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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Blá blá blá...

Trilha sonora: Kisses and Cake, é quase óbvio.

Situação: Quinze para as duas da manhã, tendo que acordar às seis e cinquenta para ensaiar às oito e meia do outro lado da cidade. Sem sono.

Motivo do post: Passar o tempo.

Inspiração: zero.

Vontades do momento: Não ter ensaio. Ganhar uma massagem nas costas. Não ter joanetes doloridos. Uma cadeira de computador mais confortável do que essa. Comer chocolate. Não escovar os dentes. Não dormir. Não acordar. Receber um telefonema. Receber uma mensagem. Ganhar um abraço sincero. Olhar pra lua. Ver uma borboleta. Sumir. Beber água. Não ter que me levantar daqui pra buscar água. Ter dinheiro. Ter carteira de motorista. Ter um carro. Jogar pedra em um ônibus. Esmurrar as paredes. Gritar. Espernear. Chorar.

Vontades realizadas neste momento: Não dormir. Chorar.

E daí vem outra vontade: A de que o meu gel facial hidratante para a noite fosse à prova de lágrimas.

Mas eu acho que é só cansaço mesmo.
Tá tudo bem.
De verdade que tá tudo bem.
É porque já é segunda feira e eu nem... nem... droga.
Eu tô cansada.
Eu tô meio perdida dentro das minhas tarefas. Eu tô fazendo muita coisa e no meio de tanta coisa eu me perdi de mim!
E quando me achei, hoje quando cheguei em casa, eu me vi tão largada ali, que fiquei com pena. Não é legal sentir pena de si mesmo, mas eu senti e pronto. E pra ser legal comigo mesma, pelo menos por um tempinho, eu comecei a chorar pra ver se eu tirava aquele osso de galinha que tava entalado na minha garganta já há um bom tempo. E acontece que ele ainda não saiu. E nem sei se vai sair, porque é um osso de coxa de galinha, e não asinha de galinha. Se fosse asinha seria mais fácil, mas coxa é mais difícil.

Saudade do tempo em que em vez de osso de galinha na garganta eu tinha era borboletas no estômago. Mas esta é uma outra história.



Ass: Bella Marcatti.

domingo, 5 de setembro de 2010

Do nada.


Tava fazendo xixi e pensei numa coisa. Há muito tempo eu não escrevo uma história de mentira. Uma história inventada da minha própria cabeça, cheia de fantasias, príncipes e borboletas como eu gosto. Ultimamente tenho escrito sobre realidade. A minha realidade, minha rotina, minha vidinha besta de lá pra cá e daqui pra lá. De vez em quando um pouco de respiro, como quando eu reparo nos sapatos de lacinhos da moça que tá sentada do meu lado dentro do ônibus, ou no cor de rosa do esmalte dela, essas coisas que podem ser vistas como um quê de poesia, mas eu vejo mesmo como detalhes óbvios da vida de uma mulherzinha.

Então eu me assustei. Será que eu tô me transformando numa pessoa normal? Normal no sentido de pessoa fria dessas que andam dentro dos ônibus comigo. Dessas que não mexem o pé no ritmo da música que toca no seu fone. Dessas que não imaginam nunca a possibilidade daquela música linda lá fora ser uma serenata pra elas. Dessas que comem chocolate como se fosse arroz e feijão. Dessas que não fazem da escova de cabelo um microfone. Dessas que não sonham com os príncipes encantados afora. Dessas que não cantam no chuveiro. Dessas que não fazem caretas na frente do espelho. Dessas normais.

Opa. Quase que a realidade me pegou e me prendeu nesses últimos tempos, acabo de constatar. Que perigo!

"Era uma vez uma larva muito marrom e muito feia que rastejava pela floresta. Olhava pra cima e via o mundo tão grande, cheio de flores de todas as cores, rosa, azul, roxo, amarelo, laranja. Olhava pra baixo e via a terra tão marrom quanto ela. O maior sonho da larva era ser colorida como o mundo. E chorava, chorava a rastejar.

Depois de um certo tempo, a larva encontrou uma laranjeira pelo caminho. Subiu pelo caule até chegar numa laranja que era tão grande e tão laranja que até um lápis de cor laranja sentiria inveja.
- Olá, Laranja!

-Olá, Larvinha - respondeu a laranja. - Por que toda essa tristeza? Estou vendo lágrimas nos seus olhos...

- Puxa, Laranja, sabe o que é? Estou cansada de ser feia desse jeito. Não tenho nada de interessante, só esse marrom feio. Ninguém olha pra mim, ninguém liga pra mim, posso até ser pisada que não faz a menor diferença...
- Não fique assim, Larvinha. Cada um é de um jeito e nós precisamos nos gostar assim como somos.

- Tá, eu vou tentar ficar melhor.


Se despediu e saiu rastejando até chegar numa folha. Comeu um pouco e desejou que aquele lindo tom de verde que ela comia se espalhasse pelo seu corpo e a fizesse ser mais colorida. Mas nada aconteceu.


A larva continuou rastejando pela floresta até encontrar uma joaninh
a e uma abelha. Sentiu muita inveja. A joaninha era vermelha com bolinhas pretas, brilhava na luz do sol como se houvesse verniz em suas asas. A abelha era listadinha de amarelo e preto, e as duas podiam voar. A larva então abaixou a cabeça numa tristeza profunda e seguiu o seu caminho, se sentindo a pior das criaturas da floresta.

Anoiteceu e os vagalumes apareceram. Disse a larva:

- Puxa, como são lindos os vagalumes! Dançam a noite inteira iluminando o céu como se fossem estrelinhas...


E observando a coreografia dos vagalumes, a larva adormeceu. Um sono profuuuundo, longo como o inverno. Sonhou que seu corpo se transformava...

Muito tempo depois, a larva despertou, mas estava em outro lugar. Era um lugar quente e apertado, não tinha como se mexer. Não dava pra ver a luz do sol, não d
ava pra ver o céu, e nem as cores do mundo.
- O que está acontecendo? Eu quero sair daqui!


Encontrou um buraquinho e lá foi ela. Cavando daqui e dali, fazendo força, ai, ai, que difícil... A larva então conseguiu sair e... tamanha a sua surpresa em ver que não estava no chão, nem em um galho qualquer... estava no ar! A larva estava voando, leve como uma... BORBOLETA! Olhou para suas asas e viu que nelas havia todas as cores que ela gostava! Uma mistura perfeita de azul do céu, com laranja da fruta, com verde da folha, com vermelho da joaninha, amarelo da abelha, roxo e rosa das flores... Ela era mais colorida que o arco íris! Que felicidade!

A borboleta então saiu voando pela floresta muito feliz e satisfeita."


Moral da história: a transformação está em nós mesmos.

Ass:
Bella Marcatti.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Boa tarde.


Quer saber como aumentar o seu ânimo e sua energia em até 95%?

Veja do nada, antes de atravessar uma rua qualquer de um bairro qualquer, aquele único cara da academia que você acha realmente bonito e guardou a fisionomia porque vocês deram aquela encarada um para o outro nas três vezes em que se encontraram. Fique desconcertada, olhe, finja que não viu, olhe de novo, fale para sua amiga no celular que sua bateria está acabando e que liga pra ela depois. Espere que ele se apresente, descubra de onde vocês se conhecem, troque com ele uma dúzia de palavras, dê três beijinhos, constate o quanto ele é burro (contraponto básico à quantidade de músculos e tatuagens que ele tem), repare no sorriso maravilhoso, nas sobrancelhas grossas e falhas, nos piercings, nos ombros... Falem sobre o tempo, sobre os ônibus que vão pegar, sobre o que fazem da vida, façam aquele silêncio horroroso de quem não tem a menor graça, reze para que o seu ônibus não passe nunca... Dê sinal para o ônibus que resolve passar o mais logo possível em toda a existência dele, entre no seu ônibus e perceba ao dar o dinheiro para o trocador que o menino ainda está te olhando do lado de fora, ...

Boa tarde.

Quer saber como diminuir o seu ânimo e sua energia em até 95%?

...e perceba também que você está vestida da maneira mais esdrúxula e malaca possível: blusa da Sininho, calça froxoló e havaianas falsificadas brancas E totalmente encardidas. Sem um pingo de maquiagem, abatida pelo mal da semana e DE ÓCULOS!!

E pra melhorar, lembre-se de que ele fez a pergunta maldita e ofensiva: "Você trabalha ou só faz teatro?"

...

Ass: Bella Marcatti.