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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aula do dia 17/04 - Curso de Impro

Cheguei super animada no curso. Reconhecer quem era quem (como faltei o primeiro dia, não conhecia as pessoas), cumprimentar quem eu já conhecia, inclusive meu primo de 3º grau Bruno Berg, que eu nem conhecia pessoalmente! Um encontro de família emocionante, hehe. Entramos na sala, sentamos em roda e os novos colegas se apresentaram, nome e o que fazem da vida, o que os levaram ali. Pela primeira vez me senti ansiosa pra falar de mim, o que nunca aconteceu. E eu nem lembro o que eu disse, acho que gaguejei tudo e esqueci um monte de coisa. O que me conforta é que não era a minha única chance de mostrar quem eu sou, ainda teremos muitas oportunidades. Enfim, todos descalços e começamos o aquecimento de articulações e aparelho vocal.

Desde que saí do Kickboxing no meio do ano passado eu nunca mais fiz um exercício físico na minha vida. Alongar as articulações da maneira diferente proposta pela Débora, (visando a oposição, e não simplesmente esticar de qualquer jeito), foi como acordar o meu corpo. Tanto que no dia seguinte fiquei totalmente dolorida como se tivesse ido pra academia. As pernas e os ombros estavam todos doloridos. Sensação gostosa de corpo trabalhado. E olha que nem fizemos nada tão elaborado ou difícil! O meu corpo era que tava morto mesmo. Já comecei me animando por aí, e já espero ansiosa pela evolução desses exercícios de alongamento na próxima semana.

Como a turma aumentou muito e estávamos cheios de nomes e caras novas, fomos para o exercício das flechas com os nomes. (Apontar um colega da roda e com uma palma, dizer o nome dele). No início, é claro, tudo um pouco travado, eram muitos nomes e rostos pra decorar. E ainda, contamos com 2 Isabelas, 2 Brunos e 2 Léos, o que deu um nó na cabeça da galera! Depois que a Débora disse que era certo se a gente errasse, aí começou a fluir melhor. Gostei quando ela desafiou quem estava se dando bem, dizendo que poderia ser mais rápido ou falar nomes que ainda não tinha falado. Eu me senti nesse grupo que tava conseguindo fazer direito, e quando me propus a ser mais rápida, me senti travando também. Passei uma rasteira em mim mesma, vai boba! Adoro quando acontece isso. Fizemos o mesmo exercício, porém usando as flechas com os nomes errados. Isso deu uma fixada legal nos nomes e rostos, lembrando que de tempos em tempos mudávamos de lugar na roda.

Passamos para o jogo de pique-pega (quem estiver prestes a ser pego grita o nome do novo pegador), e acho que houve uma certa dificuldade da turma pra entender a proposta do jogo. Eu já havia jogado esse jogo outras vezes, mas sempre me dou muito mal nele. Acho que ele trabalha a ansiedade e a inteligência. Quando vejo o pegador se aproximando, desoriento e não consigo falar nenhum nome. Quando falo, sou burra e falo a de um outro jogador que está muito próximo de mim, e acabo me dando mal do mesmo jeito. Apesar de ser um jogo de agilidade, exige muita calma e concentração. Na última partida tentei controlar mais o meu nervosismo e até consegui chegar mais ou menos no final, mas quando me dei conta de que estava jogando com mais 4 homens, eu desconcentrei e perdi rapidinho.

Jogo da máfia. Esse eu nunca tinha jogado. Adoreeeei! (Uma pessoa fala o nome de outra da roda, que rapidamente tem que se abaixar para não ser morto pelos companheiros ao lado, que atiram. Se a vítima abaixar, se salva, e morre quem atirar por último. Quem morre, permanece abaixado o resto do jogo e dita a próxima vítima). Os dois primeiros jogos não funcionaram muito. Acho que a gente demora um pouco pra entender qual é a do exercício, normal. Mas depois achei que a quantidade de comentários, risaiada e piadinhas a cada morte atrapalharam o andamento do jogo. Débora deu todos esses toques, dizendo que o tempo de rir e comentar é o tempo de você fazer a melhor jogada para se vingar de quem te matou. O jogo sendo dinâmico, não dá tempo de ninguém premeditar nada, nem mesmo assimilar as pessoas que estão ao seu lado, e aí é que fica legal, cria-se um suspense. Depois das dicas o jogo funcionou muito melhor. Criou-se um climão de assassinato na sala. Eu estava concentradíssima me sentindo a matadora. Pá! Pá! E ganhei o último jogo. =) Só achei que a decisão para ver quem matou primeiro deveria ser mais rápida, nos casos de “empate”, e que a opção “segundo tiro” não deveria valer. O que vale é a rapidez e qualidade do tiro, não a quantidade de tiros.

Exercícios de performar um objeto. Todo mundo caminhando pelo espaço, cada hora a Débora falava o nome de alguém, que falava um objeto, e todas as pessoas deveriam ser aquele objeto com o corpo. Automaticamente, a gente já estava fazendo os sons, e isso foi bem legal. Os objetos foram interessantes e possíveis de se fazer corporalmente, e eu queria estar de fora para observar as ideias dos meus colegas. Depois formamos grupos de 4 pessoas e quem assistia sugeria os objetos que deveriam ser executados. A montagem corporal dos objetos deveria ser feita pelo grupo, e todos integrados, dividindo a mesma ideia. Quando não acontecia dessa forma, a Débora pedia para que o grupo repetisse o objeto, porém executando de outra forma. Isso foi muito válido, dava pra ver que quando o grupo todo pensava junto e não uma só pessoa montava ou fazia por si só sem observar o grupo (eu fiz isso uma vez), o resultado era muito mais interessante e divertido pra quem fazia e pra quem assistia.ser aquele objeto com o corpo. do com mais 4 homens, eu desconcentrei e pe

Construção de cenário. Como a turma é muito grande, fomos divididos em 2 grupos, um de 7 pessoas e outro de 8. Dividimos a sala ao meio e fizemos 2 filas. (O 1º da fila propõe um objeto que defina um local e interage com esse objeto. O 2º da fila repete o objeto e a interação do anterior e propõe outro objeto e outra interação... e assim por diante.) O primeiro ambiente construído foi uma praia, e o segundo, um restaurante. A observação final da Débora é que houve uma grande preocupação dos grupos em criar uma história, mas não houve interação com outros objetos, ou seja, teve gente que acrescentou uma fala, ou uma ação, mas não um objeto, o que saía da proposta do exercício. Outro ponto observado e muito interessante, é o cuidado com a manipulação dos objetos. Se passa um creme na perna, abrir o vidro, colocar o vidro ao lado, passar o creme, fechar o vidro, colocá-lo ao lado.

Divisão da turma em 3 grupos, construção de cenário. (Cada um do grupo propõe um cenário e os demais vão construir corporalmente este local para que o proponente interaja no espaço criado.) No meu grupo especificamente (Bella, Berg, Lorena, Renatinho e Thais) houve momentos de dificuldade do proponente não entender o objeto que o colega estava fazendo. (Teve uma hora que eu fiz uma escada de piscina e a Thais não entendia de jeito nenhum, aí mudei, fiz uma bóia e acho que ela também não entendeu, rs). Tivemos outros momentos ótimos em que tudo foi compreendido e uma mesma pessoa fez vários objetos para atender à demanda do proponente e da ceninha que estava sendo criada. (Como no salão de beleza, Renatinho passou de banco para cliente, depois pra pente, secador, e por aí vai.). No geral, acho que faltou um pouco mais de coragem. Acho que a proposta era mais objetiva também, não tinha nada que criar ceninha, mas a gente acabou criando, e por isso fomos os últimos a terminar o exercício. =(

Passamos então para o último exercício do dia, no qual cada um ia lá na frente sozinho e realizava ações simples, porém descrevendo simultaneamente as ações executadas. Pra mim esse foi o exercício mais difícil do dia. Além do nervosismo de estar exposta sozinha lá na frente fazendo o exercício, a vontade de acertar. Ao mesmo tempo em que achei chato ficar observando os colegas, um a um, (é muita gente), sei que foi a parte em que mais refleti e pensei no exercício. Observando o outro você aprende às vezes até mais do que fazendo. Vê como cada um executa à sua maneira, como cada um se vira, pensa e age de acordo com a situação que lhe é criada. Como Luisa disse no final, às vezes a gente tem a vontade de ir lá e resolver pelo outro, mas na nossa vez é que percebemos como é diferente estar lá na frente, e não sabemos como resolver. Então pra mim, esse último exercício valeu muito mais por isso, por essa paciência e observação do trabalho do outro.

Como para casa, fazer todos os dias os exercícios de alongamento e aquecimento das articulações, treinar essa consciência de realizar uma ação e narrá-la ao mesmo tempo e levar para contar aos colegas sem palavras um conto de fadas.

Ass: Bella Marcatti.

2 comentários:

Flávia Dalle disse...

Gêmula,
Que legaaaaal!!!!
Amei os novos posts! Sabe que amo e sigo mesmo, né?!
Bacana a iniciativa do curso de improvisação. Lá na PUC, com Amaury Borges, é a base de nosso trabalho! Difícil, árduo, mas, acredito que compensador!
Sucesso ai!
Beijos

Bella Marcatti disse...

Ô querida, obrigada por sempre fazer parte da lista de leitores do meu blog!
E o objetivo desse diário de bordo é esse mesmo, não apenas registrar as aulas, mas quem sabe ajudar e trocar figurinhas com outras pessoas que fazem teatro tb, não é? Esteja sempre à vontade pra comentar, vamos fazer um intercâmbio!
Sucesso pra vc tb!

Beijo!!