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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Apenas mais uma aventura do fim de semana...

Esse fim de semana fui me apresentar com a peça 10 MANEIRAS INCRÍVEIS DE DESTRUIR O SEU CASAMENTO em Carlos Chagas. Calma, eu explico.

10 MANEIRAS... é uma peça que é sucesso em BH há 6 anos, com texto e direção de Sérgio Abritta. No elenco (depois de muitas e muitas trocas) Ana Clara Campos, Christiano Junqueira, Ítalo Laureano e Talita Braga. No elenco atualizado (depois desse final de semana) Ana Clara Campos, Christiano Junqueira, Ítalo Laureano e eu, Bella Marcatti.

(A foto é com a Talita Braga, mas em breve será comigo!!)

Carlos Chagas, pra quem não conhece, é uma cidade que fica no norte de Minas, quase na divisa com Bahia, perto de Nanuque. Longe. Longe pra dedéu. De van, são aproximadamente 10 horas de viagem. Saímos de BH às 6h e chegamos lá às 16h. Numa van. Numa sacolejante van que oferecia 2 bancos para cada pessoa. 2 bancos não reclináveis. 2 bancos pequenos e extremamente desconfortáveis. Depois de passar 10 horas buscando me acomodar naquela situação e ainda, tentando dar ao menos uma cochilada de no mínimo 10 minutos sem bater a cabeça ou ter que me segurar pra não cair nas curvas, eu garanto: Posso fazer um número de contorcionismo no Cirque du Soleil. Ou posso fazer um tratamento seríssimo de coluna com um fisioterapeuta. Enfim, deu tudo certo. Chegamos bem, o hotel era bonitinho, eu tomei um banho e apesar da ansiedade que só aumentava a cada segundo, o cansaço ganhou e eu consegui apagar por uma hora mais ou menos, antes de ir pro teatro.


Foi a minha estreia nesse espetáculo, e eu tava super super super nervosa. A peça não é fácil, tem muitos personagens, muitas falas, muitas marcas, muitas trocas de roupa, e eu tive poucos ensaios, sendo que nenhum deles foi com todos os atores juntos... Eu nem tinha experimentado os figurinos e nem sabia que hora vestir o quê. Ou seja, eu tava lascada de verdade.

O espaço estava lotado. Nem sei quantas pessoas tinham ali. Muita gente sentada e muita gente em pé nas laterais e no fundo. Em cidade pequena, quando tem alguma coisa diferente, todo mundo vai. Acho que a cidade toda tava lá vendo a gente. E o palco, pequeniníssimo, quase não cabia o cenário e os atores em cena. Os refletores iluminavam só da metade pra trás, o que nos limitou ainda mais. Não tinha coxia, apenas um pano preto no fundo que a gente usava pra sair e entrar. Era isso.

Oração, abraços de boas vindas dos amigos e companheiros de cena. Fui. Tremia toda por dentro, sabe aquele tremedeira incontrolável? Achei que a voz não ia sair, que eu ia ter brancos, ia tropeçar, cair, quebrar todos os dentes e acabar com tudo. A primeira fala saiu como um espirro: "EU TENHO!" E emendei com o resto todo sem ficar pensando demais. Na minha segunda cena, eu tirei aplauso da plateia e consegui ouvir os outros atores vibrando e aplaudindo junto lá atrás. Isso me encheu ainda mais de energia. Fui dando o máximo de mim até o fim. Erro de fala e marca, nenhum. Desespero pra trocar as roupas, total. Ainda mais quando o fecho do vestido agarrou e não tinha Cristo que fazia soltar. A minha voz foi acabando ao longo da peça, afinal eu ainda tô gripada e a gente tinha que gritar muito pois a acústica não era boa. Isso foi o ponto negativo, no final eu tava esguelando muito e a minha voz estava insuportável (mais). Mas ok. Tão ok que os engraçadinhos "companheiros" ainda tiveram a cara de pau de zuar de uma boina que eu coloquei e que ficou muito maior que a minha cabeça. Me chamaram de cogumelo, playmobil, e a estreante aqui teve que se virar com tudo. Tudo certo e o Chris dedicou a peça à atriz estreante no final. Felicidade, sensação de trabalho cumprido e alívio, muito alívio.

Jantamos e eu dormi que nem um anjo. Levantamos às 5:30h e entramos na mesma van pra voltar pra casa. Tentei recuperar as posições confortáveis do dia anterior, mas o corpo já dava sinais de dor muscular, enferrujamento das articulações e falta de paciência. E curva pra lá, pra cá, e freia... Tô ficando meio enjoada. Tô ficando enjoada. Tô enjoada. Tô enjoadássa. Acho que eu vou vomitar, para a van, seu João! E só depois de botar o café da manhã pra fora eu pude brincar de joguinhos de improvisação com o pessoal. "Eu deveria???"


Cheguei em casa às 16h do domingo. Almocei, tomei um banho gostoso e deitei no melhor lugar do mundo, que costumo chamar de "minha cama", agradecendo pelo fim de semana que foi inesquecível.


Ass: Bella Marcatti.

4 comentários:

Lennison Farah disse...

Parabéns Bella! Que sensação maravilhosa vc veio compartilhar... Tomara que dessa aí venha mais 200000!!!

Pedro Rabello disse...

Rsrsrs deviam proibir essas vans rsrs mas mais longe e, garanto, mais quente que Carlos Chagas é Araçuaí... Fomos fazer Match e Sobre Nós por lá certa vez... faltava só abraçar o capeta... ossos do ofício... bom mesmo é qdo rola um aviãozinho né... rs bjo proce

Bella Marcatti disse...

@Lennison: Tomara né!! Se o friozinho na barriga antes de entrar em cena desaparecer é pq tem alguma coisa errada! Obrigada por ler e comentar! =)

@Pedro: Ossos do ofício, realmente... A coisa não é fácil! Ainda bem que quando a gente apresenta e o público gosta a gente se sente recompensado. Mas que um aviãozinho é sensacional, ahhh isso é!! Hahaha!! Beijos!!

Anônimo disse...

Agora que você está no elenco eu faço questão de assistir esta peça. Gosto muito de você! Bjs