Situação: Quinze para as duas da manhã, tendo que acordar às seis e cinquenta para ensaiar às oito e meia do outro lado da cidade. Sem sono.
Motivo do post: Passar o tempo.
Inspiração: zero.
Vontades do momento: Não ter ensaio. Ganhar uma massagem nas costas. Não ter joanetes doloridos. Uma cadeira de computador mais confortável do que essa. Comer chocolate. Não escovar os dentes. Não dormir. Não acordar. Receber um telefonema. Receber uma mensagem. Ganhar um abraço sincero. Olhar pra lua. Ver uma borboleta. Sumir. Beber água. Não ter que me levantar daqui pra buscar água. Ter dinheiro. Ter carteira de motorista. Ter um carro. Jogar pedra em um ônibus. Esmurrar as paredes. Gritar. Espernear. Chorar.
Vontades realizadas neste momento: Não dormir. Chorar.
E daí vem outra vontade: A de que o meu gel facial hidratante para a noite fosse à prova de lágrimas.
Mas eu acho que é só cansaço mesmo.
Tá tudo bem.
De verdade que tá tudo bem.
É porque já é segunda feira e eu nem... nem... droga.
Eu tô cansada.
Eu tô meio perdida dentro das minhas tarefas. Eu tô fazendo muita coisa e no meio de tanta coisa eu me perdi de mim!
E quando me achei, hoje quando cheguei em casa, eu me vi tão largada ali, que fiquei com pena. Não é legal sentir pena de si mesmo, mas eu senti e pronto. E pra ser legal comigo mesma, pelo menos por um tempinho, eu comecei a chorar pra ver se eu tirava aquele osso de galinha que tava entalado na minha garganta já há um bom tempo. E acontece que ele ainda não saiu. E nem sei se vai sair, porque é um osso de coxa de galinha, e não asinha de galinha. Se fosse asinha seria mais fácil, mas coxa é mais difícil.
Saudade do tempo em que em vez de osso de galinha na garganta eu tinha era borboletas no estômago. Mas esta é uma outra história.

Ass: Bella Marcatti.