupa que é DIÚVA!"

Tamanha a cara de espanto do meu pai me reprimindo, tamanha a gargalhada que minha prima e minha irmã soltaram na hora. Eu fiquei muito vermelha mas não aguentei a gargalhada. Saiu de forma tão espontânea que não deu pra segurar...

Moral da história:
1)Ainda bem que ela é meio surda e nem ouviu a musiquinha.
2)Eu perco a tia avó mas não perco a piada.
3)Os treinos de improvisação estão fazendo efeito.


Ass: Bella Marcatti.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Diariamente...


Querido diário,

Hoje uma conversa com meus amigos me fez refletir muito sobre você. Estávamos conversando sobre terapia, auto conhecimento, regressão, essas coisas relacionadas a psicologia. E eu caí na besteira de dizer pra toda a roda que apesar de não me considerar uma pessoa 100% saudável e resolvida psicologicamente (tenho lá minhas crises e você sabe muito bem disso), tenho muita consciência dos meus avanços e crescimentos como pessoa por escrever e ler os meus diários. Pra quê eu fui falar? Fechou-se um silêncio ao meu redor e os olhares se centralizaram em mim, demonstrando surpresa e deboche ao mesmo tempo. "Ah, Bella, não acredito que você escreve em diário!" "Que coisa mais infantil, coisa de quarta série!" "Querido diário, hoje acordei, escovei os dentes e fui pra escola..." "Fala sério, Bella! Você faz isso mesmo?"

FAÇO! FAÇO FAÇO FAÇO!

E hoje resolvi fazer na versão online, pra provar que escrever diários é uma prática muito interessante... E todo mundo deveria experimentar.

Pra começar, ajuda na memória. Ao escrever as suas atividades do dia e como foi cada uma você automaticamente as revive na memória. Se algo te trouxe um sentimento bom, você se emociona enquanto escreve. Se aconteceu algo que te deixou com raiva ou chateado, o diário é um amigo que te escuta sem falar nada, sem dar palpite errado. E ainda te faz às vezes conseguir enxergar as coisas por um outro ângulo, com mais tranquilidade. Ajuda a organizar melhor as ideias, tanto para colocá-las no papel como pra entender aquela situação que te pareceu meio complicada à primeira vista.

Quando você pega um diário antigo e lê aqueles sentimentos, aqueles acontecimentos de determinada época da sua vida... Você é capaz de saber se já superou, ou se ainda sofre por causa daquilo. Basta observar se você ri e se acha um idiota, ou se prefere parar de ler para não começar a chorar outra vez. Você vê o que sonhava, o que desejava, e o que tem agora. Você vê o quanto cresceu, o quanto amadureceu, o que mudou, o que permanece. Lendo diários eu já tomei decisões seríssimas que mudaram de uma vez por todas minhas atitudes com relação a certas coisas. E isso fez toda a diferença.

Escrever e ler diário é um momento muito seu, muito íntimo, que só você sabe até onde pode ir, e ao mesmo tempo não tem limites. É seu. Do seu jeito, com seus erros, seus defeitos e qualidades. É o seu retrato escrito. É você em palavras. Suas palavras. É um ato de amor próprio, é um momento pra se conhecer e se revelar a si mesmo. É um espelho de papel. E faz muito bem se conhecer através de você, e não só através do outro, como costumamos nos conhecer.

Diário é coisa de criança? É coisa de adolescente? É. É preciso ter a alma muito pura e uma sinceridade muito grande para escrever sobre si mesmo. Quer alguém mais sincero do que criança? Quer alguém que queira se entender e se conhecer mais do que o adolescente, na fase mais complicada da vida, repleta de mudanças e questionamentos? E por que a gente perde isso? Por que a gente quando vira adulto acha que sabe de tudo? Escondemos os nossos medos, nossas dúvidas, nossos sentimentos... Por que a gente faz isso com a gente? Chega a ser agressivo!

Concluo depois de falar isso tudo que quem não é capaz de escrever um diário é uma pessoa que tem medo de si mesma!


E tenho dito!

Beijos.

Ass: Bella Marcatti.

sábado, 24 de julho de 2010

Uma grande bobagem.


Alguém aí já viu o filme Crepúsculo?


Quem já viu vai se lembrar, e pra quem não viu eu vou contar. A Bella, que é a mocinha da história (tinha nome melhor pra ser a mocinha?) é uma menina completamente sem sal e meio desastrada, que vive tropeçando, escorregando e caindo. Nada muito estereotipado, mas no filme ela vai ao chão uma vez e na segunda o delícia do Edward, que é o vampiro, a segura.

Não só pelo nome, mas eu me identifiquei muito com essa personagem. Primeiro, porque eu também me apaixonei à primeira vista pelo Edward. O Edward é aquela coisa branca, lisa, magra e misteriosa, com aquele nariz impecável e cabelo pra cima. Nada melhor pra habitar meu coração pra sempre. Ainda mais quando ele fala: "Bella, você é minha vida agora" (tá, eu sei que o vampiro tá morto e não tem vida, mas é lindo ele falando isso.) ou "Bella, eu não posso existir em um mundo onde você não exista.". (O que é gente? É óbvio que eu fiquei voltando o filme pra ele repetir isso mil vezes no meu ouvido!)

O segundo motivo é o fato de se apaixonar sempre pelo pior e mais complicado ser do meio de convívio (o famoso dedo podre). E o terceiro motivo, não tão óbvio, mas também muito óbvio, é o fato de ser tão desastrada. A diferença é que a vaca da Bella Swan tem o Edward pra segurá-la e protegê-la o tempo todo e a vaca da Bella Marcatti NÃO TEM! Então a Bella Swan se safa de boas quedas, e Bella Marcatti SE ESBORRACHA!

Prova disso é que apenas no mês de julho eu ganhei em média seis machucados/hematomas, sem contar as porradas sem consequências. Bati o cotovelo na quina da pilastra (sangrou e deu casquinha), bati a bunda na quina da pilastra (mega hematoma), (maldita pilastra na sala de treino de improvisação), arrumei um roxo na coxa que eu não sei de onde veio, bati a virilha/polpa da bunda no assento da cadeira ao me sentar rapidamente num jogo de dança da cadeira, tenho roxos nos dois joelhos por causa de uma improvisação em que eu fazia um burro, bati o peito do pé direito num degrau da escada (levantou pelinha, inchou e nem roxo tá. Tá verde.). E nesse meio tempo eu devo ter batido a cabeça ao sair do carro umas cinco, seis vezes. Como pode?

Como podem deixar que eu, uma Bella tão mocinha quanto a Bella Swan, fique por aí se esborrachando como uma jaca podre?


Pensem nisso e tirem suas conclusões. Obrigada.

Ass: Bella. E só Bella. Quem sabe alguém não me confunde com a outra...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vou-me embora pra São Paulo

Vou-me embora pra São Paulo
Lá sou amiga da Bete Dorgam, do Cris, da Gabi, da Helena, da Pri, do Rafa, da Aline, do Lucas, da Paula, do Arivon, do Marco Túlio, da Bia, da Bia, do Oshiro, da Simone, do Gerson, do Yohannes, da Sarah, do Igor, da Joice, do André, da Vera, da Michelle, do Rodrigo.
Lá tenho a comida que eu quero
Na cama de casal do Hotel Bali.

Vou-me embora pra São Paulo
Vou-me embora pra São Paulo
Aqui nessa roça não tem como ser muito feliz
Lá andar de metrô é uma aventura
E tomar tequilas de tal modo inconsequente
Que Marco o louco do Quintal
Improvisador e palhaço demente
Vem a ser o proponente
Da bebedeira que nunca tive.

E como farei alongamentos e massagens
Andarei de fusca
E se ele empacar como um burro brabo eu empurro
Subirei um andar
Tomarei banhos de chuveiro quente com uma gota gelada no meio!
E quando estiver cansada
Deito na cama de casal do Hotel Bali
Ligo no canal gospel da TV de 14 polegadas
Sem volume
Que eu nunca tive paciência pra ouvir
Então nem venha me contar
Vou-me embora pra São Paulo

Em São Paulo tem tudo
É uma civilização
Tem o taxista Seu Rocha
Que faz desconto pra mim
Tem telefone no quarto onde todo mundo me acha
Tem rádio 89 à vontade na caixinha de som na parede
Tem um menino
Que eu queria namorar.

E se um dia eu conseguir ficar muito triste
Embora eu ache que isso não seja muito possível lá
Quando de noite me der
vontade de comer um petit-gateau
- Lá sou amiga do Gui -
Terei o menino que eu quero
No restaurante que escolheremos depois de muita indecisão, e no fim das contas deve ser o Balcão
Vou-me embora pra São Paulo.

Ass: Bella Marcatti.

sábado, 10 de julho de 2010

MR. IMPRO!!


O Espetáculo

Os improvisadores disputam entre si o Troféu Mister Impro. Para isso, têm de improvisar juntos a partir de sugestões oferecidas pelo público. A cada encontro, uma história diferente, que nunca mais vai se repetir. Inusitado, surpreendente e divertido: Mister Impro!

Serviço
16 e 17 de julho, às 20:30h

No Museu Histórico Abílio Barreto: Av. Prudente de Morais, 202

ENTRADA FRANCA, senhas distribuídas a partir das 20:00h, no local.

Informações: (31) 8794-6283

O elenco

O grupo é formado pelos alunos dos Módulos I e II dos Cursos Regulares de Improvisação oferecidos pela UMA Escola, no primeiro semestre de 2010.

Realização

Direção: Débora Vieira e Mariana Vasconcelos

Produção: Uma Companhia

UMA Companhia

A UMA Companhia é constituída por atores formados nos cursos de Teatro do Palácio das Artes – Cefar (Centro de Formação Artística), da Fundação Clóvis Salgado, e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Seu espetáculo de estreia, Match de improvisação, é sucesso de público em Belo Horizonte, desde 2006, com a inusitada mistura entre teatro e esporte que transforma os atores em jogadores, e a plateia em torcida. O segundo trabalho, Sobre Nós, é criado a partir de histórias pessoais contadas por integrantes da plateia, a cada noite.
A companhia já realizou grandes eventos internacionais de improvisação em Belo Horizonte, com espetáculos, oficinas e debates. Em 2007, organizou o Encontro de Impro, trazendo o grupo espanhol Impromadrid ao Brasil. Em 2008, foi a vez do Fimpro (Festival Internacional de Improvisação Teatral), com participação dos grupos Colectivo Mamut (Chile), Complot Escena (México), Liga Profesional de Improvisación (Argentina) e Acción Impro (Colômbia), além dos grupos nacionais Cia. Imprópria (Ouro Preto – MG), Cia. Acômica (Belo Horizonte – MG) e Cia. do Quintal (São Paulo – SP).

Estão todos convidados!!!!

Ass: Bella Marcatti.